quarta-feira, 29 de junho de 2011

CBF - Até quando?

Taguatinga (nada pessoal...) - No início desta semana, a CBF acenou com o adiamento de alguns jogos do Santos no Campeonato Brasileiro de Futebol (Brasileirão) em função da desfiguração do time, que teve seis jogadores convocados para as seleções principal e sub-20. Atitude extremamente parcial, tendo em vista diversos fatores: outros times também perderão muitos jogadores da mesma forma (como o São Paulo, cinco jogadores), as competições já estavam marcadas entes mesmo que a CBF definisse o calendário do Brasileirão, entre outros. O fato é que a CBF está, mais uma vez, favorecendo um aliado político. Até quando isso vai acontecer?

Ao longo dos anos, ocorreram inúmeras situações semelhantes, mas de alguns anos para cá, a coisa está muito pior. Chegamos ao cúmulo, quando o São Paulo (desafeto público da CBF) sofreu diversas pressões para realizar uma reforma de 1 bilhão de reais em seu estádio (Morumbi) para sediar jogos da Copa 2014 e não cedeu. Desde então, que se vê é uma nítida "má vontade" com o São Paulo e uma comovente "boa vontade" com o seu principal rival, o Corinthians, cujo presidente foi chefe de delegação na campanha da Copa 2010. No ano passado, o Fluminense, Campeão Brasileiro em 2010, também foi alvo da má vontade da CBF, que fez tudo o que podia para dificultar sua vida (incluindo a antecipação do fechamento do Maracanã), culminando com o constrangimento do "magnânimo" na entrega da taça ao campeão.

Esperar que o congresso tome alguma atitude está complicado, tendo em vista que a instabilidade de uma intervenção poderia refletir na realização da Copa 2014 (que já está atrasada) e causar danos à imagem do país no exterior. Eu particularmente, não acredito danos à imagem do país pela exoneração, por corrupção, de uma pessoa que ocupa um cargo público. E reunir provas é apenas uma questão de vontade, porque atualmente a coisa tem sido feita "às claras". E então, quem pode fazer alguma coisa? A quem reclamar? De quem esperar uma atitude?

Cem


Taguatinga (e acelerando) - E chegamos ao post #100. Como já foi dito antes, não imaginava chegar até o post #50 (leia aqui). Vencida esta barreira, já esperava ansiosamente pelo #100 e pensei em diversas formas de escrever este post: escrever uma retrospectiva, escrever sobre os leitores mais assíduos ou ainda escrever sobre a evolução da quantidade de acessos do blog. No fim, não me decidi por nada disso.

Gostaria apenas de dizer à todos, sejam leitores assíduos, eventuais ou ainda futuros leitores, que fico realmente emocionado quando penso que este blog na altura do seu post número #100 (uma criança), já atingiu seu principal objetivo e foi além. Por meio do blog, conversamos sobre uma grande diversidade de  assuntos, tivemos a oportunidade de expandir fronteiras e produzir textos para outros sites, fizemos novas amizades (como o caríssimo Bruno Zaban), recebemos visitas ilustres (Thomas Lang, Vera Figueiredo, entre outros), provocamos lágrimas de pessoas que sensibilizaram-se com alguns textos, fomos lidos em diversos países, enfim. Se o objetivo era a promover integração e fidelizar leitores, atingimos as metas.

Os próximos passos? Não sei. Sinceramente, não tenho ambições maiores do que as iniciais. Portanto, continuaremos postando e esperando a participação de todos. 

Muito obrigado à todos pelo tempo gasto com a leitura de nosso blog. Muito obrigado. É isso.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Choque de realidade

Taguatinga (@pedraohenrique, para os íntimos) - Ontem, uma lenda viva da bateria - Mr. Virgil Donati - esteve em Brasília para apresentar seu Workshop. Pela segunda vez fui a um evento deste tipo (a outra vez está relatada aqui), um workshop. Confesso que não via muita graça em eventos neste formato, onde o tempo é muito curto e não há tanta interação com a figura principal e, por isso, não me interessava em participar. Mas em que outro formato nós, meros mortais, poderíamos ter contato com estes caras? Uma aula particular? Um curso de férias? Sim, apenas numa oportunidade destas, mas neste caso a empreitada é muito mais complicada (mas é possível, certo Deth Santos?). Então, mudei de idéia. O formato é valido, sim. Vamos adiante.


