terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sobre músicos e seu "público"

Taguatinga (pé na porta...) - Hoje, dia 22 de novembro, é comemorado o dia do músico. Por meio das redes sociais, que atualmente são meu principal instrumento de contato com o que está acontecendo no mundo afora, percebi diversas manifestações parabenizando estes profissionais maravilhosos que dedicam sua vida ao entretenimento do próximo e que, num país como o Brasil, só persistem nesta profissão por verdadeiro amor, já que o retorno é incerto, para dizer pouco.

Achei bastante curiosa a intensidade das manifestações que vi nas redes sociais. Muita gente escrevendo bonitas mensagens, fazendo trocadilhos e tudo mais que acontece em datas comemorativas: frases "retuitadas", hashtags, fotos compartilhas e etc. Tudo isso é legal, é merecido. Mas ao fim do dia, ocorreu-me uma inquietação: Com tantos admiradores, por que é tão difícil ser músico no Brasil? Por que os pais morrem de preocupação quando seus filhos tomam a decisão de investir nesta carreira? Por que tanta gente extremamente talentosa precisa ter um "ganha pão" alternativo para garantir o sustento de sua família?

E estas retóricas, levaram-me a questionar: Será que todos aqueles que publicaram mensagens hoje são realmente fãs dos músicos? Ou compram CDs piratas? Será que vão à shows ou festivais de bandas independentes? Será que sabem o nome de pelo menos um dos integrantes da banda da Ivete Sangalo, da Cláudia Leite ou da dupla Victor & Léo? Será que pagam couvert artístico satisfeitos ou recusam-se, alegando que nem estavam prestando atenção ou que chegaram no meio da apresentação? Será que gostam realmente de música e de músicos ou são meros consumidores do que lhes é oferecido quase que "goela abaixo"?

Não faço estes questionamentos à toa. Não é raro perceber este tipo de comportamento no meio daqueles que se dizem apaixonados por música, mas que na verdade não sabem bem o que é "fazer música" e "viver de música". No Brasil, a cultura praticada é a das massas,  traduzida em gostar do que está na moda, do que toca na rádio ou do que passa no Faustão ou no Gugu. Não desmereço estas pessoas. Provavelmente, seu caminho também não foi fácil e existe mérito em estar ali. A questão é também reconhecer o valor daqueles que ficaram pelo caminho ou que ainda não chegaram, mas fazem seu trabalho de forma honesta, digna e, sobretudo, com amor.

Convoco todos à esta reflexão: Nós realmente valorizamos e reconhecemos o trabalho dos músicos como eles merecem?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Saiu

 Brasília (já ouvi pelo menos oito vezes) - E enfim saiu o tão esperado disco do Red Hot Chili Peppers: I'm With You. Este disco era muito esperado por conta da expectativa a respeito da continuidade da banda após a saída do grande, enorme, John Frunsciante. Junto com o novo CD já saiu também um clipe, um pack para o jogo Rock Band contendo as músicas novas, o primeiro show será transmitido em cinemas 3D ao redor do mundo, a loja on-line já vende produtos com a capa de I'm With You e etc...

A coisa demorou mas a divulgação está exemplar, como deve ser. Não tenho dúvidas que atualmete poucas bandas tem o mesmo apelo do RHCP, quando trata-se de marketing para massas. Com toda a divulgação funcionando bem, podemos contar os segundos para começar a quebra de recordes. É o RHCP escrevendo mais uma página na história da música.

Sobre o CD, (que não me canso de escutar) algumas músicas soam "diferente" do que estamos acostumados, mas a maioria tem a velha pegada e é possível identificar que trata-se do RHCP de olhos fechados. Até este instante minhas preferidas são: The Adventures of Rain Dance Maggie, Factory Of Faith, Brendan's Death Song e Look Around. Sou suspeito para falar, mas não achei nenhuma música ruim, como já havia acontecido nos dois últimos discos da banda.

Não tem muito mais o que falar. A idéia do post era apenas registrar o fato. Feito.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais uma


Taguatinga (muito feliz) - Mais uma vez, nosso blog transcende fronteiras. Depois do Vizinhos de Útero e do Drum Channel Brasil foi a vez do Blog da Equipo. A Equipo, para os desavisados, é uma importadora que representa diversas marcas de instrumentos musicais no Brasil e, dentre elas, a fabricante de pratos Sabian. Esta parceria patrocinou e promoveu a Sabian Clinic Tour, que apresentou Dom Famularo juntamente com diversos bateristas nacionais em diversas cidades do Brasil.

A história foi assim: havia um post no Blog da Equipo falando sobre a Sabian Clinic Tour. Após ter redigido o post para o nosso blog relatando a experiência, coloquei um comentário no blog deles, indicando um link para cá, com o objetivo de contar um pouco do que foi o evento em Brasília. Pouco tempo depois, a Renata Gomes, Gerente de Marketing da Equipo, entrou em contato conosco via e-mail questionando se poderia reproduzir o texto no blog deles. Não vi o e-mail na hora, mas o Hugo, da Novo Tempo, me ligou contando a boa nova e, mais que imediatamente, respondi o e-mail da Renata autorizando, claro.

Aqui está o link: http://www.blogdaequipo.com.br/quando-um-mestre-fala. Leiam lá, comentem aqui, comentem lá, comentem aqui e lá. Mas comentem...

Muito legal a iniciativa da equipo e muito legal contribuirmos para outro site novamente. Como já havia dito no post #100, o objetivo inicial do blog já foi atingido. O que vier daqui para frente é lucro!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quando um mestre fala...


Brasília (o mais difícil de todos) – Parem as máquinas, parem o que estão fazendo, parem a crise financeira americana, parem a limpeza nos ministérios, parem a roubalheira na organização da Copa 2014! Parem o mundo. Vou descer. Na última segunda-feira, vivi mais um dia daqueles... Daqueles que dificilmente sairão da minha memória, daqueles que meus netinhos poderão contar para outras pessoas com riqueza de detalhes, tantas serão as vezes que escutarão a mesma história (com alguns detalhes aumentados, claro!). Mais uma vez, o fato de tocar bateria e de ter amigos tão especiais enriqueceu minha vida de uma maneira que não sei se poderei retribuir.

Tudo começou no dia em que fui buscar minha última (e será a última por muito tempo, juro) aquisição na Novo Tempo. Enquanto desembalávamos a nova bateria (com toda a expectativa do mundo), aparece o Hugo gritando: “Confirmado! Workshop com Dom Famularo e Cuca Teixeira dia 1º de agosto.”. Minha empolgação com a recente aquisição era tanta, que nem dei a devida importância ao fato na hora. É claro que marcaria presença, mas conhecer uma das maiores lendas vivas da bateria (Dom Famularo) e um cara de quem eu realmente sou fã há bastante tempo (Cuca Teixeira) merecia mais do que o “Massa!” que eu disse na hora. E passado aproximadamente um mês, chegou o dia.

Não preparei-me para a experiência como gostaria ou deveria, mas duas horas antes do evento eu já estava no local: Biblioteca do Cruzeiro (cidade satélite de Brasília). Ao entrar no auditório, segurei a respiração quando vi um dos maiores bateristas brasileiros na atualidade (Cuca) e uma lenda (Dom). Apenas para contextualizar os “não bateristas”, Dom Famularo está para a bateria como Emerson Fitipaldi está para o automobilismo ou como Mohamed Ali para o boxe ou ainda Chico Buarque para a música brasileira. Um mestre, uma figura respeitada e admirada por todos do meio, sem envolvimento em polêmicas ou outros assuntos. A primeira coisa que providenciei foi o autógrafo do Cuca Teixeira e ganhei a noite naquela hora. Não seria necessário mencionar, mas é claro que TODOS os integrantes da Casa de Swing estariam presentes. Alguns chegaram antes de mim e ajudaram a organizar o evento.


