quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vida de músico

Taguatinga (networking...) - Ainda no clima do dia do músico, estou postando um vídeo feito pelo nosso grande tecladista Ted (no twitter, @ted_bsb), o cara mais assíduo no encontro de bateras (!?).

Trata-se do depoimento de um ex-músico, totalmente produzido e editado pelo próprio. Apesar de ser um vídeo de humor, algumas de suas afirmações, infelizmente, são verdadeiras e ilustram bem o que passam estes caras fantásticos e talentosos. Cada vez mais tenho a certeza de que o que os faz continuar nesta profissão é o amor à música.

Ted é um verdadeiro artista. Faz vídeos, compõe músicas e edita algumas imagens com pouquíssimos recursos e por aí vai. Hoje mesmo estava admirado com sua criatividade e com o quanto esse cara produz. Um talento!

O vídeo.



Outras criações deste gênio: http://www.youtube.com/user/c2pontosDF

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conto #1

Taguatinga (cansado) - Hoje é dia do músico. Apesar de tocar bateria há 6 anos, não me considero um músico. Sou um curioso. Me autointitular "músico" seria uma ofensa aos verdadeiros músicos, que ralam à beça para difundir sua arte pelo mundo e, apesar disso, são pouco reconhecidos (e algumas vezes esquecidos).

"Contar" não é muito o meu estilo. Sou mais de dissertar. Mas desta vez, escrevi um pequeno conto em homenagem e reverência à todos os músicos. Em especial aos meus amigos músicos, a quem admiro muitíssimo. Espero que gostem.



A descoberta da estranheza

Numa tarde de primavera, a pequena garota adentra a cozinha, onde sua mãe preparava-lhe um lanche e, intrigada, lhe pede:

- Mamãe, eu queria escutar aquela música que toca no telefone, quando estamos esperando a moça atender.
- Qual música, filhinha?
- Aquela assim: "tã nãnã nãnã nãnã nã nããã". Qual o nome dela?
- Hum... Espere um pouco. Vou buscar o meu celular.
A mãe pega o telefone e na lista de "ringtones" do celular, procura dentre aqueles que já vem gravados de fábrica. Após algumas músicas, eis que aquela é encontrada.
No visor do celular, o nome: Pour Elise. Uma das músicas mais conhecidas no mundo inteiro.
- Mamãe eu adoro esta música. - diz a pequena menina.
- Que bom minha filha! - responde a mãe já tentando livrar-se da pequena curiosa.
- Quem fez esta música?
- Não sei filha.
- Como "não sabe, mamãe?". Nós ouvimos esta música o tempo inteiro!
- Ah, filha... o autor deve ser desconhecido ou foi perdido no tempo. Esta música já é de domínio público.
- O que é domínio público, mamãe?
- É quando alguma coisa deixa de ser "de uma pessoa só" e passa a ser "de todos", filha. Agora deixe-me terminar o seu lanche. Vá brincar.
E a menina saiu. Mas continuou intrigada: "Uma das músicas mais conhecidas do mundo, que está em quase todos os celulares, que é 'de todo mundo'... E sua mãe, que lhe dá todas as respostas, não sabe quem foi seu autor? Não seria, o músico, tão importante quanto a própria música? Estranho..."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rock in Rio 2011, aí vou eu!!



Brasília (vou ter um troço) - Acabo de receber a notícia de que o Red Hot Chilli Peppers estará presente no Rock in Rio 2011. MEU DEUS!!!

Nem tenho o que falar sobre isso. Aliás, tenho sim: estou comprando meus ingressos na semana que vem. Não perco esta nem a pau. A tristeza fica por conta da época, em que (provavelmente) acontecerá a Expomusic, também. Mas Expomusic tem todo ano. Red Hot, não.

O bacana é que eu havia desejado esta vinda deles num post do mês passado. Estão vendo? É só querer...

Leiam mais aqui.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mais do mesmo

Brasília (sei que é repetitivo mas... LÍDER) - O campeonato brasileiro de futebol vai chegando ao fim e a discussão do momento é: São Paulo e Palmeiras devem entregar seus jogos ao Fluminense para prejudicar o Corinthians? Já discuti uma questão semelhante a esta aqui no blog (vejam o link). Mais uma vez, estamos diante do dilema: vale a pena ganhar a qualquer custo?

