sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Adeus 2010


Taguatinga (acabou) - O ano acabou. Tentei fazer uma retrospectiva. Na verdade tentei fazer umas duas ou três, mas não fui feliz. O ano de 2010, para mim, era um ano de consolidação, já que 2009 foi o ano da virada e, realmente consegui atingir os objetivos traçados.

A idéia para este ano, era fortalecer tudo o que foi plantado em 2009. E tudo estava indo bem até o dia 19 de dezembro. Não vou mais lamentar. Acabou, acabou. Que venha o próximo.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E a bola não entrava...



Taguatinga (lembro até dos cheiros) - Aí vai uma crônica sobre o dia em que vi as três cores que traduzem tradição dominarem o Brasil.

O dia 05 de dezembro de 2010, assim como alguns outros deste ano, ficará guardado na minha memória por bastante tempo. Era um domingo. Raramente faço planos para os domingos. Gosto de dedicar este dia à família. Às vezes, vou à feira com a Cris, levo os gêmeos para passear ou visito algum familiar. Mas raramente faço planos. Outra rotina comum aos meus domingos é assistir aos jogos do Flu. Tanto é assim, que a Cris já se habituou a desenhar os "itinerários" em função do horário do jogo do Flu. Quando o Flu joga no sábado, fica mais fácil, obviamente. Futebol para mim é o Flu, mas de vez em quando assisto a qualquer jogo que esteja passando na televisão, e quando falo qualquer jogo, é qualquer jogo mesmo, tipo Blackburn X Aston Vila pela Premier League. Neste dia, meu único plano era ver o jogo final do Flu no Campeonato Brasileiro 2010, jogo que poderia nos valer o título.

Acordei cedo. E já acordei tenso. Os gêmeos, já devidamente "pilhados"por mim no dia anterior, me pediram para vestir o uniforme do Flu, o que fiz com todo prazer. Nos dias comuns, o tempo voa quando estou com os gêmeos, mas neste dia, não. O tempo não passava. E a tensão crescia. Havia combinado de ver o jogo no Restaurante Bom Tempero, tradicional reduto Tricolor. Já perdi a conta de quantos jogos assisti lá. Um deles, foi a final da Copa do Brasil em 2007, quando o Flu ganhou do Figueirense por 1 x 0. Combinei com o pessoal que estaria no local às 15hrs para evitar imprevistos e assegurar um lugar legal. Mas a hora não passava. Inventei diversas atividades com os pequenos,  almoçamos, coloquei-os para dormir e ajudei a Cris a arruma-los para um passeio enquanto eu assistia o jogo. Então, sem que eu percebesse, a hora passou. E já eram 15hrs. Tomei um banho "à jato", troquei de camisa do Flu (já vestia roupas do Flu desde a sexta-feira) e fui.


Cheguei ao Bom Tempero por volta de 15h40m. O local já estava cheio, mas não lotado. Ao estacionar o carro, tive a grata surpresa de encontrar o Tio Pedro e o Rafael, que também acabavam de chegar. Eu, o Tio Pedro e o Rafael formamos o trio mais fanático da nossa família. Tínhamos que ver o jogo juntos. No restaurante não havia mais mesas disponíveis, então nos separamos em busca de algum lugar para "encostar". O Tio Pedro encontrou uns conhecidos que, gentilmente, nos convidaram para ficar em sua mesa, que ficava exatamente em frente a uma das televisões do bar. Ainda faltava mais de uma hora para o início do jogo e já estávamos no clima: camisas, bonés, bandeira, gritos de guerra, músicas e etc. Daí o relógio resolveu parar novamente. E não dava 17hrs.

Ao chegar no Bom Tempero, a tensão aliviou um pouco, mas não foi embora. Já havíamos vivido diversas finais, principalmente nos últimos anos, mas não tinha jeito: eu sempre ficava tenso. O sol estava muito forte, normal para uma tarde de verão, então, fomos forçados a tomar uma cervejinha, enquanto esperávamos pelo grande momento. Tomando uma cerveja, conversando e relembrando outras finais, fizemos o relógio trabalhar a nosso favor e o jogo, finalmente, ia começar. A primeira expectativa: Sheik jogaria ou não? Jogaria. Ótimo, já que os reservas não eram constantes, então comemoramos. Os times alinharam-se e o jogo começou. E eu não estava mais tão tenso. Passaram-se um, dois, três minutos e a bola não entrava. O Flu dependia apenas de si. Era ganhar o jogo e pronto. Não era preciso olhar para trás ou para os lados. Mas a danada da bola não entrava. No primeiro tempo, eu não estava querendo ficar ligado no que acontecia nos outros jogos, até que recebemos a notícia de que o goiás havia feito o primeiro gol em cima do corinthians, nosso principal oponente. O guarani, nosso adversário, no dia, estava jogando solto (apesar do time ser limitadíssimo) e o Flu estava nervoso demais. E a bola não entrava. Chance de gol do bugre, chance de gol do Flu, e a bola não entrava. Mais ou menos aos 30min do primeiro, nova bolinha na Globo. Empate do corinthians. Apreensão Tricolor. Clima tenso. E a bola não entrava. A sensação de todos era que o time estava absorvendo toda a tensão da torcida, acumulada por 26 anos. Torcida esta que foi motivo de chacota por parte da imprensa e da torcida dos outros times, culpa de três rebaixamentos consecutivos e de algumas bravatas realizadas por dirigentes irresponsáveis. Toda a tensão e angústia vivida pela torcida mais apaixonada do Brasil estava sendo transmitida para o time em campo. Era nítido. E a bola não entrava. Assim acabou o primeiro tempo.


Para muitos, a hora do intervalo é a hora de relaxar, tomar um fôlego e tudo mais. Para todos os Tricolores do Brasil, estes quinze minutos (para mim foi muito mais) não foram bem assim. Vimos os gols do jogo do corinthians, junto com gols de outros jogos e seus melhores momentos. A rede Globo mostrou a classificação atualizada e, à permanecer aqueles resultados, seríamos campeões. Aliás, em nenhum momento da rodada o Flu fora ultrapassado por seus concorrentes diretos. E o segundo tempo começou. E a bola não entrava. O time parecia um pouco mais determinado, apesar de ainda apresentar certo nervosismo. Aos 5min do segundo tempo (aproximadamente), bolinha na tela da Globo e todos segurando a respiração. Daí o Rafael, que acompanhava o jogo pelo rádio grita: "Gol do palmeiras". Ufa! Nosso segundo concorrente, o cruzeiro, estava perdendo. Tudo sob controle. E a bola não entrava. Muricy resolveu mexer no time. Colocou Washington, o Coração Valente em campo. O cara vinha de 14 jogos (salvo engano) de jejum. E em sua segunda jogada, Washington aprofunda na esquerda para Carlinhos (nesta hora, o Rafael fala pra mim, com os olhos vidrados "foi gol") que cruza na medida para Emerson (o Sheik) completar para o gol. A bola entrou. Não, o Rafael não é um vidente, um adivinho ou algo que o valha. É um mané que fica escutando o jogo pela rádio e leva a vantagem de alguns segundos de antecedência em relação à televisão. Ver a rede balançar após a escorada do Sheik foi um verdadeiro êxtase. Toda a tensão acumulada foi extravasada. A torcida se abraçava, alguns choravam e outros rezavam. Aquele era o gol que esperávamos por 26 anos. O gol que nos traria a redenção no cenário nacional, que nos deixaria sorrindo orgulhosos até o ano de 2011. Gol marcado por Sheik, logo ele, que chegou sob desconfiança por parte da torcida, por conta de seu passado flavelado rubronegro. A redenção do Flu também era a sua. Mas ainda estávamos aos 17min do segundo tempo. Havia trinta minutos de jogo pela frente e haja tensão. Então o tal relógio resolveu jogar contra, novamente. E não tinha quem o fizesse andar. Mas um clube que tem em seu hino a frase "quem espera sempre alcança" sebe como derrotar o relógio também. E foram trinta minutos muito tensos. Dos mais tensos que já vivi. Alguns esperavam que acontecesse alguma tragédia, pois os títulos do Flu, via de regra, vem acompanhados de uma considerável dose de sofrimento. Para nossa alegria, nenhuma reviravolta aconteceu. O jogo acabou e fomos campeões. Na verdade, o somos até agora. O somos desde que a bola entrou...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Luto

Taguatinga - Há exatas duas semanas, estava eu escrevendo para o blog com um sorriso aberto, muito feliz e realizado pelo título brasileiro conquistado pelo Flu. Hoje, estou aqui novamente. O sorriso trocado pelas lágrimas, a realização pela angústia e a felicidade por uma tristeza que parece não ter tamanho e nem fim. Hoje, perdi uma pessoa que fez de mim um ser humano melhor sem me pedir nada em troca. Uma pessoa que sempre cuidou de mim como seu eu fosse seu filho. Uma pessoa que sorriu comigo em momentos de alegria e que chorou e me deu conforto sempre que precisei. O meu sogrão, o Paulo Roberto Gentil (ou o Seu Gentil) era um daqueles caras que farão falta demais ao mundo. Um cara de amor infinito. Que fazia literalmente tudo o que estava a seu alcance para ajudar o próximo.