Enquanto esperávamos o início do evento, conversei um pouco com os dois mestres ali presentes, dando início à enxurrada de informações e aprendizado. Um show de conhecimento e experiência durante a passagem de som e ajustes finais no posicionamento e afinação das baterias. Faltando aproximadamente meia hora para o início do evento, no meio de uma conversa onde falava-nos sobre o dia em que conheceu Vic Firth, Dom, ao saber que as pessoas estavam começando a chegar, nos diz: “Vou ficar lá fora. Quero cumprimentar à todos que chegarem.”. Cuca, que seria o primeiro a apresentar-se aproveitou estes instantes para comer alguma coisa, trocar de roupa e concentrar-se. Entre uma coisa e outra, tirou várias fotos, distribuiu dezenas de autógrafos e foi convidado a participar da Casa de Swing (tem que ver isso aí, Cuca).

As honras da casa foram feitas pelo Marquinhos, que deu início ao evento e chamou Cuca ao palco. E Cuca tocou demais. “Ave Maria!”, era a única coisa que eu falava e pensava. Sentei numa cadeira praticamente embaixo da bateria de Cuca. Seu domínio das dinâmicas é impressionante. Apesar de estar “na cara” da bateria, quando Cuca abaixava a dinâmica, dava para conversar sem gritar e ainda ouvir a música claramente. Era como se a bateria tivesse um potenciômetro para aumentar e diminuir o volume. Nenhuma peça ficava mais com volume mais alto ou mais baixo que outra. Cuca aumentava e diminuía o som da bateria por igual. Fiquei boquiaberto com esta capacidade. E fiquei mais impressionado ainda quando ele, após ter aberto um longo espaço para perguntas, disse que não havia explorado as dinâmicas e que faria isso logo mais. Uma pena não rolou. Mas nem consigo imaginar o que mais ele faria.



E chega a tão esperada hora em que Dom Famularo é chamado ao palco. E nesta hora, quando todos esperavam que ele se sentasse à bateria e saísse tocando, Dom pede um pedestal para seu microfone e começa a contar algumas histórias vividas por ele. História divertidíssimas, mas que sempre terminavam com uma forte lição de vida ou de bateria. Uma maneira muito leve e curiosa de passar seu recado. Tenho certeza que todos divertiram-se e de que muita gente assimilou grande parte das informações que Dom quis transmitir. Um gênio capaz lançar de frases como: 
"O que eu faço? Eu faço barulho batendo com um pedaço de madeira em plástico e metal. É isso que eu faço. E como eu ganho dinheiro? Quando eu organizo o barulho."
"Eu visito de vinte a vinte e cinco países por ano. Faço mais de cento e setenta vôos. Passo a maior parte do meu tempo em aeroportos. Muitas vezes, nem sei em qual é o dia da semana. Mas quando estou sentado numa bateria, sinto-me em casa."
"Já viajei pelo mundo todo e ouvi diversas línguas. Nas línguas como o português, o francês e o italiano, eu entendo alguma coisa se a pessoa falar devagar. Em países como a China e a Suécia, não entendo o que as pessoas falam. Mas usando a música, consigo me comunicar perfeitamente. A música é a linguagem universal. Sua bateria e seus pratos são a sua voz."
"O mais importante é tocar o que você está sentindo. Isto se chama feeling. Abra sua mente. Ao invés de perguntar 'Por que?', pergunte 'Por que não?'"
Mais um cara conhecido, respeitado e admirado mundialmente nos mostrou porque chegou lá. Lembram desta pergunta "Por que não?". Pois é, mais um cara que não precisa provar mais nada a ninguém sai dos EUA, vem ao Brasil e nos dá uma aula de humildade, várias lições de vida, um exemplo de profissionalismo e, no meio disso tudo, nos incentivam a continuar fazendo a nossa arte. No fim do evento, Dom ainda convidou Cuca para uma espécie de "Solo Duo" e os dois quebraram tudo. A palavra impressionante é pouco para definir o que presenciamos nesta noite. No fim de tudo ainda brinquei com Cuca dizendo que minha vontade era vender todo o meu equipamento e parar por ali mesmo. Cuca, gentilmente, me respondeu que o que aconteceu naquela noite deveria ser um incentivo. Cuca, foi muito mais do que isso. Foi uma noite inesquecível, um verdadeiro sonho.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nas Nuvens

Brasília (algumas coisas não mudam) – No mundo da tecnologia, surge uma “nova” tendência: as Nuvens. Trata-se da utilização de vários servidores com grande capacidade de armazenamento, como se fosse um servidor apenas, formando uma Nuvem. Cada usuário pode centralizar suas informações e utilizá-las por meio de qualquer dispositivo que lhe permita acesso a este servidor (a internet seria a mais utilizada para isto). Internacionalmente, utiliza-se o termo Cloud (nuvem) para designar esta idéia. Para mim, trata-se de uma nova versão do bom e velho terminal burro, só que “mais inteligente”.

Os argumentos apresentados para defender esta idéia são válidos. A praticidade da solução é o que mais me chama a atenção, tendo em vista que hoje em dia temos a possibilidade de ficar on-line por praticamente 24 horas por dia e que diversas vezes precisamos transferir arquivos entre os diversos dispositivos que fazem parte do nosso dia-a-dia, como as câmeras fotográficas, smartphones, tablets, notebooks, computadores desktop e etc. Por este prisma, o “novo” paradigma é realmente “a solução”.

Este tipo de solução já foi utilizado no passado (terminais IBM 3270, por exemplo) e descontinuada. Os principais motivos que levaram este tipo de filosofia ao desuso, relacionados à continuidade, disponibilidade e escalabilidade estão equacionados. Hoje em dia, a capacidade de processamento dos terminais (outrora “burros”) é altíssima e a evolução das tecnologias de telecomunicações foi tão grande quanto a evolução da capacidade de processamento em si, com destaque para um elemento fundamental que é tecnologia de conexão sem fio (wireless). Outro ponto positivo à filosofia em questão é o armazenamento em disco, um dos recursos mais caros atualmente tratando-se de grandes volumes de processamento, envolvendo questões como: backup, plano de recuperação, redundância e etc. Se atualmente os usuário necessitam ter, em suas estações de trabalho, discos rígidos com alguns Tera Bytes para armazenar fotos, vídeos e músicas, a proposta da utilização de Nuvens é que esta necessidade diminua, permitindo a transferência dos investimentos em armazenamento de dados para o aumento da capacidade de processamento ou para a aquisição de periféricos.

É fato que grandes corporações como Apple e Google estão investindo bastante nesta nova filosofia e oferecendo planos com preços atrativos ou até mesmo gratuitos a seus usuários. Alguém acha mesmo que o retorno ao alto investimento se dará por meio de publicidade ou da agregação de valor pelo aumento da carteira de clientes? É óbvio que não! Todo o conteúdo armazenado numa Nuvem estará acessível ao provedor do serviço (salvo situações previstas nos termos de uso). À grosso modo, o mundo inteiro estará produzindo conteúdo para o seu provedor de serviços. Se fizermos um paralelo com o sistema capitalista, onde os cidadãos depositam seus ativos (dinheiro) nos bancos, mediante um acordo de prestação serviços, as corporações provedoras de serviços de Nuvem farão o papel das instituições financeiras na sociedade da informação. Olhando para o passado, aprendemos, com todos os regimes, sistemas e outras formas de organização das sociedades, que o grupo que detém o poder é o mesmo que detém o principal ativo de seu tempo. Ou seja, as Nuvens, caso realmente venham a ser utilizadas em larga escala, darão a seus provedores uma enorme possibilidade de domínio do poder.

O conceito de Nuvem, apesar de apresentado como uma novidade, é antigo e já fracassou no passado, mas atualmente tem tudo para funcionar bem, tendo em vista a superação dos entraves que levaram seu desuso no passado. Seu uso não deve ser descartado, já que oferece benefícios tangíveis aos usuários. Porém, é importante que cada cidadão proteja seu patrimônio e não o entregue nas mãos de alguém que poderá lucrar utilizando suas idéias ou produtos. A sociedade passa por uma transformação fundamental, porém algumas coisas tendem a continuar da mesma forma: os ativos sendo controlados por um grupo pequeno, que acaba detendo o poder, e a grande massa da população com uma falsa sensação de liberdade, mas que, na verdade, está produzindo para que outros enriqueçam e perpetuem seu domínio.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Bem Feito!