Na noite de ontem estávamos diante de mais um extra-terrestre. Meu conceito para a palavra "pegada" mudou. Eu não bato nas peles da minha bateria, eu encosto suavemente. Uma pele que dura dois ou três anos com o meu uso, durou por uma sessão de aproximadamente duas horas, com Virgil. E ele usa traditional grip (pegada tradicional). TRADITIONAL, gente! Vários aspectos chamaram a atenção na performance de Virgil: técnica apuradíssima, velocidade, precisão, pressão, musicalidade e um domínio fora de série de compassos ímpares e de fórmulas não convencionais de compassos. E tudo isso ao mesmo tempo. Virgil alternou figuras rítmicas entre pernas e mãos, deu dicas sobre o estudo de independência usando a divisão do corpo entre as zonas direita e esquerda, demonstrou diversas idéias para estudo, falou palavrões, arriscou algumas palavras em português, distribuiu baquetas, entre outros. Foi realmente incrível (impressão compartilhada pela maioria das pessoas com quem conversei).


Como não poderia deixar de ser, a galera da Casa de Swing (grupo de bateristas, gente) estava lá em peso: Ted, Hugo, Deth, Kaká, Raphael, Caixeta, Zaban, Tuca, Caco, Paulinho, Thiago, Felipe e eu. Este  dia foi muito aguardado e ainda não conversei com todos a respeito das impressões de cada um. Embora tenha alguma idéia do que vai ser dito, é sempre bom compartilhar diferentes impressões sobre a mesma experiência. Até os não bateristas estavam boquiabertos. A evento também foi importante para rever amigos, como o Jow e o meu primeiro professor - Fábio Pereira - que confidenciou-me, após o workshop, ter decidido parar de tocar bateria (brincadeira dele, claro!). Outro ponto alto da noite, foi a oportunidade de conhecer pessoalmente o responsável pelas áreas comercial e de marketing da Pearl na América Latina, marca que está na minha vida há tempos (leia aqui): o Sr. Ricardo D'Apice, ao qual prometi fazer uma visita à sede nacional da Pearl, em São Paulo.

É claro que num evento como este, assimila-se muito pouco sobre técnica propriamente dita e por isso, os maiores ensinamentos que tiro estão nos aspectos "extra-bateria". Por exemplo: quando perguntado sobre sua rotina de estudos, Virgil respondeu: "Tenho outras obrigações além de tocar bateria e, por isso é difícil manter uma rotina, porém tento estudar de duas a cinco horas por dia. Você, provavelmente, precisa de mais do que isto.". Muita gente riu na platéia, achando graça da "tirada de onda" de Virgil. Apesar de não conhecer a pessoa que lhe fez a pergunta, Virgil recomendou-lhe uma rotina pesada de estudos, o que certamente seria aplicado a qualquer pessoa que estava no auditório, exceto ao próprio. Por que? Porque este foi o caminho percorrido por ele para chegar ao nível onde está. Talvez o que Virgil quis dizer naquele momento é que não há atalhos. Como ele disse em outro momento, deve-se "estudar de forma inteligente". Duas dicas simples e diretas, pura realidade. Realidade esta, que estava ali, na nossa frente.

domingo, 19 de junho de 2011

Suas Lindas - Marina Lima

Taguatinga (outro dia deu problema...) - A musa da vez é a outrora vitaminadíssima, hoje charmosíssima: Marina Lima. Uma das principais musas do Blog. Outro dia fiz uma lista de divas e ela estava lá, claro. Lembrei-me de Marina este fim de semana ao assistir um programa na MTV (Grêmio Recreativo, era o nome), protagonizado por Arnaldo Antunes e que contou com a brilhante participação de nossa musa.