Deus tem seus motivos e suas razões. Não estou aqui querendo questioná-lo ou entendê-lo. Sou muito pequeno para isto. Mas estou sentido a dor da perda e usando dos meios e dons que possuo para extravasá-la. Sinto-me muito grato e honrado por ter coexistido e convido com uma pessoa tão grandiosa como era o Seu Gentil. Sinto, também, que poderia ter aproveitado melhor o tempo que passamos juntos, as viagens que fizemos, as peladas que jogamos, as festas, os fins de semana e os churrascos aqui em casa. Cada minuto poderia ter sido aproveitado para lhe dizer tudo o que estou escrevendo hoje e para lhe agradecer por tudo. Todas as pessoas que tiveram o prazer de passar poucas horas com ele saberão bem do que estou falando. Hoje, recebi diversas ligações de amigos meus que o conheciam. Todos sentindo e lamentando esta perda. Perda esta que não é só da nossa família. O mundo fica pior e mais triste sem pessoas como o Seu Gentil.

Ainda não sei o que vou falar falar para os gêmeos e nem como vou fazê-lo. Mas nunca vou deixá-los esquecer quem era o avô deles e tudo o que ele fez por todos nós. Gostaria de ter o poder de deixá-los conviver mais um pouco com ele. Gostaria de dar-lhes mais uma tarde no parque, mais um dia no clube ou apenas algumas horas de brincadeira na sala de sua casa. Qualquer coisa que pudesse fazê-los sentir o que seu avô transmitia para o mundo e para todos que o cercavam e, principalmente, todo o amor que ele tinha pelos netos. Nada que eu conseguir falar para eles dará sentido ao que eles sentiriam se pudessem viver a situação. Nada.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Momento Bit - POG x MDS

rasília (a famosa roda gigante) - Quebrando um pouco o protocolo do "Momento Bit", uma seção onde posto um texto do meu antigo blog na íntegra, abro um parêntese para fazer um pequeno comentário. O texto abaixo foi o primeiro texto que publiquei na internet. Passei uns três dias preparando-o com todo o cuidado e capricho. Hoje em dia, os textos saem muito mais facilmente (em coisa de uma hora). Recebi alguns retornos (feedbacks) a respeito deste texto que me deixaram confiante e me fizeram prosseguir. Como eu comentei no primeiro post desta seção, o blog foi destativado, mas produzi alguns textos interessantes e considero este, um dos principais. Vamos a ele:


Há alguns anos, o movimento pró-metodologias de desenvolvimento de sistemas (MDS) cresceu bastante entre os acadêmicos, porém não parece sensibilizar o mercado e muito menos uma grande fatia de desenvolvedores que ainda insistem praticar a "programação orientada a gambiarras" (POG). Tanto a indústria quanto a academia já comprovaram em diversos estudos e até mesmo na prática que os resultados, quando se utiliza uma MDS no processo de desenvolvimento de sistemas, são infinitamente superiores aos resultados obtidos em um ambiente, digamos, "desordenado". Então, apresento-lhes a grande pergunta: por que os investimentos em metodologias de desenvolvimento de sistemas ainda são relativamente pequenos?

Vamos começar pelo fator que mais interessa às empresas: o fator financeiro. É claro que a utilização de uma MDS tem um custo de implantação, um custo de manutenção e, geralmente, gera um "delay" que afeta diretamente o "time to market" (TTC) dos produtos. Porém, é necessário lembrar que um sistema desenvolvido segundo uma MDS tem um grau de escalabilidade muito superior aos outros e esta característica, muitas vezes, acaba por determinar o tempo de vida útil de um sistema. Por mais que o projeto tenha sido bem feito, um sistema sempre será customizado para adequar-se aos usuários, aos negócios, à legislação ou ao mercado. Sistemas engessados, instáveis e com baixa escalabilidade geralmente são os produtos entregues por equipes de desenvolvimento de sistemas que trabalham desordenadamente.

Nos últimos anos, a academia não mede esforços a fim de comprovar os benefícios agregados pela utilização de uma MDS. O tema é exaustivamente debatido em workshops, simpósios e grupos de discussão. Os analistas de sistemas formados pelas universidades, apesar de conhecerem o assunto ainda são minoria frente os milhares de "coboleiros", "clipeiros" e outros desenvolvedores que não estão dispostos a mudar a forma de fazer sistemas. E talvez aí esteja o maior desafio: MUDAR. O tema "resistência à mudanças" é base para teses e mais teses nas diversas áreas de conhecimento. E mais: é fato. O "modo antigo" de se fazer sistemas, além de gerar sistemas instáveis e pouco escaláveis, gera uma outra figura que é inimiga das empresas: o "dono do sistema". Não é raro nos depararmos com a situação em que apenas uma pessoa (ou grupo) é capaz de manter um determinado sistema (talvez isto explique a "indisposição" em usar uma metodologia). O uso de metodologias inverte os papéis e transfere a propriedade do conhecimento para a organização.

Os profissionais envolvidos neste cenário também poderiam adotar um outro ponto de vista. A consolidação do uso de metodologias pelo mercado, diminuirá consideravelmente a dificuldade de adequação em um novo emprego. Sem procedimentos formais é muito mais difícil encaixar um novo membro na equipe, otimizar o "modus operanti" e até mesmo sair de férias. Isto mesmo: sair de férias. Todos os analistas de sistemas com mais de 5 anos de estrada já devem ter passado pela situação em que não podiam sair de férias porque no período desejável iria acontecer "aquela migração" ou o "fechamento anual". Para não nos tornarmos escravos de nossos empregos, é imperativo que tornemos nosso ambiente de trabalho impessoal.

Enumeremos as vantagens que vimos até o momento:
Para as empresas: aumento do tempo de vida útil de um sistema, tornando-o mais barato em longo prazo; transfere a propriedade dos conhecimentos para a organização.Para os profissionais: impessoalidade; maior abertura para os bons profissionais (acaba com os "donos dos sistemas").Para os clientes: sistemas mais estáveis e escaláveis; aumento da qualidade dos sistemas.

Vistos todos estes fatores, a pergunta inicial continua sem resposta.

Ah... Já ia esquecendo! Os profissionais tem resistência à mudanças...

Talvez este deva ser o foco das academias e das pessoas que gostariam de ver esta mudança nos rumos da nossa profissão: mostrar para as pessoas que mudar não é ruim, e que, neste caso, a mudança tem tudo para ser positiva para todos os envolvidos. Como em todas as quebras de paradigma, o desafio não é fácil.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lista - As 3 motos que eu já quis ter

Taguatinga (quis, não quer dizer que ainda quero) - A lista dos "3 carros dos meus sonhos" fez "um certo sucesso", então, à pedidos, fiz a lista das motos que eu já quis ter. Para quem não sabe, já me aventurei como motociclista. Tive uma Honda C100 Biz ES. Andava nada, mas dava um pouco da sensação do que é andar de moto. Além desta, dei umas voltas na Kasinski Cruiser 125cc do meu tio. Foram as únicas duas motos, fora a da motoescola, que tive o prazer de pilotar.

Motos são místicas. Quem gosta, gosta de verdade. Conheço algumas figuras que só andam de moto. Faça chuva ou faça sol. Acho bacana esse lance. Vira e mexe, falo em comprar uma. Um dia, quem sabe, materializo uma bichinha dessas aí.

1. Kawasaki Ninja ZX6 - Esta foi a primeira motocicleta que me fez cogitar ter uma. Acredito que ela tem este poder sobre qualquer pessoa. De vez em quando, vejo uma por aí e fico babando. Acho que tinha uns nove ou dez anos quando jogava Super Trunfo com o Cabeça no corredor do meu prédio e esta belezura sempre me fazia ganhar algumas rodadas.