Taguatinga (ainda bem que eu estava dormindo) - Dizem que uma equipe tem a 'cara' de seu comandante. Pelo que a Seleção Brasileira apresentou nesta Copa América, acredito que o dito aplica-se perfeitamente ao caso. Não estou falando sobre Mano Menezes que, para mim, é um "bode espiatório" (já havia dito aqui). Estou falando sobre o excelentíssimo senhor Ricardo Teixeira, o magnânimo, o todo poderoso, o "dono" da CBF.

Tal qual já comentamos aqui no blog, o time brasileiro, assim como Trick Rick (como o onipotente é conhecido na Europa), pensava mais em contratos do que em futebol. Enquanto as outras seleções treinavam, o time brasileiro tirava fotos, fazia brincadeiras de "bobinho" ou "altinho" ou estava fazendo um samba, como era postado no twitter por vários jogadores. Treinar pra que? Somos os melhores do mundo e ganhamos a hora que quisermos, certo? Errado, muito errado.


Na semana passada, o magnânimo comportou-se da mesma forma na entrevista divulgada pela revista Piauí. Disse pouco importar-se para as críticas e denúncias e entre outras repostas ridiculamente absurdas mostrou que pensa estar acima do bem e do mal. Mais ou menos como comportam-se os jogadores deste time que vimos ser eliminado pelo Paraguai no último domingo, depois de uma pífia fase de grupos. Oras, um time cujo comandante age desta forma poderia ser diferente? Pouco provável.

Possivelmente ainda veremos uma cena patética num futuro próximo. Caso o time brasileiro ganhe algum torneio (qualquer um) dirá que isto é uma resposta aos críticos, à quem não acreditava e blá-blá-blá. Será mesmo? Quem é que não acreditava? O povo? O povo acredita mais do que deveria. E quem não acredita o faz por causa desta postura que tomou conta do time da CBF ultimamente: um time sem vontade, sem sangue, que preocupa-se mais em contratos do que em futebol.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

No Buraco do Tatu

Brasília (grupo de bateristas. BATERISTAS...) - A cada dia que passa, tenho mais satisfação em fazer parte deste grupo chamado Casa de Swing. Os encontros mensais estão cada vez mais movimentados e animados, a turma está prestigiando em peso os eventos que acontecem pela cidade e algumas outras iniciativas tem surgido. Na manhã deste domingo, por exemplo, fomos ao Eixão Norte, próximo ao famoso “buraco do tatu”, montamos oito baterias (uma, a do Deth foi embora mais cedo) e tocamos.

O local (embaixo da plataforma da rodoviária) oferece uma acústica sensacional, fica na sombra e permite que muitas pessoas que estão passando por lá e praticando seu lazer (bicicleta, patins, skate, entre outros), parem e prestigiem um pouco de nossa arte. Tivemos, por exemplo, a ilustre presença de um grupo de B-Girls (dançarinas de break), que dançou enquanto fazíamos alguns grooves.

Poder tocar ao lado destes caras é sensacional. Uma verdadeira aula de bateria e de música. Estou sempre prestando atenção à tudo e aprendendo. Um dia como este, confirma ainda mais a minha convicção de que tocar bateria traz inúmeros benefícios à minha vida. Obrigado, galera!!

sábado, 9 de julho de 2011

Onde está o Tango?

Taguatinga (e eu insisto em assistir) - E o desempenho da Argentina na Copa América? Uma seleção que conta com grandes jogadores, com jovens talentos e com o melhor jogador do mundo na atualidade empatando com a fraca seleção da Bolívia? Empatando novamente, desta vez no sufoco, com a instável seleção da Colômbia, que poderia ter ganho o jogo se assim acreditasse? Incrível, não? Não. E explico: há algum tempo, a tônica das seleções argentinas é esta. Desde a Copa de 1994, curiosamente, a última de Maradona, a seleção Argentina não apresenta um futebol digno do potencial individual de seus jogadores.

Sou apaixonado por futebol, então gosto de acompanhar grande parte do que acontece pelo mundo do mais fantástico esporte já inventado. Assisto aos campeonatos Italiano, Espanhol, Inglês e Brasileiro, além de "zapear" pelos campeonatos Francês, Alemão e Argentino, mas estes são mais sem graça. Os maiores craques do planeta jogam os primeiros campeonatos citados, com exceção para o Brasileiro, e muitas vezes vão pra lá muito cedo, caso de Messi que nunca jogou em seu país e de alguns outros jovens talentos que vem surgindo. Estes craques, começando na Europa ou não, passam muito tempo fora de seus países de origem e, via de regra, vivem o ápice de suas carreiras longe de casa, de suas raízes e da forma de jogar futebol de seu país. O resultado é que alguns jogadores não sabem ou se esquecem do que é o futebol do seu país. Como pode um Messi, por exemplo, nunca ter jogado um Boca x River em La Bombonera? Como um cara que nunca viveu uma emoção como esta pode ostentar a camisa dez, que (quase) sempre vestida por craques originários de um destes dois times?

Tudo isto ajuda a explicar o que acontece com a seleção Argentina. Sou do tempo em que a seleção Argentina tinha, obrigatoriamente: um grande camisa dez (Diego Maradona, Riquelme, Ortega, D'Alessandro...), jogadores que sabiam cadenciar e distribuir o jogo; um centroavante goleador (Caniggia, Batistuta, Crespo, Palermo...), que dava um enorme trabalho para os zagueiros e, num piscar de olhos, fuzilavam o gol adversário; um volante vigoroso e inteligente (Simeone, Redondo, Verón...), que era o cara que dominava o meio campo desarmando adversários e fazendo a saída de bola. Isto, para mim, era o futebol Argentino que tanto nos dava medo. Era um tipo de jogo que a Seleção Brasileira não conseguia neutralizar sempre.

Na seleção Argentina atual, vejo uma sombra daqueles volantes em Mascherano, não vejo o camisa dez e muito menos o centroavante. Portanto, não vejo o futebol argentino. Futebol argentino, era o que o Boca apresentava até 2008, o River no início dos anos 2000 e, mais recentemente, o Velez (nesta última libertadores). E vale frisar que estes times que citei tinham todos os elementos comentados anteriormente. Contrariando suas tradições, a Argentina de hoje joga como os principais times europeus, num 4-3-2-1 ou 4-3-3, com pouca inspiração no meio campo e alguma movimentação na frente. Pode até dar certo e a Argentina pode ser campeã da Copa América 2011. Mas eu preferia ver em campo jogadores como Conca, Montillo, D'Alessandro (por que não?), que representam a classe e a raça dos hermanos. Preferia ver o autêntico Tango Argentino.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tá pintando

Brasília (eita, ansiedade!) - E foi divulgada a capa do novo álbum do Red Hot Chili Peppers! O álbum está atrasado, é verdade. Aqui mesmo no blog, comentamos sobre o lançamento que deveria ocorrer em março. Mas enfim. Artistas são assim mesmo. O importante é que a capa está aí o disco até já tem nome: I'm With You. Eu também estou com vocês, caras!


terça-feira, 5 de julho de 2011

Pedrão Recomenda - Rip! A Remix Manifesto

Taguatinga (pensando a respeito) - Recebi esta indicação de tema para o blog de um de nossos mais antigos leitores, o Son (batera da Casa de Swing). Trata-se de um documentário que aborda a delicada questão dos direitos autorais, de como grandes corporações a utilizam para manter um certo controle sobre a cultura e sobre como a sociedade está respondendo a este controle. Sem dúvida trata-se uma questão latente nos dias atuais, que fica ainda mais evidente nos EUA, onde processa-se um cidadão por pouca coisa.