Marina anda sumida da cena nacional e não sei se ela anda dando as caras no Rio ou em Sampa. O fato é que acredito que perdemos bastante com sua inatividade. Inatividade esta, cujos motivos nunca foram muito bem explicados. Uma vez falou-se em um problema nas cordas vocais; outra vez, em depressão. Nunca a vi falar abertamente sobre o assunto (até gostaria). Mas o fato é que de um tempo para cá, Marina passa bastante tempo sumida entre uma aparição e outra. O que acho uma pena.


Meu lance com Marina começou quando eu ainda era criança. Primeiro fiquei fã de músicas como: Fullgás,  Uma Noite e Meia, À Francesa, Pra Começar, Charme do Mundo e outras. Depois, na  minha adolescência, quando foi lançado o disco Abrigo, o posto musa propriamente dita foi alcançado definitivamente. Já na fase adulta, tive a oportunidade de vê-la ao vivo em 2003, na turnê do Acústico MTV. Comprei os ingressos com antecedência, escolhi lugares estrategicamente posicionados e fiquei só esperando o grande dia. Chegado o dia, fui atrapalhado por uma lesão no joelho (passei a tarde toda no hospital) e pelo fato da Cris estar de plantão. Resultado: chegamos ao show atrasadíssimos e vimos apenas três músicas mais o bis. Claro que fiquei muito puto triste e a Cris, sabendo de toda a minha história com a Marina, prometeu convidar-me para outra apresentação, mesmo que fosse fora de Brasília. Ainda estou esperando. Um dia ela me leva...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Lista - Os livros que marcaram a minha vida

Taguatinga (já fui bom nisso) - Posso dizer que alguns livros marcaram a minha vida de alguma maneira, seja na minha formação/consolidação como leitor ou na maneira de ver os fatos naquele momento. A idéia é mencionar e falar um pouco do que me lembro destes livros e do que eles representaram. Cada um em sua época. Hoje em dia não leio com tanta frequência. Nem havia me dado conta, mas minha média anual caiu de doze a quinze livros, enquanto adolescente, para dois ou três no ano passado. Uma pena, já que a leitura é uma forma fantástica de adquirir cultura e conhecimento. Adorava ler livros de aventura, enquanto adolescente, e romances policiais, numa fase um pouco mais adulta. Enjoei dos últimos quando eles começaram a ficar muito previsíveis (Agatha Christie e Sidney Sheldon que não me escutem). Há algum tempo, procurava os mais lidos, indicados pela Veja ou outras do gênero, ou vasculhava as estantes dos "Mais Vendidos", na livraria Siciliano, Saraiva ou Nobel. Também não fui muito feliz nesta estratégia, o que, talvez, tenha me tirado um pouco do caminho. Salvo uma ou outra exceção, os livros que mais gostei, chegaram a mim por acaso, por força do destino ou por uma indicação pessoal, nem sempre embasada. Nunca tinha visto este fato por esta ótica. Interessante...


1 - Éramos Seis (Maria José Dupré) - Não sei precisar em quais épocas li esta obra prima, mas o li umas duas ou três vezes. Acho que me identificava com o Zezé, talvez pela questão de ser o menor da casa ou brincar no quintal imaginando várias situações. Acho que toda criança tinha um pouco de Zezé em sua forma de brincar, em sua relação com a família, com o mundo e etc. Até porque, afinal, Zezé era uma  típica criança, com todas as dores e prazeres desta fase da vida. Mais prazeres do que dores.


2 - Aventuras de Xisto (Lúcia Machado de Almeida) - Trata-se de um livro bem bobinho. Uma narrativa extremamente fantasiosa de um garoto com muita imaginação. Tanto que nada na história deste livro me marcou ao ponto de lembrar agora. A importância deste livro está no fato de que este foi o primeiro livro que li da Coleção Vaga-Lume da Editora Ática. Ganhei-o do Tio Mário quando tinha 9 (nove) anos. Depois deste, li quase todos os livros que pude desta coleção. Cheguei a uma fase, onde fui o recordista da biblioteca da Escola Classe 6 de Taguatinga, quando lia um livro por dia. Pegava num dia e devolvida no outro. A professora Dorinha, que cuidava da biblioteca, ficava espantada. Ao fim de 1992, os únicos livros desta coleção que ainda não havia lido, foram aqueles aos quais não tive acesso.