2. Yamaha V-max - Agora, estamos separando os homens dos meninos. Trata-se de uma moto clássica, para homens com 'H' maiúsculo. Andar numa 1200cc com o "vento na cara" não é para qualquer um. Trata-se daqueles sonhos de consumo distantes, pois o preço da moto invalida qualquer pensamento em "fazer uma graça". Uma pena.

3. Honda CBR 450 SR - Uma moto clássica, charmosa. Muita gente me questiona porque eu gosto desta moto. Eu também. Não sei, mas a acho uma graça! O Bira, um colega lá do trabalho, tem uma interiraça. Todas as vezes que o encontro pergunto se ele não quer vendê-la. Vai que um dia ele vende, né?


Lindas, não?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bateristas Tricolores

Taguatinga (achavam que era só eu?) - Baterista Tricolor. De quem vocês lembram? De mim? Tá legal, muito obrigado. Mas tem mais gente, e estou falando de gente boa! Fiz uma breve pesquisa usando o talvez desconhecido para alguns Google e listei algumas "feras". Se tiver mais algum batera Tricolor aí, me avise. É sempre bom saber que tem mais gente unindo o melhor instrumento musical ao melhor time de futebol: o crème de la crème, como se diz.

Eu já admirava alguns destes caras por sua habilidade com as baquetas e por sua discografia. Mas ao saber que os caras são Tricolores, subiram muito no meu conceito. Gente com bom gosto tem que ser exaltada e admirada! Vamos a eles.


1. Sérgio Herval (Roupa Nova) - Serginho é Tricolor. Aliás, todo o Roupa Nova o é. Recentemente, recebi um link de um vídeo onde a banda fez um vídeo em comemoração ao Tricampeonato Tricolor. É muito bacana ver isto. Trata-se de um baterista completíssimo, hiper musical. Já rasguei a seda num post anterior. Leiam aqui. Não tem muito mais o que falar.


2. João Barone (Paralamas do Sucesso) - Barone é Tricolor fanático, tanto quanto eu. Sorte dele. Deve estar buzinando o ouvido de Herbert Viana, que é do lado negro da força. Barone é outro que já foi citado aqui no blog. Não mudo uma vírgula sobre o que falei deste cara. Um mago das baquetas. Me inspiro muito na sua forma de tocar. Não que tente tocar da mesma maneira, até porque estou muito longe. Mas é muito bom vê-lo fazer coisas incríveis com tamanha facilidade. Técnica é isso, né?


3. Charlie Watts (Rolling Stones) - "Ah, para" (diria a Carlinha). Com este aqui, só falta o Chad também torcer para o Flu, né? Muitos dos que figuram entre meus bateras favoritos estão entre os ilustres torcedores do Flu. Fazer o que? Juro que não foi proposital. Mas que foi muito interessante ver o resultado da pesquisa tomando forma, foi. E para quem está achando que é cascata, deixo um link com a história completa. Gosto da forma como Charlie Watts conduz o Stones. Muita gente o acha fraco, desprovido de recursos e por aí vai. E não compartilho desta opinião. Acho que ele faz o que tem que fazer. E o faz muito bem.

Charlie Watts (esq.) comprando uma camisa do Flu

4. Otávio Henrique (The Fevers) - Adoro a Jovem Guarda. Pode parecer brincadeira, mas podem olhar o meu iPod. Juro. Quem gosta de Jovem Guarda gosta de The Fevers, não tem como. Tá legal, não são os meus favoritos, mas eles gravaram diversas músicas que estão entre as minhas favoritas. O Otávio Henrique também não está dentre os meus bateras favoritos, da Jovem Guarda. Não estava. Agora está.


Bom, como se vê neste post, ser um Baterista Tricolor é uma coisa muito refinada. Se você já é um ou outro, já está no meio do caminho, está fácil. Se não é nenhum dos dois, sugiro começar a entrar no caminho da luz! rs

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Frases - Thomas Lang

Taguatinga (nunca é tarde) - Os leitores aqui do blog conhecem a história da viagem à Goiânia para o Workshop do grande Thomas Lang (quem ainda não conhece, clique aqui). Pois bem. Naquele dia, Thomas disse uma frase que me chamou tanto a atenção que eu até "tuitei". Para alguns, a frase pode parecer despretensiosa, óbvia ou até mesmo desnecessária. Mas quem parar um pouco e pensar na idéia que Thomas estava passando, irá perceber um conselho simples mas ao mesmo tempo genial, óbvio e ao mesmo tempo profundo, piegas e ao mesmo tempo necessário. São pequenas coisas como estas que diferenciam os bons dos ótimos. A cada dia que passa, tenho mais certeza disto.

Ah, a frase... Lá vai:


"Quando estiver estudando, não toque. Quando estiver tocando, não estude."


Trivial, não? Pois é...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pedrão Recomenda: Eddie - Original Olinda Style

Brasília (triste.) - Hoje, recomendarei um disco de uma banda que talvez seja desconhecida da maioria: Eddie. O disco "Original Olinda Style", como o nome sugere, mostra elementos regionais da cidade de origem da banda, mas a roupagem é extremamente moderna, envolvendo elementos eltrônicos e drum'n bass. Aí alguém vai perguntar: - drum'n bass com maracatu? - Frevo eletrônico? E eu vou dizer: - Quase isso!


Conheci o Eddie em 2005, por meio de alguns amigos que foram a um show da banda e adquiriram o CD. Desde então, passei a acompanhá-los meio de longe. Depois deste disco, foram lançados mais dois (Metropolitano e Carnaval no Inferno). Porém o que mais gosto ainda é este.

Destaco as músicas: Eu sou Eddie, Pode me chamar, O amago, Não vou embora e Futebol e mulher. Estas, para citar as principais, mas gosto do CD inteiro.

Links: 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lista - Os 3 carros dos meus sonhos

Brasília (as noites em claro ainda me matam) - Meninos brincam com carrinhos, meninas com bonecas. Homens sonham em ter carros, mulheres em ter filhos. Não me crucifiquem. A regra não foi inventada por mim. Quando nasci já era assim. Outro dia mesmo fiquei indignado quando o Caio ganhou seu primeiro autorama, porque este não foi dado por mim. Esta tarefa era minha. É uma obrigação básica de qualquer pai. Enfim, como ele já havia ganho mesmo, montei e brinquei com ele. Tá legal, brinquei mais do que ele, que só aguentou ficar sentado vendo o carrinho girar, por uns cinco minutos. E eu fiquei quase a tarde inteira.

Sendo assim, é tradição que meninos sonhem em comprar carrões quando ficarem adultos. Comigo não foi diferente. Sonhava com aqueles carrões que via nas revistas, na televisão (minha maior fonte de informação, na infância) e nas ruas. A cada novo lançamento, meu “sonho” mudava. Meu “preferido” já variou entre sedãs, esportivos, peruas, caminhonetes, pick-ups e compactos (existe  outra categoria?). Quando fiquei adulto, a ficha caiu e vi que os únicos que estavam ao meu alcance eram aqueles com os quais eu havia sonhado na infância. Mais velhos, mais baratos...

Outro dia, falando sobre este tipo de coisa, me ocorreu de fazer esta lista. Ao invés de chegar no PC e começar a formatá-la, deixei para depois e esqueci. Depois lembrei denovo. Depois esqueci denovo... Mas agora ela está aí:

1. Gol GTI - Aquela propaganda onde o GTI disputa com um monoposto (que eu jurava ser um F1) e ganha, é a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso neste carro. A criatura que bolou a propaganda foi muito feliz, já que alguns amigos tem a mesma lembrança, mesmo depois de tanto tempo. Este carro era fantástico. Para falar a verdade, dentre os que estão na lista, é o único que eu ainda encararia, se encontrasse algum em bom estado à venda...


2. Escort XR3 Conversível - Pelos meus cálculos, este foi o que mais tempo durou como “meu sonho de consumo”. Quando tinha uns onze anos, morava num prédio e um vizinho tinha um desse. Branco. Que carro! Muitas vezes enquanto esperava o ônibus escolar chegar para me levar à escola, via o camarada saindo com o carro e ficava babando. Jurava que um dia teria um. Não tive e provavelmente não terei.