Assiti o documentário completo e ainda não tenho uma opinião formada. Este é um tema clássico para aulas de ética, onde o professor quer provocar argumentações intermináveis onde não se chegará a uma conclusão categórica. O tema, apesar de delicado, é atacado de frente pelo diretor Brett Gaylor e tem algumas passagens interessantes, como a participação de uma especialista em plágio e direitos autorais; de um artista chamado Girl Talk, cujo trabalho é baseado em remixes; de parlamentares e de diversas figuras que participam da discussão, estando diretamente interessadas ou não.

Recomendo o filme, pois assim como o diretor, acredito que a sociedade deverá tomar uma decisão a respeito do tema muito em breve, uma vez que nos moldes quem a lei está escrita atualmente, estamos reféns dos detentores de direitos autorais por um bom tempo. É importante que comecemos a pensar em como tudo isso pode afetar nossa vida e a vida de nossos filhos e netos.

Agradeço ao Son pela indicação e repasso-a aos leitores do blog!

Link oficial: http://ripremix.com/



sábado, 2 de julho de 2011

Lista - Os 3 videoclipes que mais gosto

Taguatinga (que frio é esse?) - O YouTube (www.youtube.com) é um marco na internet e, porque não dizer, na comunicação em geral. Tudo "vai para o YouTube" e todos "vão para o YouTube". Eu mesmo, sou uma daquelas pessoas que, nas horas de ócio, navegam a esmo no portal assistindo a vídeos sugeridos ou relacionados à algum outro. E a navegação vai longe... Esta verdadeira videoteca online permite-nos o acesso desde à vídeos caseiros e sem qualquer objetivo aparente, até documentários educacionais ou investigativos. Se um dos papéis da internet é facilitar o acesso à informação, o youtube tem função preponderante nesta missão.

E uma das coisas fantásticas que o YouTube nos permite é o acesso à videoclipes. Sou do tempo em que os principais artistas lançavam videoclipes no Fantástico. Era pelo menos uma semana inteira naquela tensão, naquela expectativa, para chegar o domingo e assistir três ou quatro minutos, sem direito a repeteco para entender melhor ou rever a parte favorita. Hoje em dia, já tem artista lançando seus clipes direto no YouTube. Às vezes também fazem o anúncio com antecedência para gerar a devida expectativa e movimentação na mídia, mas ao contrário de tempos atrás, não precisamos estar em frente ao PC num determinado horário ou ficar chupando dedo. Hoje em dia, assistimos o clipe na hora que pudermos e quantas vezes quisermos. Ótimo, não?

Toda esta conversa sobre YouTube serviu para introduzir a lista da vez: Os 3 videoclipes que mais gosto. Minha história com videoclipes começou como foi dito anteriormente: no Fantástico. Tempos depois, minha prima, Danielle, descobriu o programa Clipetonita que passava na Rede Manchete. E por um bom tempo, era isso que o tínhamos. Tempos depois, quando o videocassete ficou acessível, trocávamos fitas de VHS com amigos, regravávamos e etc. Até que chegou o DVD e facilitou tudo. Pouco depois, veio o YouTube e hoje estamos aqui. Sãos e salvos.

Sem mais rodeios, vamos à lista. Com todos os videoclipes hospedados onde? Lá mesmo...

1. Michael Jackson - Thriller - OBRIGATÓRIO. Trata-se de um videoclipe obrigatório a qualquer lista do gênero. Qualquer adjetivo aplica-se a ele: genial, maravilhoso, fantástico, inovador, futurista, visionário, enfim. Trata-se da maior obra de arte já produzida em se tratando de videoclipes. Quando MJ lançou este clipe, elevou o nível do ramo. Todos tiveram que correr atrás e poucos chegaram perto. Nenhum clipe foi mais visto, falado ou copiado do que este. Por estas e por outras, MJ é (e sempre será) uma lenda.


2. Aerosmith - Hole in My Soul - Além da história bem contada, devo confessar que na época de lançamento deste clipe eu, assim como nosso herói, era nerd e não pegava ninguém (mentira, pegava sim). Mas o fato é que o Aerosmith sempre fez clipes interessantes e este é fantástico. Até brincava com meus meus amigos, também nerds, que só conseguiríamos ficar com meninas tipo as do clipe, se inventássemos uma máquina dessas do clipe (mentira também, pegávamos todas).


3. LL Cool J - Going Back To Cali - Durante minha adolescência, meu estilo de música favorito era o Hip-Hop. Este clipe era um dos que mais gostava. Gostava do clipe e da música. Este ano, quando estava em Miami, um DJ tocou esta música. Quase tive um infarto na hora. Foi lindo massa demais. Curiosamente, depois que voltei desta viagem, voltei a escutar mais Hip-Hop. Inclusive, estou com um material muito novo e bom. Se alguém quiser, basta me procurar.



Suas Lindas - Maria Sharapova

Taguatinga (ê, lá em casa...) - Mais uma unanimidade na coluna "Suas Lindas". Maria Sharapova é o nome da musa. Entendo muito pouco de tênis. Até hoje não me entra na cabeça o fato de alguns campeonatos serem disputados em partidas de três sets e outros em partidas de cinco sets. Não sei o que é um slice, um backhand, um smash ou wathever. Mas se a Sharapova estiver em quadra, eu paro e assisto. Até porque, com ela em quadra, ninguém vai prestar atenção no jogo mesmo... Aliás, torço para que a partida demore o máximo possível e para que todos os sets terminem no tie break.

Falando um pouco sobre a musa (de forma google free, para ter mais graça). Trata-se de uma russa, de quase 1,90m de altura e que, ao que me parece, é bem ranqueada, já que joga todos os principais torneios do anos (Grand Slams). É o que me basta de informação.


quarta-feira, 29 de junho de 2011

CBF - Até quando?

Taguatinga (nada pessoal...) - No início desta semana, a CBF acenou com o adiamento de alguns jogos do Santos no Campeonato Brasileiro de Futebol (Brasileirão) em função da desfiguração do time, que teve seis jogadores convocados para as seleções principal e sub-20. Atitude extremamente parcial, tendo em vista diversos fatores: outros times também perderão muitos jogadores da mesma forma (como o São Paulo, cinco jogadores), as competições já estavam marcadas entes mesmo que a CBF definisse o calendário do Brasileirão, entre outros. O fato é que a CBF está, mais uma vez, favorecendo um aliado político. Até quando isso vai acontecer?

Ao longo dos anos, ocorreram inúmeras situações semelhantes, mas de alguns anos para cá, a coisa está muito pior. Chegamos ao cúmulo, quando o São Paulo (desafeto público da CBF) sofreu diversas pressões para realizar uma reforma de 1 bilhão de reais em seu estádio (Morumbi) para sediar jogos da Copa 2014 e não cedeu. Desde então, que se vê é uma nítida "má vontade" com o São Paulo e uma comovente "boa vontade" com o seu principal rival, o Corinthians, cujo presidente foi chefe de delegação na campanha da Copa 2010. No ano passado, o Fluminense, Campeão Brasileiro em 2010, também foi alvo da má vontade da CBF, que fez tudo o que podia para dificultar sua vida (incluindo a antecipação do fechamento do Maracanã), culminando com o constrangimento do "magnânimo" na entrega da taça ao campeão.

Esperar que o congresso tome alguma atitude está complicado, tendo em vista que a instabilidade de uma intervenção poderia refletir na realização da Copa 2014 (que já está atrasada) e causar danos à imagem do país no exterior. Eu particularmente, não acredito danos à imagem do país pela exoneração, por corrupção, de uma pessoa que ocupa um cargo público. E reunir provas é apenas uma questão de vontade, porque atualmente a coisa tem sido feita "às claras". E então, quem pode fazer alguma coisa? A quem reclamar? De quem esperar uma atitude?