3 - Veronika Decide Morrer (Paulo Coelho) - Este livro chegou às minhas mãos por meio da Tia Daisy, que trabalhava no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), do Ministério da Cultura, e havia ganho o livro. Ela o emprestou a mim sem saber do que tratava-se. E eu o recebi sem qualquer expectativa. Sabe aquela coisa da leitura certa, na hora certa e no lugar certo? Pois bem, foi isso o que aconteceu comigo. Uma coisa fenomenal. Talvez, se ler este livro hoje não terei a mesma opinião. Tem coisas na vida que são assim, certo? Tem a hora e o lugar certo para viver e pronto. Deixemos a situação lá atrás, onde ela foi especial. 
Vale um breve comentário sobre o autor: Paulo Coelho. Sei que é um cara polêmico e que há fãs incondicionais e pessoas que não gostam de seu trabalho. Eu não sou de nenhum dos dois grupos. Li dois livros dele até hoje, Veronika Decide Morrer e O Diário de Um Mago. Gostei de um, não gostei de outro. Ponto.

Deu uma saudade danada destes tempos...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Trinta e Uns

Taguatinga (é dia 20, quero presente!) - Este mês, faço 31 (trinta e um) anos. Não sei se tem muito a ver, mas há uns dois ou três anos ando mais filosófico e, desta vez, me peguei filosofando sobre o quanto a idade me transformou ao longo do tempo. Ainda não cheguei a uma clara conclusão, mas é certo que desde o nascimento dos gêmeos, estou mais prudente, menos inconsequente, faço alguns planos a longo prazo, enfim, estou mais medroso mesmo. Amadureci, como se diz.


Aliás, na minha concepção, o que mais me faz diferença nesta história de amadurecer, ficar mais velho, ganhar mais uma primavera e etc. é o aumento do medo. Dizem que ao longo do tempo aprendemos  atalhos, a trilhar caminhos mais diretos e a errar menos. Grande coisa! Adorava mesmo quando batia cabeça várias vezes até chegar a algum objetivo e, quando conseguia, sentia aquele gostinho de vitória, por mais irrisório que fosse; quando cada conquista demorava tanto, que dava tempo de sentir ansiedade, desespero e tudo o que era necessário para ter orgulho a cada pequeno feito; quando não tinha vergonha o receio de dizer ou fazer o que viesse à cabeça.

E já que estou ficando mais velho e mais medroso, posso revelar aqui qual o meu maior receio: o de perder o brilho adolescente nos olhos, de desistir de mudar as coisas que não acho que estão corretas, de não tentar melhorar o mundo em que vivo e de me tornar um pai proibitivo para os gêmeos. Gostaria de ter sabedoria para unir o melhor dos dois mundos. Resumindo: amadurecer sem deixar o espírito adolescente de lado; ousar sem ser inconsequente; tentar, sabendo que o resultado pode não ser aquele eu gostaria que fosse; e ter consciência das dificuldades, mas não deixar de acreditar que pode dar certo. Meu maior medo é amadurecer e deixar de ser quem sempre fui.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Run Forest!

Brasília (e está tudo ok) – Na semana passada, li o texto da Coluna “Text Writer” do portal Grande Prêmio (leia aqui), escrita pela blogueira Carolina Mendes. Não achei o texto brilhante, tendo em vista o pouco foco dado ao Grande Prêmio de Mônaco (que deveria ser o objeto principal do texto), mas uma afirmação ficou martelando na minha cabeça: 
“Sou do tipo de idiota que aceita desafios. Mesmo desafios, que mais que desafios, são pura imbecilidade.”. 
Parecia que Carolina estava falando sobre mim, ou melhor, parecia eu falando sobre mim mesmo. Sou exatamente do mesmo jeito. Tenho uma dificuldade imensa em dizer “não” frente a uma nova situação, uma situação desafiadora ou uma situação que me leve a descobrir um novo limite. E foi esta mesma incapacidade, que me levou a aceitar o desafio de integrar a equipe Run Forest! e correr a Ultramaratona Volta do Lago Caixa, que aconteceu no último domingo, dia 05 de junho.