3. Monza Classic - Minha primeira revolta com uma montadora de automóveis e com o “mercado” foi a retirada do Monza de linha. O carro era luxuoso, potente, bonito e robusto. Um requinte sem tamanho. Como alguém, em sã consciência fazia aquilo? Eu tinha uns quinze ou dezesseis anos na época e lembro de ter jurado que não teria um GM pelo resto da minha vida (adolescentes adoram fazer promessas “para o resto da vida”). Tempos depois, quando entendi que o Monza foi retirado de linha para a entrada do Vectra segunda geração, perdoei a GM...


E aí, gostaram das máquinas? E a lista de vocês?

Frases - Neil Peart

Taguatinga (ele pode) - Mr. Neil Peart, baterista do Rush, em entrevista à revista Modern Drummer Brasil no. 96:

"Faço muita amizade com bateristas porque não somos competitivos, como às vezes os guitarristas são. E bateristas estão sempre compartilhando informação."

Quando um mestre fala, temos que parar para escutar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Foi bom pra vocês?

Brasília (Mas... E hoje??) - O ano de 2010 me reservou algumas coisas que eu não esperava. Algumas felizes e outras tristes, mas o balanço foi extremamente positivo. Dentre as felizes, tenho que destacar o fato de ter conhecido a galera da Casa de Swing (Bateras do DF).

Minha história no grupo começou no dia 07 de Junho de 2010 (a história deste dia que pode ser conferida aqui). Durante a conversa sobre ir para a Expomusic, o Hugo me convidou para participar dos encontros que aconteciam todas às primeiras terças-feiras do mês. O primeiro encontro do qual participei quebrou o protocolo: aconteceu na primeira terça após a chegada do Deth em solo brasileiro, após sua jornada no Boot Camp do Thomas Lang (salvo engano). Dali para frente vivemos grandes momentos: fui à shows do Deth e do Kaká, compareci a uma gravação do Paulinho e do Ted (que é tecladista, registre-se), tocamos alguns playalongs na Master Drums, participamos do Bateras 100% Brasil e fomos à Goiânia para ver o workshop do Thomas Lang, entre outros.

Nesta semana tivemos o último e melhor encontro da Casa, com direito a amigo oculto, vídeos engraçados e muita diversão. Infelizmente não contamos com a presença de todos, mas a adesão foi muito boa. Presentes bacanas, coca-cola, carne de sol, troca de informações (úteis e inúteis), gargalhadas... Enfim, fechamos o ano com chave de ouro.

Em ordem alfabética (se esqueci de alguém, me ajudem): Caco Gonçalves, Deth Santos, Diogo (Gordinho), Flávio Caixeta, Hugo (de onde vem @hunguas, mesmo?), Kaká Barros, Paulinho (beiço), Paulinho (Portnoy), Raphael Luiz, Son e Ted. Estes são os caras com quem convivi, aprendi e me diverti durante o ano. Foi umas das maiores alegrias que tive. Fato digno de registro. Muito obrigado à todos!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Acabou


Brasília (festejando...) - Acabou, amigos. O Flu é o campeão Brasileiro de 2010. Inapelável. Melhor time, melhor técnico e melhor jogador (Conca). Após a arrancada para a fuga do rebaixamento em 2009, time e torcida estão numa sitonia que só poderia render cenas como aquelas vistas ontem, no Engenhão. Respiro futebol, por isso cravo tranquilamente: A torcida do Flu é a melhor torcida do mundo. Merece todas as honrarias, glórias e etc.

Dentro de campo, o que o Flu mostrou de melhor foi o talento de Conca. Alías, Conca tem muito além do enorme talento: garra, técnica, entrega, humildade, espírito vencedor... Todos os adjetivos que eu conseguir lembrar ainda serão poucos para definir o baixinho da camisa 11.

Num ano em que algumas das maiores estrelas do time sofreram em meio à contusões, o Flu mostrou porque ganhou, merecidamente, a alcunha "Time de Guerreiros", foi melhor na maior parte do campeonato, levando ao pé da letra o lema de seu comandante: TRABALHO.

Acabou. Parafraseando o grande tricolor Nelson Rodrigues: "A humildade acaba aqui.". E o Brasil é TRICOLOR.

Saudações Tricolores.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vida de músico

Taguatinga (networking...) - Ainda no clima do dia do músico, estou postando um vídeo feito pelo nosso grande tecladista Ted (no twitter, @ted_bsb), o cara mais assíduo no encontro de bateras (!?).

Trata-se do depoimento de um ex-músico, totalmente produzido e editado pelo próprio. Apesar de ser um vídeo de humor, algumas de suas afirmações, infelizmente, são verdadeiras e ilustram bem o que passam estes caras fantásticos e talentosos. Cada vez mais tenho a certeza de que o que os faz continuar nesta profissão é o amor à música.

Ted é um verdadeiro artista. Faz vídeos, compõe músicas e edita algumas imagens com pouquíssimos recursos e por aí vai. Hoje mesmo estava admirado com sua criatividade e com o quanto esse cara produz. Um talento!

O vídeo.



Outras criações deste gênio: http://www.youtube.com/user/c2pontosDF

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conto #1

Taguatinga (cansado) - Hoje é dia do músico. Apesar de tocar bateria há 6 anos, não me considero um músico. Sou um curioso. Me autointitular "músico" seria uma ofensa aos verdadeiros músicos, que ralam à beça para difundir sua arte pelo mundo e, apesar disso, são pouco reconhecidos (e algumas vezes esquecidos).

"Contar" não é muito o meu estilo. Sou mais de dissertar. Mas desta vez, escrevi um pequeno conto em homenagem e reverência à todos os músicos. Em especial aos meus amigos músicos, a quem admiro muitíssimo. Espero que gostem.



A descoberta da estranheza

Numa tarde de primavera, a pequena garota adentra a cozinha, onde sua mãe preparava-lhe um lanche e, intrigada, lhe pede:

- Mamãe, eu queria escutar aquela música que toca no telefone, quando estamos esperando a moça atender.
- Qual música, filhinha?
- Aquela assim: "tã nãnã nãnã nãnã nã nããã". Qual o nome dela?
- Hum... Espere um pouco. Vou buscar o meu celular.
A mãe pega o telefone e na lista de "ringtones" do celular, procura dentre aqueles que já vem gravados de fábrica. Após algumas músicas, eis que aquela é encontrada.
No visor do celular, o nome: Pour Elise. Uma das músicas mais conhecidas no mundo inteiro.
- Mamãe eu adoro esta música. - diz a pequena menina.
- Que bom minha filha! - responde a mãe já tentando livrar-se da pequena curiosa.
- Quem fez esta música?
- Não sei filha.
- Como "não sabe, mamãe?". Nós ouvimos esta música o tempo inteiro!
- Ah, filha... o autor deve ser desconhecido ou foi perdido no tempo. Esta música já é de domínio público.
- O que é domínio público, mamãe?
- É quando alguma coisa deixa de ser "de uma pessoa só" e passa a ser "de todos", filha. Agora deixe-me terminar o seu lanche. Vá brincar.
E a menina saiu. Mas continuou intrigada: "Uma das músicas mais conhecidas do mundo, que está em quase todos os celulares, que é 'de todo mundo'... E sua mãe, que lhe dá todas as respostas, não sabe quem foi seu autor? Não seria, o músico, tão importante quanto a própria música? Estranho..."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rock in Rio 2011, aí vou eu!!



Brasília (vou ter um troço) - Acabo de receber a notícia de que o Red Hot Chilli Peppers estará presente no Rock in Rio 2011. MEU DEUS!!!

Nem tenho o que falar sobre isso. Aliás, tenho sim: estou comprando meus ingressos na semana que vem. Não perco esta nem a pau. A tristeza fica por conta da época, em que (provavelmente) acontecerá a Expomusic, também. Mas Expomusic tem todo ano. Red Hot, não.

O bacana é que eu havia desejado esta vinda deles num post do mês passado. Estão vendo? É só querer...

Leiam mais aqui.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mais do mesmo

Brasília (sei que é repetitivo mas... LÍDER) - O campeonato brasileiro de futebol vai chegando ao fim e a discussão do momento é: São Paulo e Palmeiras devem entregar seus jogos ao Fluminense para prejudicar o Corinthians? Já discuti uma questão semelhante a esta aqui no blog (vejam o link). Mais uma vez, estamos diante do dilema: vale a pena ganhar a qualquer custo?