Cem


Taguatinga (e acelerando) - E chegamos ao post #100. Como já foi dito antes, não imaginava chegar até o post #50 (leia aqui). Vencida esta barreira, já esperava ansiosamente pelo #100 e pensei em diversas formas de escrever este post: escrever uma retrospectiva, escrever sobre os leitores mais assíduos ou ainda escrever sobre a evolução da quantidade de acessos do blog. No fim, não me decidi por nada disso.

Gostaria apenas de dizer à todos, sejam leitores assíduos, eventuais ou ainda futuros leitores, que fico realmente emocionado quando penso que este blog na altura do seu post número #100 (uma criança), já atingiu seu principal objetivo e foi além. Por meio do blog, conversamos sobre uma grande diversidade de  assuntos, tivemos a oportunidade de expandir fronteiras e produzir textos para outros sites, fizemos novas amizades (como o caríssimo Bruno Zaban), recebemos visitas ilustres (Thomas Lang, Vera Figueiredo, entre outros), provocamos lágrimas de pessoas que sensibilizaram-se com alguns textos, fomos lidos em diversos países, enfim. Se o objetivo era a promover integração e fidelizar leitores, atingimos as metas.

Os próximos passos? Não sei. Sinceramente, não tenho ambições maiores do que as iniciais. Portanto, continuaremos postando e esperando a participação de todos. 

Muito obrigado à todos pelo tempo gasto com a leitura de nosso blog. Muito obrigado. É isso.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Choque de realidade

Taguatinga (@pedraohenrique, para os íntimos) - Ontem, uma lenda viva da bateria - Mr. Virgil Donati - esteve em Brasília para apresentar seu Workshop. Pela segunda vez fui a um evento deste tipo (a outra vez está relatada aqui), um workshop. Confesso que não via muita graça em eventos neste formato, onde o tempo é muito curto e não há tanta interação com a figura principal e, por isso, não me interessava em participar. Mas em que outro formato nós, meros mortais, poderíamos ter contato com estes caras? Uma aula particular? Um curso de férias? Sim, apenas numa oportunidade destas, mas neste caso a empreitada é muito mais complicada (mas é possível, certo Deth Santos?). Então, mudei de idéia. O formato é valido, sim. Vamos adiante.


Na noite de ontem estávamos diante de mais um extra-terrestre. Meu conceito para a palavra "pegada" mudou. Eu não bato nas peles da minha bateria, eu encosto suavemente. Uma pele que dura dois ou três anos com o meu uso, durou por uma sessão de aproximadamente duas horas, com Virgil. E ele usa traditional grip (pegada tradicional). TRADITIONAL, gente! Vários aspectos chamaram a atenção na performance de Virgil: técnica apuradíssima, velocidade, precisão, pressão, musicalidade e um domínio fora de série de compassos ímpares e de fórmulas não convencionais de compassos. E tudo isso ao mesmo tempo. Virgil alternou figuras rítmicas entre pernas e mãos, deu dicas sobre o estudo de independência usando a divisão do corpo entre as zonas direita e esquerda, demonstrou diversas idéias para estudo, falou palavrões, arriscou algumas palavras em português, distribuiu baquetas, entre outros. Foi realmente incrível (impressão compartilhada pela maioria das pessoas com quem conversei).


Como não poderia deixar de ser, a galera da Casa de Swing (grupo de bateristas, gente) estava lá em peso: Ted, Hugo, Deth, Kaká, Raphael, Caixeta, Zaban, Tuca, Caco, Paulinho, Thiago, Felipe e eu. Este  dia foi muito aguardado e ainda não conversei com todos a respeito das impressões de cada um. Embora tenha alguma idéia do que vai ser dito, é sempre bom compartilhar diferentes impressões sobre a mesma experiência. Até os não bateristas estavam boquiabertos. A evento também foi importante para rever amigos, como o Jow e o meu primeiro professor - Fábio Pereira - que confidenciou-me, após o workshop, ter decidido parar de tocar bateria (brincadeira dele, claro!). Outro ponto alto da noite, foi a oportunidade de conhecer pessoalmente o responsável pelas áreas comercial e de marketing da Pearl na América Latina, marca que está na minha vida há tempos (leia aqui): o Sr. Ricardo D'Apice, ao qual prometi fazer uma visita à sede nacional da Pearl, em São Paulo.

É claro que num evento como este, assimila-se muito pouco sobre técnica propriamente dita e por isso, os maiores ensinamentos que tiro estão nos aspectos "extra-bateria". Por exemplo: quando perguntado sobre sua rotina de estudos, Virgil respondeu: "Tenho outras obrigações além de tocar bateria e, por isso é difícil manter uma rotina, porém tento estudar de duas a cinco horas por dia. Você, provavelmente, precisa de mais do que isto.". Muita gente riu na platéia, achando graça da "tirada de onda" de Virgil. Apesar de não conhecer a pessoa que lhe fez a pergunta, Virgil recomendou-lhe uma rotina pesada de estudos, o que certamente seria aplicado a qualquer pessoa que estava no auditório, exceto ao próprio. Por que? Porque este foi o caminho percorrido por ele para chegar ao nível onde está. Talvez o que Virgil quis dizer naquele momento é que não há atalhos. Como ele disse em outro momento, deve-se "estudar de forma inteligente". Duas dicas simples e diretas, pura realidade. Realidade esta, que estava ali, na nossa frente.

domingo, 19 de junho de 2011

Suas Lindas - Marina Lima

Taguatinga (outro dia deu problema...) - A musa da vez é a outrora vitaminadíssima, hoje charmosíssima: Marina Lima. Uma das principais musas do Blog. Outro dia fiz uma lista de divas e ela estava lá, claro. Lembrei-me de Marina este fim de semana ao assistir um programa na MTV (Grêmio Recreativo, era o nome), protagonizado por Arnaldo Antunes e que contou com a brilhante participação de nossa musa.


Marina anda sumida da cena nacional e não sei se ela anda dando as caras no Rio ou em Sampa. O fato é que acredito que perdemos bastante com sua inatividade. Inatividade esta, cujos motivos nunca foram muito bem explicados. Uma vez falou-se em um problema nas cordas vocais; outra vez, em depressão. Nunca a vi falar abertamente sobre o assunto (até gostaria). Mas o fato é que de um tempo para cá, Marina passa bastante tempo sumida entre uma aparição e outra. O que acho uma pena.


Meu lance com Marina começou quando eu ainda era criança. Primeiro fiquei fã de músicas como: Fullgás,  Uma Noite e Meia, À Francesa, Pra Começar, Charme do Mundo e outras. Depois, na  minha adolescência, quando foi lançado o disco Abrigo, o posto musa propriamente dita foi alcançado definitivamente. Já na fase adulta, tive a oportunidade de vê-la ao vivo em 2003, na turnê do Acústico MTV. Comprei os ingressos com antecedência, escolhi lugares estrategicamente posicionados e fiquei só esperando o grande dia. Chegado o dia, fui atrapalhado por uma lesão no joelho (passei a tarde toda no hospital) e pelo fato da Cris estar de plantão. Resultado: chegamos ao show atrasadíssimos e vimos apenas três músicas mais o bis. Claro que fiquei muito puto triste e a Cris, sabendo de toda a minha história com a Marina, prometeu convidar-me para outra apresentação, mesmo que fosse fora de Brasília. Ainda estou esperando. Um dia ela me leva...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Lista - Os livros que marcaram a minha vida

Taguatinga (já fui bom nisso) - Posso dizer que alguns livros marcaram a minha vida de alguma maneira, seja na minha formação/consolidação como leitor ou na maneira de ver os fatos naquele momento. A idéia é mencionar e falar um pouco do que me lembro destes livros e do que eles representaram. Cada um em sua época. Hoje em dia não leio com tanta frequência. Nem havia me dado conta, mas minha média anual caiu de doze a quinze livros, enquanto adolescente, para dois ou três no ano passado. Uma pena, já que a leitura é uma forma fantástica de adquirir cultura e conhecimento. Adorava ler livros de aventura, enquanto adolescente, e romances policiais, numa fase um pouco mais adulta. Enjoei dos últimos quando eles começaram a ficar muito previsíveis (Agatha Christie e Sidney Sheldon que não me escutem). Há algum tempo, procurava os mais lidos, indicados pela Veja ou outras do gênero, ou vasculhava as estantes dos "Mais Vendidos", na livraria Siciliano, Saraiva ou Nobel. Também não fui muito feliz nesta estratégia, o que, talvez, tenha me tirado um pouco do caminho. Salvo uma ou outra exceção, os livros que mais gostei, chegaram a mim por acaso, por força do destino ou por uma indicação pessoal, nem sempre embasada. Nunca tinha visto este fato por esta ótica. Interessante...