Qual criatura, em sã consciência, aceitaria participar de uma prova em que oito pessoas se revezariam entre quatorze trechos para percorrer, ao todo, uma distância de 100 Km, tendo participado, até então, de uma única corrida de 5 Km? Parece insano, não? Foi exatamente o que me ocorreu quando contornei a subida da Ponte do Bragueto, no fim da Asa Norte, após percorrer aproximadamente 5,5 Km, de um total de 6,8 Km, desde o Centro Olímpico da Unb até a Câmara Legislativa. Este foi o terceiro trecho da prova, o meu primeiro. Enquanto me indagava: “O que estou fazendo aqui?”, o monitor cardíaco denunciava a razão do desespero: 194 bpm. Aparentemente, o meu limite (desconhecido até ali). Reduzi a passada, respirei fundo e consegui chegar a um ritmo cardíaco que me permitiu completar o trecho e passar o chip (uma espécie de bastão) para a Carol, que faria o próximo trecho. Fui recepcionado pelo Luiz (líder de nossa equipe) e pelo Érico (nosso coordenador). “Vamos aproveitar o gás e voltar para o ônibus correndo”, disse-me Luiz. Até ensaiei um trote, mas faltou-me fôlego até para dizer que estava exausto. Fui andando mesmo. Completei os 6,8 Km em 32'59", nada mal.

Ao entrar no ônibus, meu pensamento era o de convencer alguém a me substituir no segundo trecho, tamanho era o desgaste. Foi aí que vi a diferença que a equipe era capaz de fazer. Todos me parabenizaram, motivaram, além de me ajudar com a hidratação e alimentação. Em pouco menos de dez minutos, já estava confiante novamente. Àquela altura, havíamos completado dois trechos: o primeiro, do início do Eixão Sul à Concha Acústica, onde a Maria voou; e o segundo, da Concha Acústica ao Centro Olímpico da Unb percorrido velozmente pelo Luciano. Voltamos para o ônibus e fomos em disparada para o início do Lago Norte, onde a Carol passaria o chip para o Luiz. Tínhamos que ser rápidos neste deslocamento, pois este trecho, da Câmara Legislativa ao início do Lago Norte, era um dos mais curtos da prova (sua dificuldade era o terreno acidentado). Fizemos tudo certinho e prosseguimos. O trecho que o Luiz estava percorrendo era a maior perna do circuito, do Parque do Lago Norte ao Clube do Congresso, com 9,5 Km. Ao final, o Luiz estava muito desgastado e assim tinha que ser, já que ele havia completado em 47', um tempo espetacular! Vale um parêntese: havíamos planejado completar a prova em 10 horas, com uma média de 6 minutos por kilômetro e vínhamos baixando o tempo a cada trecho completado. Fecha parêntese.


O próximo trecho, do Clube do Congresso ao Deck Norte seria engolido pelo Victor Miguel que correu muitíssimo bem. Do Deck Norte ao Piscinão do Lago Norte, fomos representados pelo Marcelo que correu um trecho dificílimo, com diversas subidas, rindo e fazendo graça. Do Piscinão do Lago Norte ao Paranoá, nosso representante foi o Victor Propato, nossa arma secreta. Um cara que tem cinqüenta anos e dá show em muitos garotos (incluindo este que vos bloga). E chega um dos trechos mais críticos da prova: da entrada do Paranoá à Ermida Dom Bosco, com uma subida de dar medo logo depois da ponte da Barragem do Paranoá. Eis que o Luciano percorreu esta subida sorrindo. Não à toa, foi batizado de herói.