Sinceramente, acredito que caso ocorra algum tipo e manipulação neste sentido, estaremos diante de uma triste página do futebol brasileiro. Sei que no passado este tipo de coisa já aconteceu, assim como as malas branca e preta, as compras de arbitragens e etc. Mas, sinceramente, acredito que não há mais espaço para este tipo de coisa. No auge do profissionalismo no futebol, é rídiculo que um jogador entre em campo para defender uma instituição secular e seus milhares de torcedores e não jogue estritamente em função dos interesses deste clube.

Além de achar, que o debate ocupa um tempo exagerado na mídia, vejo mais uma vez a questão cultural em pauta: muitos torcedores de Fluminense, São Paulo e Palmeiras apoiam o suposto arranjo. Ou seja, para muitas pessoas vale a pena vencer a qualquer custo. Não tem problema ver seu time sendo derrotado, desde que prejudique o maior rival. Estes são os valores que estão sendo passados para nossos filhos?

Acredito que as mídias não deveriam dar tanto espaço para um tema tão vazio. Vejo algumas pessoas refutando a postura "entreguista" do Corinthians no ano passado, dizendo que é coisa de torcedor e etc., porém, no ano passado, da mesma maneira que acontece hoje, esta discussão vazia tomou conta dos jornais e mesas redondas. Ou seja, eles criam o mito e quando vêem o quanto a coisa é ridícula, jogam para os torcedores. Bem mais fácil, já que "a torcida" é anônima, não tem rosto. É fácil jogar a culpa para um grupo anônimo, sem rosto. Também parece-me, de certa forma, tendenciosa, a discussão nos meios de comunicação. Por dois motivos:
  1. O Corinthians e o Cruzeiro também enfrentam um rival do Fluminense: o Vasco. Até agora não vi cogitarem a mesma atitude no caso do clube cruzmaltino, que poderia, segundo a teoria, complicar dois rivais de uma só vez (Fluminense e Botafogo).
  2. O Fluminense, no momento atual depende apenas de seus esforços para ser campeão, não é como no ano passado onde o time que sagrou-se campeão tinha que vencer seus jogos e torcer por tropeços.
A pressão existente é tanta, que vejo a possibilidade de ocorrer o efeito contrário: os jogadores podem entrar em campo querendo mostrar que são profissionais e se motivarem muito mais para dar uma resposta à imprensa e à opinião pública. Postura comum hoje em dia: toda conquista é uma resposta a alguém ou a alguma instituição, como se o sentimento de dever cumprido, por si só, não bastasse. E sabemos que existem muitos torcedores travestidos de jornalistas.

Outra questão importante é que o Flu já demonstrou neste campeonato, que pode vencer qualquer adversário, já que liderou o campeonato por vinte rodadas. Principalmente porque o clube contará com o retorno das estrelas Deco e Fred. Craques inegáveis. Se o Flu vencer os dois adversários, que possivelmente não terão mais nada a almejar na competição, qual o problema? Seria, necessariamente, uma "entregada"? O Flu tem culpa por causa do formato em que, na reta final do campeonato, existem alguns clubes que já não estão brigando por um objetivo específico? E nos anos anteriores, em que o São Paulo foi campeão, alguém entregou?

Mais uma vez estamos diante de uma questão que, no meu entendimento, não tem discussão: não vale a pena vencer a qualquer custo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

#50



Brasília (com toda a sinceridade...) - Pessoal, estamos chegando ao post #50. Juro que não imaginava que chegaríamos aqui em tão pouco tempo (6 meses). É claro que o objetivo do blog é a produção, mas com toda a sinceridade, eu não sabia se conseguiria completar o primeiro mês. Outro aspecto que me deixa muito feliz é a quantidade de acessos regulares, que aumentou muito nos últimos meses. Espero continuar por muito mais tempo, se vocês estiverem gostando, é claro. Não faz sentido ficar escrevendo aqui, se do outro lado não houver com quem compartilhar as idéias e debater.

Até agora, os assuntos que mais permeiam o blog são: música, futebol e tecnologia. Estamos dentro do planejado, mas nada impede que de vez em quando façamos algumas reflexões sobre assuntos do dia a dia ou que abordemos outros temas. Fiquem à vontade para sugerir temas de seu interesse. Só não sei se conseguirei discorrer sobre.

O principal motivo deste post é agradecer. Muito obrigado aos que acessam o blog, muito obrigado aos que comentam, muito obrigado aos que indicam a leitura do blog! E muitíssimo obrigado à todos que estão lendo este post. Só chegamos até aqui por causa de vocês.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Pearl e eu

Taguatinga (chove, chuva...) - Como já disse em um post anterior, tenho um, digamos, "lance" com a fabricante de baterias Pinguim. É aquela coisa de primeira bateria, primeira namorada, primeiro carro, primeiro emprego e por ai vai. Porém, não posso deixar de registrar a bateria que esteve (e está) presente em quase toda a minha vida como baterista (não dá pra chamar de carreira, sou amador). Estou falando sobre a fabricante japonesa de baterias Pearl.

A Pearl é uma marca conhecida por quase todo mundo, incluindo os "não músicos". Muito disso, deve-se à popularidade desta marca entre as bandas dos anos 80. Era muito comum, naquela época, ver o nome Pearl estampado nos bumbos das bandas mais adoradas. Hoje em dia, a coisa diminuiu um pouco, dada a quantidade de marcas existentes no mercado. Entre os bateristas, a Pearl (assim como outras marcas Top), é quase uma unanimidade. Quase todos gostam e muitos dos que não gostam, não questionam a sua qualidade. A Pearl é usada por caras como Chad Smith (alguém tinha dúvidas?), Dennis Chambers (Santana), Eric Singer (Kiss, Alice Cooper), Tico Torres (Bon Jovi), Ian Paice (Deep Purple), Cláudio Infante (solo), Igor Cavalera (ex Sepultura), Haroldo Ferretti (Skank), Deth Santos (Mr. 16 notes), entre outros. Só gente grande. Daí, não é de se estranhar que um baterista novato sonhe em usar baterias de uma marca como esta. E foi assim que eu comecei minha história com a Pearl. Tá legal, não foi apenas uma questão de admiração. Quando eu estava começando a tocar, a Pearl tinha, em sua linha, uma bateria que era a solução para os meus problemas, a Pearl Rhythm Traveler, que possuía tambores rasos e "peles mudas", perfeitas para o estudo "silencioso". Como eu morava em apartamento, era disso que eu precisava...

A intenção do post é contar um pouquinho da história de cada uma das baterias da Pearl que passaram pelas minhas mãos e baquetas. Vamos a elas:


1 - Pearl Rhythm Traveler (cor: Pure White) - Esta foi a minha primeira Pearl. E a primeira Pearl a gente nunca esquece, tipo os soutiens. Ela foi a grande vilã, responsável pela venda da minha adorada Pinguim do post que citei no início... Mas eu a adorava, também. Devia ter ficado com as duas. Com esta bateria fiz uns 10 shows e muitos ensaios. Como estava começando e tinha muito gás, eu a levava todos os domingos para a casa do Paulinho (Paulo Alexandre), onde ensaiávamos. E quando chegava do ensaio eu a montava no meu AP novamente. Ou seja, toda semana, eu montava e desmontava a bateria duas vezes (pelo menos). Só quem está começando mesmo para ter este gás todo: desmonta, desce todo o equipamento por dois andares (de escada), coloca tudo no carro, roda 18 Km, tira tudo do carro, monta, ensaia, desmonta, coloca no carro, roda 18 Km de volta, sobe dois andares com a tralha toda (de escada), monta novamente. Cansei só de relembrar... Me foi muito útil esta "bichinha". Ela foi adquirida, via internet, de uma loja em SP, a Doctor Drum. Nem sei se existe mais. Vendi-a para um guitarrista de SP que estava precisando incrementar seu home estúdio.


2 - Pearl Export (cor: banca/creme) - A segunda Pearl foi adquirida quando eu ainda tinha a primeira. "Ué como você guardava as duas no AP?", vocês estão pensando. Pois é, neste meio tempo, meu sogro mudou-se para um AP maior, onde haviam dois quartos sem uso, então, a bateria ficava lá. Eu precisava desta bateria, pois apesar da RT ter um som bonito, tinha pouca potência. Daí eu precisava ter uma bateria com mais projeção de som para determinadas ocasiões (sempre criando uma necessidade para consumir...). Comprei esta bateria de um cara do RS. Ela veio em um ônibus da Real Expresso. Sozinha, tadinha! Quando a recebi, fiquei horrorizado. Era ferrugem para todos os lados. Achei que tinha rasgado dinheiro (apesar de ter pago muito barato). Passado o susto, dei um trato nela e o resultado foi muito bom. Depois de um tempo e uns três ou quatro shows (viram como eu nem precisava tanto?), vendi-a no intuito de adquirir uma bateria melhor. Ela está com o Roberto até hoje.