1 - Éramos Seis (Maria José Dupré) - Não sei precisar em quais épocas li esta obra prima, mas o li umas duas ou três vezes. Acho que me identificava com o Zezé, talvez pela questão de ser o menor da casa ou brincar no quintal imaginando várias situações. Acho que toda criança tinha um pouco de Zezé em sua forma de brincar, em sua relação com a família, com o mundo e etc. Até porque, afinal, Zezé era uma  típica criança, com todas as dores e prazeres desta fase da vida. Mais prazeres do que dores.


2 - Aventuras de Xisto (Lúcia Machado de Almeida) - Trata-se de um livro bem bobinho. Uma narrativa extremamente fantasiosa de um garoto com muita imaginação. Tanto que nada na história deste livro me marcou ao ponto de lembrar agora. A importância deste livro está no fato de que este foi o primeiro livro que li da Coleção Vaga-Lume da Editora Ática. Ganhei-o do Tio Mário quando tinha 9 (nove) anos. Depois deste, li quase todos os livros que pude desta coleção. Cheguei a uma fase, onde fui o recordista da biblioteca da Escola Classe 6 de Taguatinga, quando lia um livro por dia. Pegava num dia e devolvida no outro. A professora Dorinha, que cuidava da biblioteca, ficava espantada. Ao fim de 1992, os únicos livros desta coleção que ainda não havia lido, foram aqueles aos quais não tive acesso.


3 - Veronika Decide Morrer (Paulo Coelho) - Este livro chegou às minhas mãos por meio da Tia Daisy, que trabalhava no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), do Ministério da Cultura, e havia ganho o livro. Ela o emprestou a mim sem saber do que tratava-se. E eu o recebi sem qualquer expectativa. Sabe aquela coisa da leitura certa, na hora certa e no lugar certo? Pois bem, foi isso o que aconteceu comigo. Uma coisa fenomenal. Talvez, se ler este livro hoje não terei a mesma opinião. Tem coisas na vida que são assim, certo? Tem a hora e o lugar certo para viver e pronto. Deixemos a situação lá atrás, onde ela foi especial. 
Vale um breve comentário sobre o autor: Paulo Coelho. Sei que é um cara polêmico e que há fãs incondicionais e pessoas que não gostam de seu trabalho. Eu não sou de nenhum dos dois grupos. Li dois livros dele até hoje, Veronika Decide Morrer e O Diário de Um Mago. Gostei de um, não gostei de outro. Ponto.

Deu uma saudade danada destes tempos...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Trinta e Uns

Taguatinga (é dia 20, quero presente!) - Este mês, faço 31 (trinta e um) anos. Não sei se tem muito a ver, mas há uns dois ou três anos ando mais filosófico e, desta vez, me peguei filosofando sobre o quanto a idade me transformou ao longo do tempo. Ainda não cheguei a uma clara conclusão, mas é certo que desde o nascimento dos gêmeos, estou mais prudente, menos inconsequente, faço alguns planos a longo prazo, enfim, estou mais medroso mesmo. Amadureci, como se diz.


Aliás, na minha concepção, o que mais me faz diferença nesta história de amadurecer, ficar mais velho, ganhar mais uma primavera e etc. é o aumento do medo. Dizem que ao longo do tempo aprendemos  atalhos, a trilhar caminhos mais diretos e a errar menos. Grande coisa! Adorava mesmo quando batia cabeça várias vezes até chegar a algum objetivo e, quando conseguia, sentia aquele gostinho de vitória, por mais irrisório que fosse; quando cada conquista demorava tanto, que dava tempo de sentir ansiedade, desespero e tudo o que era necessário para ter orgulho a cada pequeno feito; quando não tinha vergonha o receio de dizer ou fazer o que viesse à cabeça.

E já que estou ficando mais velho e mais medroso, posso revelar aqui qual o meu maior receio: o de perder o brilho adolescente nos olhos, de desistir de mudar as coisas que não acho que estão corretas, de não tentar melhorar o mundo em que vivo e de me tornar um pai proibitivo para os gêmeos. Gostaria de ter sabedoria para unir o melhor dos dois mundos. Resumindo: amadurecer sem deixar o espírito adolescente de lado; ousar sem ser inconsequente; tentar, sabendo que o resultado pode não ser aquele eu gostaria que fosse; e ter consciência das dificuldades, mas não deixar de acreditar que pode dar certo. Meu maior medo é amadurecer e deixar de ser quem sempre fui.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Run Forest!

Brasília (e está tudo ok) – Na semana passada, li o texto da Coluna “Text Writer” do portal Grande Prêmio (leia aqui), escrita pela blogueira Carolina Mendes. Não achei o texto brilhante, tendo em vista o pouco foco dado ao Grande Prêmio de Mônaco (que deveria ser o objeto principal do texto), mas uma afirmação ficou martelando na minha cabeça: 
“Sou do tipo de idiota que aceita desafios. Mesmo desafios, que mais que desafios, são pura imbecilidade.”. 
Parecia que Carolina estava falando sobre mim, ou melhor, parecia eu falando sobre mim mesmo. Sou exatamente do mesmo jeito. Tenho uma dificuldade imensa em dizer “não” frente a uma nova situação, uma situação desafiadora ou uma situação que me leve a descobrir um novo limite. E foi esta mesma incapacidade, que me levou a aceitar o desafio de integrar a equipe Run Forest! e correr a Ultramaratona Volta do Lago Caixa, que aconteceu no último domingo, dia 05 de junho.


Qual criatura, em sã consciência, aceitaria participar de uma prova em que oito pessoas se revezariam entre quatorze trechos para percorrer, ao todo, uma distância de 100 Km, tendo participado, até então, de uma única corrida de 5 Km? Parece insano, não? Foi exatamente o que me ocorreu quando contornei a subida da Ponte do Bragueto, no fim da Asa Norte, após percorrer aproximadamente 5,5 Km, de um total de 6,8 Km, desde o Centro Olímpico da Unb até a Câmara Legislativa. Este foi o terceiro trecho da prova, o meu primeiro. Enquanto me indagava: “O que estou fazendo aqui?”, o monitor cardíaco denunciava a razão do desespero: 194 bpm. Aparentemente, o meu limite (desconhecido até ali). Reduzi a passada, respirei fundo e consegui chegar a um ritmo cardíaco que me permitiu completar o trecho e passar o chip (uma espécie de bastão) para a Carol, que faria o próximo trecho. Fui recepcionado pelo Luiz (líder de nossa equipe) e pelo Érico (nosso coordenador). “Vamos aproveitar o gás e voltar para o ônibus correndo”, disse-me Luiz. Até ensaiei um trote, mas faltou-me fôlego até para dizer que estava exausto. Fui andando mesmo. Completei os 6,8 Km em 32'59", nada mal.