Já havíamos completado mais da metade da prova e o clima dentro do nosso ônibus não poderia ser melhor: muita descontração, principalmente graças à Maria, que tem um alto astral fantástico e funciona em 220 volts; o apoio dado a cada integrante que completava um trecho era fundamental para atenuar o desgaste; a trilha sonora era de primeira, embora o mesmo CD tenha tocado umas dez vezes. Todos estavam motivados, entregues e focados no objetivo e aqui vale registrar o trabalho de um cara fundamental: o Érico, nosso coordenador. Este cara não participou da prova como corredor, mas correu para fazer as coisas funcionarem, organizou tudo, anotou os tempos, preocupou-se com a logística, orientou as transições e tudo mais. Sem este cara, certamente não alcançaríamos o mesmo resultado.

O relógio marcava aproximadamente meio dia e trinta quando o Luciano entregou o chip à Carol, na Ermida Dom Bosco. Sua missão seria correr até a Terceira Ponte. Neste intervalo, aproveitei para descansar (dormir mesmo), já que ainda teria um trecho de 8 Km pela frente. O próximo a correr foi o Victor Miguel, que deveria ir da Terceira Ponte até a QL 16 do Lago Sul. E foi rápido. O chip foi entregue ao Marcelo, e este deveria entregá-lo a mim no Pontão do Lago Sul. Tivemos um pequeno desencontro neste deslocamento e tive que pegar uma carona na van de outra equipe. Nada que atrasasse nossa transição, 16’ após a saída do Marcelo.


E mais uma vez, estava eu, correndo em busca dos meus limites. Desta vez não deixaria meu ritmo cardíaco passar de 190 (um limite que havia acabado de conhecer), então comecei de forma mais comedida, até porque o início do meu trecho foi uma espécie de cross-country (não sei nem como se escreve) e no fim do trecho eu teria que enfrentar a subida da Unieuro. Percorri meus últimos 8 Km com menos dificuldade do que esperava. Mantive o ritmo cardíaco dentro de níveis seguros, porém senti um pouco do desgaste causado pelo primeiro trecho, o que me fez continuar no ritmo em que comecei, de aproximadamente 05'20" por kilômetro. Um aspecto muito importante neste trecho foi o apoio das pessoas que estavam passando na rua, sem qualquer envolvimento  com a prova. Fui cumprimentado em paradas de ônibus, ruas residenciais, por carros que estavam passando e por uma senhora que acompanhava a prova e que, curiosamente, posicionou-se em dois pontos fundamentais deste trecho: antes de duas fortes subidas. "Vai meu filho, força!" - é o que me lembro de ter ouvido. Em nosso segundo "encontro", retribuí seu apoio fazendo um sinal de positivo e mandando-lhe um beijo com a palma da mão. Era o mínimo que podia fazer. Completei este trecho em 43'37", entregando o chip para a Maria que nos representaria até a linha de chegada.

Entrar no ônibus após ter percorrido 8 Km foi fantástico, significou bastante. Acredito que o Marcelo percebeu isso e me recebeu com uma cerveja geladíssima. Mais uma vez, ficamos alerta para oferecer apoio à Maria. Apoio dado, nos dirigimos à linha de chegada, onde recepcionaríamos nossa corredora e onde ultrapassaríamos a linha de chegada juntos. Ficamos sentados no meio fio, à beira do Eixão (altura do Banco Central) e, quando a Maria apontou na reta, todos levantaram e ficaram em posição. Corremos, todos juntos, 50 metros para a glória, para a vitória do coletivo, da superação e do companheirismo. Êxtase era a palavra. Completamos a prova em 08:47:47 (tempo oficial), ficando com a vigésima sétima colocação entre os octetos mistos. Participar desta prova, além da realização pessoal de correr aproximadamente 15 Km, renovou-me a chama do esporte em equipe, que havia esfriado em algumas experiências vividas recentemente. A equipe Run Forest!, além destes resultados, me trouxe alegria, confiança, apoio, companheirismo e a possibilidade de viver um clima que não dá para descrever aqui. Junto com as pessoas certas, podemos vencer quaisquer desafios: físicos, mentais, sociais ou profissionais. Ano que vem tem mais!

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