3 - Pearl Rhythm Traveler (cor: Jet Black) - Um dia eu estava na Novo Tempo despretensiosamente (ou não!),  quando vi esta belezinha. Na época, eu tinha a RT branca e achava a preta muito mais bonita. Como eu tinha uma grana para receber da Novo Tempo (por uns equipamentos que deixei em consignação), peguei a bateria e depois me virei para vender a branca (e não foi difícil). Para falar a verdade, apesar de achar a preta mais bonita, o som da branca era melhor. Ficou uma ponta de arrependimento. Esta bateria marcou o início da minha trajetória com a Banduka. Ela nos acompanhou por um ano, aproximadamente. Foram muitos shows. E não fez feio. Abrindo um parênteses para falar sobre o som das Pearl RT: Surpreendente. Apesar das medidas reduzidas, elas falam como baterias grandes. Com destaque para o surdo, que já foi definido por muitos como "inacreditável". Ao bumbo falta um pouco de potência, o que era resolvido com microfonação, dependendo do ambiente. Os tons podem ser afinados mais agudos (ficam parecendo timbales) ou mais graves. Usando as peles corretas, não ficam devendo em nada para tons mais profundos. A Caixa tem um som "normal", já que suas medidas são tradicionais (13"x5"). Fecha parênteses. Vendi esta batera para o Alex Ebrom, lá de Patos de Minas. Ela entrou como parte do pagamento para a próxima...


4 - Pearl Export EXR (cor: Strata Black) - Quando comprei esta bateria, estava realizando um sonho de consumo. Uma bateria numa configuração grande e flexível, que me permitia combinar: dois tons e um surdo, um tom e dois surdos, um tom e um surdo ou dois tons e dois surdos. Eu tinha uma bateria que me atendia conforme a ocasião. Fiquei extremamente satisfeito com o conjunto da obra: o acabamento que lembrava o Black Oyster, usado pelo Ringo Starr do The Beatles, o som mais pesado, o visual no palco. Enfim, para mim eu estava com a bateria definitiva. Aí... a Cris ficou grávida dos gêmeos e estávamos apertados de grana. Tínhamos que fazer um quarto para dois bebês e dois enxovais. Decidi vender todo o meu equipamento, já que teria que parar de tocar por um tempo mesmo. Vendi esta bateria para o Paulo Henrique, lá de Fortaleza. O curioso foi que tempos depois, grande Mike Terrana usou esta bateria em um workshop realizado lá no Ceará.


5 - Pearl Vision VSX (cor: Champagne Sparkle) - Comprei Ganhei esta bateria de presente de aniversário em 2008. Estou com ela até hoje e dificilmente a negociarei. Como no caso da anterior, ela me atende perfeitamente! Para show em locais pequenos, posso levar a Pinguim. No momento, estou na cola do Hugo, lá da Novo Tempo, para expandir o kit. Meu objetivo é colocar o tom de 8" (apesar de usar pouco) e o surdo de 16" (este eu vou usar muito). Foi com esta bateria que retomei minha caminhada no mundo dos tambores, após o nascimento dos gêmeos. Com ela, fiz vários shows com a Banduka e todos os shows da Cashbox. Aconteceu um lance legal, quando fiz uma gig com o Paulo Mesquita: cheguei para montar meu equipamento todo na minha e tudo mais. Quando comecei a tirar a bateria dos bags, o guitarrista e o baixista vieram correndo para vê-la e ficaram encantados. "Pô, o cara tem uma Pearl!". Nem tentei explicar que apesar de ser uma Pearl, era uma linha intermediária, que não era assim uma "Pearlll", deixei pra lá. Acho que eles sacaram que essa aí, quando está em cima do palco, tem vida própria, fala por si só.

E aí, pessoal, gostaram das minhas baterias? Tem alguma história curiosa? Comentem...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bravo, Conca!!


Brasília (e ainda somos líderes) - Pessoal a partida que o pequeno argentino Dario Conca, do Flu, fez ontem contra o Grêmio foi antológica. Alguns poderão alegar que Conca pegou pouco na bola e que fez pouco além dos dois gols. E eu retrucarei: "E precisa fazer mais?". Ainda que alguém insista, aqueles que assistiram ao jogo, saberão do que estou falando. Poucas bolas nos pés do pequeno argentino são disperçadas.

Em rodas de discussão sobre futebol, é natural surgir a questão: "Por que o Conca não está na seleção Argentina?". Minha resposta é: "Não sei, mas ainda bem, porque no dia que o mundo conhecer seu talento, seus dias no Flu estarão contados.". Brincadeiras à parte, é claro que considero uma pena que os próprios argentinos ainda não tenham percebido o potencial de Conca, mas acredito que isto acontece em todos os países... Enquanto isso, agradecemos o fato de Conca estar, desde 2008, no Flu e ser o grande maestro do Tricolor.

Durante os dias que antecederam o jogo de ontem, a imprensa, que SEMPRE tenta achar alguma coisa para desestabilizar o ambiente do Flu, quis criar uma polêmica acerca da renovação de seu contrato, que termina em dezembro de 2011 (falta mais de um ano). Duvido que Conca esteja tão irredutível assim, como quiseram pintar. Toda e qualquer negociação é feita de propostas e contrapropostas, até porque cada parte defende seu interesse e o desfecho se dá no meio termo, o chamado "bom para os dois lados". É claro que há bastante tempo para que o Flu costure a renovação daquele que é o maior jogador em seu elenco atual, há tempo suficiente para tratar a coisa como se deve, porém não há tempo para dormir no ponto, tendo em vista que em julho, Conca estará livre para assinar um précontrato com qualquer outro clube (e tem muita gente de olho).

Voltando ao jogo de ontem, o primeiro gol foi realmente uma pintura, um gol de craque. Um toque para dominar a bola, tirando o zagueiro e ajeitando-a e o chute, em que a bola subiu e desceu tão rapidamente que o goleiro titular da Seleção nada pôde fazer senão torcer. Sua torcida não adiantou. Gol. Golaço. A partir daí a marcação ficou mais atenta com o pequeno argentino. Até que, quando o Grêmio era todo ataque e a marcação cochilou, Conca resolveu a parada. Dois a zero para o argentino, que ainda reverenciou o companheiro, Washington, que vive uma fase complicada. Vale ressaltar que em outros lances do mesmo jogo,   Conca aplaudiu e incentivou o companheiro, também.

Não foi à toa que Muricy sonhou em levar Conca ao São Paulo e ao Palmeiras por dois anos consecutivos. Não foi à toa que o Flu precisou de duas investidas para contratar Conca. Não será à toa que Conca se tornará um dos maiores ídolos da história do Flu (basta ficar). E não é à toa que a Torcida Tricolor o reverencia. Conca é a cara das três cores que traduzem tradição: Esperança, Garra e Fidalguia.

Olê, olê, olê, olá! Conca, Concaaaaaa!

Momento Bit - Especializar-se ou não?

Conversava em uma roda de amigos outro dia, quando surgiu o tema "especializar-se ou não?". Debatemos por cerca de meia hora e não chegamos a uma resposta à questão. Porém, tiramos algumas conclusões que compartilho aqui com vocês:

Especialização x Retorno financeiro

A especialização normalmente aumenta o retorno financeiro do profissional. Mas isto ocorre à médio-longo prazo. Um cuidado que se deve tomar é estudar o 'teto' de remuneração do segmento. Algumas vezes um especialista no segmento A tem uma remuneração de 'profissional pleno' em um segmento B. O tempo para chegar-se ao 'teto' também deve ser levado em consideração.