Ao entrar no ônibus, meu pensamento era o de convencer alguém a me substituir no segundo trecho, tamanho era o desgaste. Foi aí que vi a diferença que a equipe era capaz de fazer. Todos me parabenizaram, motivaram, além de me ajudar com a hidratação e alimentação. Em pouco menos de dez minutos, já estava confiante novamente. Àquela altura, havíamos completado dois trechos: o primeiro, do início do Eixão Sul à Concha Acústica, onde a Maria voou; e o segundo, da Concha Acústica ao Centro Olímpico da Unb percorrido velozmente pelo Luciano. Voltamos para o ônibus e fomos em disparada para o início do Lago Norte, onde a Carol passaria o chip para o Luiz. Tínhamos que ser rápidos neste deslocamento, pois este trecho, da Câmara Legislativa ao início do Lago Norte, era um dos mais curtos da prova (sua dificuldade era o terreno acidentado). Fizemos tudo certinho e prosseguimos. O trecho que o Luiz estava percorrendo era a maior perna do circuito, do Parque do Lago Norte ao Clube do Congresso, com 9,5 Km. Ao final, o Luiz estava muito desgastado e assim tinha que ser, já que ele havia completado em 47', um tempo espetacular! Vale um parêntese: havíamos planejado completar a prova em 10 horas, com uma média de 6 minutos por kilômetro e vínhamos baixando o tempo a cada trecho completado. Fecha parêntese.


O próximo trecho, do Clube do Congresso ao Deck Norte seria engolido pelo Victor Miguel que correu muitíssimo bem. Do Deck Norte ao Piscinão do Lago Norte, fomos representados pelo Marcelo que correu um trecho dificílimo, com diversas subidas, rindo e fazendo graça. Do Piscinão do Lago Norte ao Paranoá, nosso representante foi o Victor Propato, nossa arma secreta. Um cara que tem cinqüenta anos e dá show em muitos garotos (incluindo este que vos bloga). E chega um dos trechos mais críticos da prova: da entrada do Paranoá à Ermida Dom Bosco, com uma subida de dar medo logo depois da ponte da Barragem do Paranoá. Eis que o Luciano percorreu esta subida sorrindo. Não à toa, foi batizado de herói.

Já havíamos completado mais da metade da prova e o clima dentro do nosso ônibus não poderia ser melhor: muita descontração, principalmente graças à Maria, que tem um alto astral fantástico e funciona em 220 volts; o apoio dado a cada integrante que completava um trecho era fundamental para atenuar o desgaste; a trilha sonora era de primeira, embora o mesmo CD tenha tocado umas dez vezes. Todos estavam motivados, entregues e focados no objetivo e aqui vale registrar o trabalho de um cara fundamental: o Érico, nosso coordenador. Este cara não participou da prova como corredor, mas correu para fazer as coisas funcionarem, organizou tudo, anotou os tempos, preocupou-se com a logística, orientou as transições e tudo mais. Sem este cara, certamente não alcançaríamos o mesmo resultado.

O relógio marcava aproximadamente meio dia e trinta quando o Luciano entregou o chip à Carol, na Ermida Dom Bosco. Sua missão seria correr até a Terceira Ponte. Neste intervalo, aproveitei para descansar (dormir mesmo), já que ainda teria um trecho de 8 Km pela frente. O próximo a correr foi o Victor Miguel, que deveria ir da Terceira Ponte até a QL 16 do Lago Sul. E foi rápido. O chip foi entregue ao Marcelo, e este deveria entregá-lo a mim no Pontão do Lago Sul. Tivemos um pequeno desencontro neste deslocamento e tive que pegar uma carona na van de outra equipe. Nada que atrasasse nossa transição, 16’ após a saída do Marcelo.


E mais uma vez, estava eu, correndo em busca dos meus limites. Desta vez não deixaria meu ritmo cardíaco passar de 190 (um limite que havia acabado de conhecer), então comecei de forma mais comedida, até porque o início do meu trecho foi uma espécie de cross-country (não sei nem como se escreve) e no fim do trecho eu teria que enfrentar a subida da Unieuro. Percorri meus últimos 8 Km com menos dificuldade do que esperava. Mantive o ritmo cardíaco dentro de níveis seguros, porém senti um pouco do desgaste causado pelo primeiro trecho, o que me fez continuar no ritmo em que comecei, de aproximadamente 05'20" por kilômetro. Um aspecto muito importante neste trecho foi o apoio das pessoas que estavam passando na rua, sem qualquer envolvimento  com a prova. Fui cumprimentado em paradas de ônibus, ruas residenciais, por carros que estavam passando e por uma senhora que acompanhava a prova e que, curiosamente, posicionou-se em dois pontos fundamentais deste trecho: antes de duas fortes subidas. "Vai meu filho, força!" - é o que me lembro de ter ouvido. Em nosso segundo "encontro", retribuí seu apoio fazendo um sinal de positivo e mandando-lhe um beijo com a palma da mão. Era o mínimo que podia fazer. Completei este trecho em 43'37", entregando o chip para a Maria que nos representaria até a linha de chegada.

Entrar no ônibus após ter percorrido 8 Km foi fantástico, significou bastante. Acredito que o Marcelo percebeu isso e me recebeu com uma cerveja geladíssima. Mais uma vez, ficamos alerta para oferecer apoio à Maria. Apoio dado, nos dirigimos à linha de chegada, onde recepcionaríamos nossa corredora e onde ultrapassaríamos a linha de chegada juntos. Ficamos sentados no meio fio, à beira do Eixão (altura do Banco Central) e, quando a Maria apontou na reta, todos levantaram e ficaram em posição. Corremos, todos juntos, 50 metros para a glória, para a vitória do coletivo, da superação e do companheirismo. Êxtase era a palavra. Completamos a prova em 08:47:47 (tempo oficial), ficando com a vigésima sétima colocação entre os octetos mistos. Participar desta prova, além da realização pessoal de correr aproximadamente 15 Km, renovou-me a chama do esporte em equipe, que havia esfriado em algumas experiências vividas recentemente. A equipe Run Forest!, além destes resultados, me trouxe alegria, confiança, apoio, companheirismo e a possibilidade de viver um clima que não dá para descrever aqui. Junto com as pessoas certas, podemos vencer quaisquer desafios: físicos, mentais, sociais ou profissionais. Ano que vem tem mais!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Porque não estou postando

Taguatinga (...) - Não sei se alguém anda visitando o blog de vez em quando, não sei se alguém leu os últimos posts (que já tem quase um mês) e admito que nem eu tenho entrado muito por aqui. Os motivo da inatividade são muitos: o trabalho está consumindo muito tempo, estou tocando em quatro bandas e estou numa nova empreitada. Trata-se de corridas. Não estou falando em corrida de automóveis, de bicicleta, de autorama ou algo que o valha. É corrida à pé mesmo!

Sempre pratiquei esportes. Os mais diversos: futebol (e muito, em quantidade), vôlei, basquete, handebol, entre outros. E sempre tive gosto por aprender um novo esporte. Daí apareceu o lance da corrida. Um belo dia, o Rafael Sales (ou apenas o "Sekão") postou novas fotos registrando algumas de suas participações em corridas no Facebook. Eu, que vinha correndo sem muita pretensão havia algum tempo, já intimei-o convidei-o a fazer uma prova juntos.


Havia corrido em provas organizadas apenas quando criança, devia ter uns onze ou doze anos. E de repente, um amigo (que já era meu amigo desde aqueles tempos) estava correndo. Que legal! Eis que o Rafael atendeu ao meu chamado e logo depois apareceu a Tamara, que trouxe a Carol e a Jaqueline. Estava formada a equipe Sekão Sports (batizada por mim). Completando a equipe vieram o Wesley (Leleco) e o Galeguinho. Nosso primeiro desafio: Corrida da União Européia, no Eixão Sul.

Meu desafio era correr 5Km. Já havia corrido distâncias até maiores, mas uma prova é diferente. Mais diferente ainda, era o sol forte, já que eu estava acostumado a correr apenas à noite. Nos organizamos e combinamos de ir juntos (em dois grupos) para facilitar a logística e para entrar no clima. As meninas foram pontuais e largaram junto com todo o pelotão. Como nós, os rapazes, chegamos em cima da hora, largamos 10 minutos após a saída do pelotão. A prova foi uma "delícia": largamos forte (e eu não tinha noção nenhuma disso); corri junto com o Rafael por 2Km; fiquei para trás; bebi meio copo d'água aos 2,5Km; quase morri aos 3,5Km; ganhei um gás novo, vindo não sei de onde, aos 4Km; dei um sprint aos  4,5Km; e cheguei. Fiz a prova em 24'53". Exausto, quase sem fôlego, meio tonto e, acima de tudo, feliz.