Sinceramente, acredito que caso ocorra algum tipo e manipulação neste sentido, estaremos diante de uma triste página do futebol brasileiro. Sei que no passado este tipo de coisa já aconteceu, assim como as malas branca e preta, as compras de arbitragens e etc. Mas, sinceramente, acredito que não há mais espaço para este tipo de coisa. No auge do profissionalismo no futebol, é rídiculo que um jogador entre em campo para defender uma instituição secular e seus milhares de torcedores e não jogue estritamente em função dos interesses deste clube.

Além de achar, que o debate ocupa um tempo exagerado na mídia, vejo mais uma vez a questão cultural em pauta: muitos torcedores de Fluminense, São Paulo e Palmeiras apoiam o suposto arranjo. Ou seja, para muitas pessoas vale a pena vencer a qualquer custo. Não tem problema ver seu time sendo derrotado, desde que prejudique o maior rival. Estes são os valores que estão sendo passados para nossos filhos?

Acredito que as mídias não deveriam dar tanto espaço para um tema tão vazio. Vejo algumas pessoas refutando a postura "entreguista" do Corinthians no ano passado, dizendo que é coisa de torcedor e etc., porém, no ano passado, da mesma maneira que acontece hoje, esta discussão vazia tomou conta dos jornais e mesas redondas. Ou seja, eles criam o mito e quando vêem o quanto a coisa é ridícula, jogam para os torcedores. Bem mais fácil, já que "a torcida" é anônima, não tem rosto. É fácil jogar a culpa para um grupo anônimo, sem rosto. Também parece-me, de certa forma, tendenciosa, a discussão nos meios de comunicação. Por dois motivos:
  1. O Corinthians e o Cruzeiro também enfrentam um rival do Fluminense: o Vasco. Até agora não vi cogitarem a mesma atitude no caso do clube cruzmaltino, que poderia, segundo a teoria, complicar dois rivais de uma só vez (Fluminense e Botafogo).
  2. O Fluminense, no momento atual depende apenas de seus esforços para ser campeão, não é como no ano passado onde o time que sagrou-se campeão tinha que vencer seus jogos e torcer por tropeços.
A pressão existente é tanta, que vejo a possibilidade de ocorrer o efeito contrário: os jogadores podem entrar em campo querendo mostrar que são profissionais e se motivarem muito mais para dar uma resposta à imprensa e à opinião pública. Postura comum hoje em dia: toda conquista é uma resposta a alguém ou a alguma instituição, como se o sentimento de dever cumprido, por si só, não bastasse. E sabemos que existem muitos torcedores travestidos de jornalistas.

Outra questão importante é que o Flu já demonstrou neste campeonato, que pode vencer qualquer adversário, já que liderou o campeonato por vinte rodadas. Principalmente porque o clube contará com o retorno das estrelas Deco e Fred. Craques inegáveis. Se o Flu vencer os dois adversários, que possivelmente não terão mais nada a almejar na competição, qual o problema? Seria, necessariamente, uma "entregada"? O Flu tem culpa por causa do formato em que, na reta final do campeonato, existem alguns clubes que já não estão brigando por um objetivo específico? E nos anos anteriores, em que o São Paulo foi campeão, alguém entregou?

Mais uma vez estamos diante de uma questão que, no meu entendimento, não tem discussão: não vale a pena vencer a qualquer custo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

#50



Brasília (com toda a sinceridade...) - Pessoal, estamos chegando ao post #50. Juro que não imaginava que chegaríamos aqui em tão pouco tempo (6 meses). É claro que o objetivo do blog é a produção, mas com toda a sinceridade, eu não sabia se conseguiria completar o primeiro mês. Outro aspecto que me deixa muito feliz é a quantidade de acessos regulares, que aumentou muito nos últimos meses. Espero continuar por muito mais tempo, se vocês estiverem gostando, é claro. Não faz sentido ficar escrevendo aqui, se do outro lado não houver com quem compartilhar as idéias e debater.

Até agora, os assuntos que mais permeiam o blog são: música, futebol e tecnologia. Estamos dentro do planejado, mas nada impede que de vez em quando façamos algumas reflexões sobre assuntos do dia a dia ou que abordemos outros temas. Fiquem à vontade para sugerir temas de seu interesse. Só não sei se conseguirei discorrer sobre.