Especialização x Empregabilidade

Eis um aspecto que deve ser especialmente estudado: Empregabilidade. Uma opção é avaliar a densidade demográfica da carreira. 
Por exemplo:
Para suportar um grupo hipotético de 20 desenvolvedores, há 1 administrador de banco de dados (DBA), 3 analistas de sistemas, 1 analista de suporte, 3 analistas de testes. Analisando a situação demonstrada, pode-se optar pela carreira de desenvolvimento que garante uma melhor empregabilidade, porém a rentabilidade não é igual à de um DBA

Sendo assim, avaliar a empregabilidade é um aspecto importante a ser considerado na hora de fazer a opção pela especialização.
O estudo 'empregabilidade x especialização' tem dois aspectos distintos: 

  • Um especialista está mais preparado para enfrentar os desafios de sua área de atuação. Este fator aumenta a empregabilidade do especialista.
  • Um especialista é mais 'caro' do que um profissional generalista e nem sempre as organizações estão dispostas a pagar pela especialização. Seja pela natureza de seu negócio, urgência ou capacidade financeira. Este fator diminui a empregabilidade do especialista.
Capacitação

Tornar-se especialista em um determinado segmento custa tempo, dinheiro e dedicação. Cada segmento determinará o quanto de cada um destes elementos será necessário. É importante pensar neste aspecto antes da opção.
Uma área A pode exigir apenas 1 ano para que o profissional torne-se especialista, porém os treinamentos querem alta dedicação e custam alto.
Uma área B pode exigir 5 anos para a especialização, porém os custos seriam reduzidos e a dedicação seria diluída ao longo deste tempo.

Plano de contingência

Uma situação à que o especialista estará sujeito é a ausência de mercado. É preciso que o profissional que tenha um plano de contingência para esta situação. Neste plano de contingência o profissional deve considerar: 

    Afinidade com a área escolhida

    É preciso que o profissional tenha afinidade com a área em que deseja especializar-se, afinal de contas, a especialização é uma espécie de casamento. Ter prazer em desempenhar certa atividade pode ser um fator de sucesso e um importante diferencial, além de minimizar o risco por um eventual arrependimento.

    • Reserva financeira - O especialista deve ter uma reserva financeira para os tempos em que sua rentabilidade não esteja suprindo suas necessidades.
    • Áreas afins - Em algumas situações o especialista pode considerar a troca de área de atuação, então é importante conhecer áreas afins, onde seu conhecimento acumulado será aproveitado.
    • Localização geográfica - Profissionais especialistas em alguns ramos de negócio. Devem considerar a localização geográfica de seu mercado. Em alguma cidades, há grande concentração de Instituições Financeira em outras, há Telecom, Siderurgia, Metalurgia e por aí vai...

    Bem pessoal, este tema é muito controverso e particular. Vejam que aqui não entramos no mérito do "Vale a pena?". Apenas enumeramos aspectos a serem considerados na hora da decisão pela especialização. Em matéria de especialização, conheço diversos casos de sucesso e alguns de fracasso. É importante frisar que não conheço nenhum fracasso "total". Há sempre uma válvula de escape que permite que o profissional não vá ao fundo do poço. Também é importante ressaltar que nenhuma história de sucesso foi construída sem talento, dedicação, suor e aquela pitada de sorte...

    quinta-feira, 28 de outubro de 2010

    Mais uma primavera...

    Brasília (atrasado também vale!) - E nesta semana, dia 25 de outubro, o maior herói deste blog completou 49 anos de vida! Ele mesmo... Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers (para os desavisados). O que falar sobre o fato? Bom, só posso desejar que ele continue fazendo o que faz: tocando sua bateria cada vez mais funk; que venha ao Brasil assim que puder (de preferência com o Red Hot, mas pode ser com o Chickenfoot também) e que tenha muitos outros anos de vida e muita saúde para continuar na ativa.


    Para reverenciar meu grande herói (mais uma vez), vou deixar uma foto de um show em que prestei uma pequena homenagem a ele. A foto foi tirada, curiosamente, em um 25 de outubro. Na época eu não sabia que era o dia do aniversário dele...



    Parabéns, Chad. Keep "Drumming"!


    segunda-feira, 25 de outubro de 2010

    Lista - Os 3 filmes que marcaram a minha infância

    Taguatinga (é...) - Ainda no segundo grau (atual nível médio), escrevi em uma redação "...eu faço parte da geração televisão...", em uma claríssima alusão à "geração coca-cola", cantada por Renato Russo. Uma frase que foi colocada despretensiosamente (talvez um pouquinho) fez um sucesso que eu não esperava (talvez um pouquinho) a professora adorou. Rasgou elogios, disse que gostaria de trabalhar mais os meus textos, blá blá blá. Mas eu era "técnico" (como eu dizia). Estava me lixando para português, gostava mesmo era de eletrônica. E não dei a mínima para ela, por achar que não tinha o "jeito" que ela achava que eu tinha (talvez um pouquinho).

    Dei esta volta inteira, para falar que vi muita televisão quando era criança. Tanto que, aos sete anos, tive que usar óculos. Passava tardes inteiras e entrava noites. Assistia tudo: Telecurso Segundo Grau, Eureca, Bom dia Brasil, Show da Xuxa, Globo Esporte, Jornal Hoje, Vale a pena ver denovo, Sessão da Tarde, Novelas, Jornal Nacional, Tela Quente... Só parava quando minha mãe me mandava ir dormir. Ia meio puto, mas ia.

    Sendo assim, vou listar as obras que vi durante este tempo (até os 10 anos de idade) e que, de certa forma, marcaram alguma época para mim. São filmes que já vi várias vezes. Pelo menos umas dez vezes cada, por baixo. Vamos à lista:

    1. Robocop - Tecnologia, drama, ética, american lifestyle. Tudo num filme só. Isto, sem contar a sanguinolência, que, devo confessar, gerava um certo entusiasmo na garotada. Lembro que uma vez, o Érico e eu contamos quantas mortes aconteciam durante o filme. Foram 33, salvo engano. Era muita morte para um filme que não tinha cenas de guerra, onde ocorrem mortes em massa. Mas enfim, era um filme bacana. Tanto que falaram em refilma-lo. Mas acabaram desistindo. Ainda bem, detesto remakes.


    2. Indiana Jones e o Templo da Perdição - Certa vez, o tio Raimundo, nos emprestou seu video cassete, que era novidade na época. Acredito que ficamos com o video cassete por umas duas ou três semanas. A única fita  que tínhamos em casa era justamente esta. Então, acredito que passei duas ou três semanas vendo o filme todos os dias. Lembro-me que cheguei a decorar as falas. Sobre o filme, nem o que falar, né? Um clássico total... Talvez o melhor da trilogia, que não é mais trilogia desde esse último caça níquel, que fizeram depois.


    3. Um Tira da Pesada - O personagem Axel Foley despertava o desejo de ser policial na garotada. Muito carismático, competente, sortudo, valente, bom de briga. Um verdadeiro herói. Assistíamos ao filme e depois brincávamos de "Um tira da Pesada", simulando algumas cenas do filme e inventando outras. Há uns dois meses assisti ao filme novamente e tive certeza: marcou época.


    Galera, esta lista nasceu com uns oito filmes. Reduzir à três foi dureza. Praticamente fechei os olhos e escolhi. Nem fiquei pensando muito senão acabaria aumentado a lista para cinco... Quero conhecer os filmes que marcaram a vida de vocês também. Comentem!!

    sábado, 23 de outubro de 2010

    Memórias de um Tricolor

    Taguatinga (queria muito voltar a ser o Peter Pan) - Domingo, dia 25 de junho de 1995. Como acontecia quase sempre, estava passando o fim de semana na casa da vovó. A "casa da vovó", apesar da denominação, era um apartamento. Três quartos e um banheiro, que nestes dias ficava um tanto congestionado, já que casa em que moravam regularmente a Vovó, tio Mário, tio Pedro, tio Ique e Assis, ainda ganhava o Daniel e eu como moradores de fim de semana. Uma visita desavisada em um amanhecer de domingo poderia ser confusa para que o fizesse. Como não havia espaço suficiente nos quartos, dormiam na sala: tio Ique, Daniel e eu (e algumas vezes o João Pedro). A sala ficava completamente tomada por colchões e cobertores. A vovó era a primeira a acordar e muitas vezes fazia um certo malabarismo, esgueirando-se entre os colchões para ir à padaria sem nos acordar. Se o Daniel ou eu estivéssemos acordados, esta tarefa seria automaticamente nossa. O tio Mário era quem acordava na sequência, sempre animado e, quase sempre, com alguma programação já acertada para o dia. O Assis acabava vindo por tabela. Com três pessoas da casa já acordadas, os que dormiam na sala não podiam fazê-lo por muito mais tempo, já que atrapalhavam o trânsito pelo apartamento. O último quarto a "acordar" era o do tio Pedro, nada mais justo, já que normalmente ele era o último a dormir, também.