Após o fim da prova conseguimos reunir todos os corredores da Sekão Sports e ainda encontrei outros amigos: Luciano e Márcia, Carol e Marcelo. Marquei com o Kaká, que acabou inscrevendo-se por meio do meu convite, mas não nos encontramos. Foi um dia de superação, encontros e desencontros. Foi o início de uma de minhas novas atividades: a corrida. Desde então tenho treinado periodicamente. Quando não estou trabalhando até tarde, estou no estúdio com alguma banda ou estou treinando, o que me deixa exausto. Por esta e por outras, não estou postando.

São causas nobres, vai...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Adeus, Sheik


Brasília (não podia deixar de comentar) - Certas pessoas não gostam de aproveitar as chances que a vida lhe oferece. Emerson, hoje ex-jogador do Fluminense foi um destes caras. Tinha a faca e o queijo na mão para ser ídolo do clube que tem a torcida mais apaixonada do país. Trabalhou para isto (diga-se). Porém jogou tudo na lata de lixo. Não na hora em que cantou a música do arquirrival (escreve-se assim mesmo?), mas ao desferir contra o clube em entrevista à Rede Globo. 

Até ali, alguns torcedores ainda defendiam a sua permanência ou contestavam a condução da situação pela diretoria do Flu. Mas a partir daquele momento, Sheik mostrou a sua verdadeira face, seu verdadeiro caráter. Falou mal de companheiros, falou mal do clube, destilou seu veneno contra um dos maiores ídolos atuais e líder do time (Fred) e ainda quis posar como vítima. Ali, naquela desastrosa entrevista, Emerson jogou por água abaixo o que construíra no ano passado.

Emerson, preferia não ter que ver alguém igual a você usando a camisa Tricolor ao rever as imagens do título Brasileiro de 2010. Um título que teve a cara de jogadores como Washington, Conca, Diguinho, Mariano... e que, infelizmente teve como desfecho um gol seu. Você não merecia isto e nós, muito menos. Siga seu caminho, de preferência bem longe das Laranjeiras. Adeus.

O que deu para fazer

Taguatinga (desculpem, desculpem-me) - No último post prometi fazer uma série em homenagem ao aniversário de Brasília. Por diversos motivos a série não saiu. Motivos estes que variaram da simples e singela preguiça até imprevistos cabalísticos. Uma pena, mas às vezes este tipo de coisa acontece na vida: planejamos uma situação, imaginamos mil e uma coisas, projetamos sua realização e no fim, nada. Zero. Foi este o caso.

Para não perder totalmente o bonde, usarei o material que tenho em mãos e uma parte das idéias que tinha em mente em um único post. Ainda não sei o tamanho que vai ficar e nem se vai fazer algum sentido, mas aí via a tentativa.

Brasilienses, em geral, estão acostumados a percorrer o que seriam grandes percursos em outras regiões do país, em um único dia ou em uma única "ida". Eu, por exemplo, percorro dezessete kilômetros todos os dias para ir ao trabalho. Ida e volta totalizam aproximadamente trinta e cinco kilômetros. Em algumas regiões do Brasil,  o que é corriqueiro em Brasília, seria considerado uma viagem. Falei sobre esta particularidade para chegar numa outra situação que apesar de corriqueira para nós, é uma raridade em outros lugares: os monumentos. Em Brasília, há monumentos para todos os lados: palácios, estátuas, memoriais e etc. E em nossas "viagens" rotineiras, às vezes não nos damos conta de quão bonita é a nossa cidade.

Outro dia, registrei com a câmera do meu celular, meu trajeto entre a academia e o trabalho, na hora do almoço, uma parte da cidade que eu conheço desde sempre.


Memorial JK - Não sei muito sobre este lugar. Trata-se de um museu/mausoléu dedicado à Juscelino Kubistchek. Entrei lá uma vez, quando tinha oito anos (acho). Foi numa visita de alguns familiares à Brasília. Ao que me lembro, há alguns objetos interessantes lá dentro: uma caneta usada por Juscelino enquanto presidente do Brasil (e que foi usada para assinar alguma coisa importante); a espada recebida na posse presidencial; e o carro em que JK sofreu o acidente que resultou em sua morte (estranho isso). Mas o que mais me marca neste monumento é que, quando eu era criança, ao passar pelo prédio dizia para minha mãe: "Olha, mãe: o moço tá dando tchau para nós!" e, de dentro do ônibus, na mais autêntica espontaneidade infantil, dava tchau para o "moço". Hoje em dia, não dou mais tchau para o moço, mas ele continua lá, dando tchau para todos que passam pelo eixo monumental.


Torre de TV - Apesar do nome, sinceramente, não sei a Torre de TV funciona realmente como uma "torre de TV". Para mim, as duas principais funções da Torre são: o mirante (que não sei se está funcionando) e a feira, que funciona a pleno vapor seis dias por semana. Antigamente também havia um restaurante num piso abaixo do mirante. Nunca fui lá, mas acredito que tratava-se de um bom restaurante. A feira da torre é um espetáculo à parte: muito artesanato, bordados, comidas nordestinas (ótimas), pipas, brinquedos, móveis de marcenaria e uma infinidade de coisas. Para muitos, "ir à feira da Torre" é um programa dominical.


Estádio Mané Garrincha - Já vi alguns jogos no Mané Garrincha. Alguns, não. Muitos. Foi neste estádio que vi meu primeiro jogo "in loco". Foi um jogo de masters entre Brasil x França. Terminou em 8 x 1 para o Brasil, salvo engano. O time contava com Rivelino, Paulo Victor, Edu Bala e outros craques. Quase não dormi neste dia. Ver ao vivo a mesma Seleção que passava aos domingos na TV Bandeirantes foi a realização de um sonho. O Mané já está em reforma para sediar a Copa 2014. Sempre quis jogar neste estádio mas nunca rolou.


Conjunto Nacional - Trata-se do shopping mais antigo da cidade. E do mais movimentado também, dada a proximidade com a rodoviária de Brasília. O Conjunto Nacional é um verdadeiro guerreiro. Já passou por diversas mudanças para adaptar-se às novas tendências de mercado e continua firme e forte. Houve um tempo em que estagiava numa empresa que ficava próxima e almoçava ali todos os dias. Nesta época, eu sabia a localização de todas as lojas do Conjunto (como é conhecido). Conhecia até alguns vendedores e atendentes de lanchonetes e restaurantes. Foi no Conjunto que comi no Mc Donald's pela primeira vez (naquela promoção da música do Big Mac); assisti meu último filme dos trapalhões: Os Trabalhões na Terra dos Monstros; dei o primeiro "perdido" na minha mãe, aos quatro ou cinco anos, junto com o Tio Pedro; dei meu primeiro passeio no dia que comprei meu primeiro carro; tirei meu CPF; enfim, foi onde fiz uma infinidade de coisas.

Todos estes pontos que citei são apenas parte do que temos aqui em Brasília. Lugares pelos quais passamos quase todos os dias, mas que muitas vezes não nos damos conta de tanta beleza e tantas histórias carregam. Às vezes, me lembro do quanto nossa cidade é bonita. Normalmente, preciso de uma visita de pessoas de fora ou de uma viagem para outra cidade para isso. Produzir este post também me fez relembrar algumas passagens importantes sobre a cidade e sobre mim mesmo. A idéia inicial era fazer algo muito maior do que isto, comentar a lógica dos endereços, falar sobre as gírias e costumes e etc. Não era esta a série que eu pretendia, mas foi o que deu para fazer.

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