O principal motivo deste post é agradecer. Muito obrigado aos que acessam o blog, muito obrigado aos que comentam, muito obrigado aos que indicam a leitura do blog! E muitíssimo obrigado à todos que estão lendo este post. Só chegamos até aqui por causa de vocês.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Pearl e eu

Taguatinga (chove, chuva...) - Como já disse em um post anterior, tenho um, digamos, "lance" com a fabricante de baterias Pinguim. É aquela coisa de primeira bateria, primeira namorada, primeiro carro, primeiro emprego e por ai vai. Porém, não posso deixar de registrar a bateria que esteve (e está) presente em quase toda a minha vida como baterista (não dá pra chamar de carreira, sou amador). Estou falando sobre a fabricante japonesa de baterias Pearl.

A Pearl é uma marca conhecida por quase todo mundo, incluindo os "não músicos". Muito disso, deve-se à popularidade desta marca entre as bandas dos anos 80. Era muito comum, naquela época, ver o nome Pearl estampado nos bumbos das bandas mais adoradas. Hoje em dia, a coisa diminuiu um pouco, dada a quantidade de marcas existentes no mercado. Entre os bateristas, a Pearl (assim como outras marcas Top), é quase uma unanimidade. Quase todos gostam e muitos dos que não gostam, não questionam a sua qualidade. A Pearl é usada por caras como Chad Smith (alguém tinha dúvidas?), Dennis Chambers (Santana), Eric Singer (Kiss, Alice Cooper), Tico Torres (Bon Jovi), Ian Paice (Deep Purple), Cláudio Infante (solo), Igor Cavalera (ex Sepultura), Haroldo Ferretti (Skank), Deth Santos (Mr. 16 notes), entre outros. Só gente grande. Daí, não é de se estranhar que um baterista novato sonhe em usar baterias de uma marca como esta. E foi assim que eu comecei minha história com a Pearl. Tá legal, não foi apenas uma questão de admiração. Quando eu estava começando a tocar, a Pearl tinha, em sua linha, uma bateria que era a solução para os meus problemas, a Pearl Rhythm Traveler, que possuía tambores rasos e "peles mudas", perfeitas para o estudo "silencioso". Como eu morava em apartamento, era disso que eu precisava...

A intenção do post é contar um pouquinho da história de cada uma das baterias da Pearl que passaram pelas minhas mãos e baquetas. Vamos a elas:


1 - Pearl Rhythm Traveler (cor: Pure White) - Esta foi a minha primeira Pearl. E a primeira Pearl a gente nunca esquece, tipo os soutiens. Ela foi a grande vilã, responsável pela venda da minha adorada Pinguim do post que citei no início... Mas eu a adorava, também. Devia ter ficado com as duas. Com esta bateria fiz uns 10 shows e muitos ensaios. Como estava começando e tinha muito gás, eu a levava todos os domingos para a casa do Paulinho (Paulo Alexandre), onde ensaiávamos. E quando chegava do ensaio eu a montava no meu AP novamente. Ou seja, toda semana, eu montava e desmontava a bateria duas vezes (pelo menos). Só quem está começando mesmo para ter este gás todo: desmonta, desce todo o equipamento por dois andares (de escada), coloca tudo no carro, roda 18 Km, tira tudo do carro, monta, ensaia, desmonta, coloca no carro, roda 18 Km de volta, sobe dois andares com a tralha toda (de escada), monta novamente. Cansei só de relembrar... Me foi muito útil esta "bichinha". Ela foi adquirida, via internet, de uma loja em SP, a Doctor Drum. Nem sei se existe mais. Vendi-a para um guitarrista de SP que estava precisando incrementar seu home estúdio.


2 - Pearl Export (cor: banca/creme) - A segunda Pearl foi adquirida quando eu ainda tinha a primeira. "Ué como você guardava as duas no AP?", vocês estão pensando. Pois é, neste meio tempo, meu sogro mudou-se para um AP maior, onde haviam dois quartos sem uso, então, a bateria ficava lá. Eu precisava desta bateria, pois apesar da RT ter um som bonito, tinha pouca potência. Daí eu precisava ter uma bateria com mais projeção de som para determinadas ocasiões (sempre criando uma necessidade para consumir...). Comprei esta bateria de um cara do RS. Ela veio em um ônibus da Real Expresso. Sozinha, tadinha! Quando a recebi, fiquei horrorizado. Era ferrugem para todos os lados. Achei que tinha rasgado dinheiro (apesar de ter pago muito barato). Passado o susto, dei um trato nela e o resultado foi muito bom. Depois de um tempo e uns três ou quatro shows (viram como eu nem precisava tanto?), vendi-a no intuito de adquirir uma bateria melhor. Ela está com o Roberto até hoje.


3 - Pearl Rhythm Traveler (cor: Jet Black) - Um dia eu estava na Novo Tempo despretensiosamente (ou não!),  quando vi esta belezinha. Na época, eu tinha a RT branca e achava a preta muito mais bonita. Como eu tinha uma grana para receber da Novo Tempo (por uns equipamentos que deixei em consignação), peguei a bateria e depois me virei para vender a branca (e não foi difícil). Para falar a verdade, apesar de achar a preta mais bonita, o som da branca era melhor. Ficou uma ponta de arrependimento. Esta bateria marcou o início da minha trajetória com a Banduka. Ela nos acompanhou por um ano, aproximadamente. Foram muitos shows. E não fez feio. Abrindo um parênteses para falar sobre o som das Pearl RT: Surpreendente. Apesar das medidas reduzidas, elas falam como baterias grandes. Com destaque para o surdo, que já foi definido por muitos como "inacreditável". Ao bumbo falta um pouco de potência, o que era resolvido com microfonação, dependendo do ambiente. Os tons podem ser afinados mais agudos (ficam parecendo timbales) ou mais graves. Usando as peles corretas, não ficam devendo em nada para tons mais profundos. A Caixa tem um som "normal", já que suas medidas são tradicionais (13"x5"). Fecha parênteses. Vendi esta batera para o Alex Ebrom, lá de Patos de Minas. Ela entrou como parte do pagamento para a próxima...


4 - Pearl Export EXR (cor: Strata Black) - Quando comprei esta bateria, estava realizando um sonho de consumo. Uma bateria numa configuração grande e flexível, que me permitia combinar: dois tons e um surdo, um tom e dois surdos, um tom e um surdo ou dois tons e dois surdos. Eu tinha uma bateria que me atendia conforme a ocasião. Fiquei extremamente satisfeito com o conjunto da obra: o acabamento que lembrava o Black Oyster, usado pelo Ringo Starr do The Beatles, o som mais pesado, o visual no palco. Enfim, para mim eu estava com a bateria definitiva. Aí... a Cris ficou grávida dos gêmeos e estávamos apertados de grana. Tínhamos que fazer um quarto para dois bebês e dois enxovais. Decidi vender todo o meu equipamento, já que teria que parar de tocar por um tempo mesmo. Vendi esta bateria para o Paulo Henrique, lá de Fortaleza. O curioso foi que tempos depois, grande Mike Terrana usou esta bateria em um workshop realizado lá no Ceará.


5 - Pearl Vision VSX (cor: Champagne Sparkle) - Comprei Ganhei esta bateria de presente de aniversário em 2008. Estou com ela até hoje e dificilmente a negociarei. Como no caso da anterior, ela me atende perfeitamente! Para show em locais pequenos, posso levar a Pinguim. No momento, estou na cola do Hugo, lá da Novo Tempo, para expandir o kit. Meu objetivo é colocar o tom de 8" (apesar de usar pouco) e o surdo de 16" (este eu vou usar muito). Foi com esta bateria que retomei minha caminhada no mundo dos tambores, após o nascimento dos gêmeos. Com ela, fiz vários shows com a Banduka e todos os shows da Cashbox. Aconteceu um lance legal, quando fiz uma gig com o Paulo Mesquita: cheguei para montar meu equipamento todo na minha e tudo mais. Quando comecei a tirar a bateria dos bags, o guitarrista e o baixista vieram correndo para vê-la e ficaram encantados. "Pô, o cara tem uma Pearl!". Nem tentei explicar que apesar de ser uma Pearl, era uma linha intermediária, que não era assim uma "Pearlll", deixei pra lá. Acho que eles sacaram que essa aí, quando está em cima do palco, tem vida própria, fala por si só.

E aí, pessoal, gostaram das minhas baterias? Tem alguma história curiosa? Comentem...

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