    Aquele dia era especial. Daniel e eu sempre fomos "quase irmãos". Todos os primos: Rafael, Érico, Igor e Philipe, além de nós, éramos quase irmãos. Mas talvez por não termos irmãos (o Daniel tinha duas irmãs), o Daniel e eu éramos muito próximos. Tomamos nosso café da manhã e nos preparamos para o dia. Naquele dia, a adrenalina era muito grande para irmos ao campo de areia, do outro lado do Cruzeiro (bairro em que estávamos) para jogar bola pela manhã inteira. Queríamos estar inteiros para o grande momento. Então, ao invés de vestirmos as roupas de jogar futebol e descer para chamar os outros primos, ficamos por lá mesmo e aos poucos fomos ganhando novas companhias.  Aos poucos foram chegando, o Rafael, o Karlos e a Karla, Danielle e Danilla, tio Vanderlei, tio Valter, tio Evan, Érico, Igor e etc. Tudo bem que os domingos na casa da vovó eram sempre assim, mas em dia de final de campeonato o clima é outro. Salvo engano, o Daniel, o Rafael e eu vestíamos camisetas parecidas: uma camiseta que fazia alusão aos quatro clubes cariocas da frente "Torço por todos" e atrás revelava o verdadeiro clube: "P... nenhuma, sou FLUZÃO", isto no meu caso e no do Rafael. O Daniel era molambada flamenguista. Ainda é (não me perguntem por que). A pouca diferença de idade entre nós, nos unia naturalmente. O Rafael e o Daniel dividiram sala de aula, primeiras paixões e até algumas namoradas (neste caso, não ao mesmo tempo).

    Para matar o tempo e aliviar a expectativa, gravamos algumas fitas. Uma delas foi "Rap Brasil vol. 1". Na época era moda.  Este disco tinha alguns hits como: "Rap do Silva, "Dança da Bundinha", "Dança da Cabeça", "Rap do Endereço dos Bailes" e aquele rap extremamente chato que fazia alusão ao ano do centenário do flavela flamengo. Na torcida burro negra rubro negra o Daniel ganhou o reforço do Kalinhos. Ainda assim não faziam (e não fazem) frente ao Esquadrão Tricolor: tio Valter, tio Pedro, tio Raimundo, Érico, Igor, tia Regina, Rafael e eu. Mais tarde, outros torcedores do lado negro da força também integraram-se aos dois: tio Ique e Philipe. Para todo este grupo o dia era especialmente tenso e a tensão aumentava à medida que a hora do jogo aproximava-se. Os únicos elementos relaxados em nosso ambiente eram os vascaínos: tio Mário, tio Evan e minha mãe, além do Assis, que é botafogo. Alguns destes, aproveitando-se de seu relaxamento aproveitavam para fazer pequenas piadas e deixar nosso clima ainda mais tenso.

    O ano de 1995 foi o ano do centenário do flamengo. Um investimento vultuoso aportou na gávea, de modo que o principal jogador da última copa, eleito o melhor jogador do mundo estava lá: Romário. Além deste, o novo Zico (acho que já vi pelo menos uns cinco "novos zicos"), o frágil Sávio era outra estrela do time. A maioria dos torcedores rubro negros que eu conhecia já dava o ano como "favas contadas": campeão carioca e brasileiro. Era o que acreditavam. E a campanha do flavela flamengo no campeonato carioca não desmentiu esta espectativa: ganharam a Taça Guanabara e nadaram de braçada na fase final. Já o Flu... Ah, o Flu... Nenhuma contratação de enorme impacto. O maior nome trazido pelo clube era o do decadente Renato Gaúcho. Mas o time era, digamos, certinho. Algumas pratas da casa, como Sorley e Cadu. Alguns jogadores que já estavam no clube havia algum tempo, como Leonardo, Rogerinho, Lira e o "Super" Ézio. Um ótimo meio campo repatriado: Djair; e um punhado de ilustres desconhecidos: Welerson, Márcio Costa, Aílton e etc. O ano estava difícil para nós. Mas na fase final, encaixamos uma sequencia de vitórias e estávamos na final.

    O clima entre os Tricolores na casa da vovó era de desconfiança. Jogamos (e perdemos) as finais de 91, 93 e 94, sendo que em 91 e 94 tínhamos um time superior. Desta vez, com um time ajustado, porém com menos glamour, estávamos com um pé atrás. E nem tinha como ser diferente. Nas rodas rubro negras, o ar de já ganhou imperava. Tenso. O clima era tenso. O flamengo ainda jogaria pelo empate! Ai, ai, ai. Mas enfim, vamos lá. Aproximando-se da hora do jogo, troquei minha camiseta por uma oficial, da Penalty, com patrocínio da Coca-Cola que fora usada pelo time em 1993. A blusa que usava, emprestei para a Karla e ganhamos mais uma torcedora. Como costumo dizer, eu vivia futebol naquela época. Com quinze anos de idade, eu não tinha muita coisa para fazer além de estudar, jogar bola e jogar video game. Então, vou dar a escalação do Flu para o jogo: Wellerson, Ronald, Lima, Sorley e Lira; Márcio Costa, Aílton, Djair e Rogerinho; Renato Gaúcho e Leonardo. Timaço!! 

    Eu nunca havia visto o Fluminense ser campeão. Minha maior alegria no Futebol havia sido a conquista da Copa do Mundo pela Seleção brasileira no ano anterior. A cada final que acompanhava, minha expectativa crescia. Consequentemente, a tensão pré jogo, também. Instantes antes da bola rolar, a sala da vovó parecia uma lata de sardinha (do jeito que ela gosta). Gente nos sofás, em pé, sentados no chão, em cadeiras ou pindurados em outra pessoa. Era muita gente. E como estávamos em família, não tinha essa de separar os Tricolores dos rubro negros. Era todo mundo junto mesmo. Quando a bola rolou, a tensão, curiosamente saiu de cena (pelo menos para mim) e deu lugar à hipnose. Fiquei com os olhos vidrados na televisão durante os 90 minutos. Toda nossa desconfiança e pé atrás, existentes horas atrás passaram para o lado de lá quando o Flu abriu 2x0 ainda no primeiro tempo. Lembro perfeitamente da sensação de alívio e de "dever cumprido" que senti durante o intervalo, quando fui à cozinha pegar uma Coca-Cola. Mas o que parecia ser uma final muito mais fácil do que a dos anos anteriores, virou um verdadeiro pesadelo quando o flamengo empatou o jogo e justamente com Romário marcando o segundo gol. Romário nunca havia marcado contra o Flu até aquele momento. Mas o Flu contava com Renato Gaúcho, um dos caras mais raçudos que já vi dentro de um campo de futebol. Ele havia feito gol em simplesmente todos os fla-flus do ano (outros três) e mesmo naquele jogo já havia deixado o seu. Mas quando a Aílton fez uma belíssima jogada pela direita e chutou para o desvio de Renato Gaúcho (com a barriga), Renato marcaria o gol que seria lembrado por toda a sua vida em qualquer profissão que arriscasse após pendurar as chuteiras. O gol que Renato acabara de marcar ficou mais famoso, até do que o gol fizera pelo mundial de clubes, dando o caneco ao Grêmio. Ou que o punhado de gols que marcou com a camisa da Seleção. E foi um gol com a cara de Renato, com raça e oportunismo. Gol de quem não desiste. Nesta hora, aos 43 minutos do segundo tempo, o tempo parou para mim. Por alguns instantes, não ouvi, não enxerguei, não senti cheiros. Meus sentidos pararam. A única sensação que tive, foi a mais espetacular que já experimentei na vida. Lembro de ter abraçado todos os Tricolores, de ter gritado e pulado. Mas sinceramente, não lembro dos minutos que completaram o restante do jogo. Para mim, o jogo acabou ali. E de fato, foi o que ocorreu.

    A festa que tomou conta do Cruzeiro foi grande. O Cruzeiro é um bairro que conta com muitas pessoas originárias do Rio, por isso, nossa torcida lá é enorme. Tomamos as ruas batucando, cantando, gritando e festejando. Um verdadeiro carnaval. E o Daniel estava conosco, afinal era quase que nosso irmão. Para mim, aquela comemoração extenderia-se por exatos cinco dias. A cada lugar em que eu chegava com minha camisa do Flu, era calorosamente cumprimentado e até festejado. Todas as pessoas que gostam de futebol sabiam que aquela final ficaria para a história como uma das mais dramáticas, espetaculares, emocionantes. Ganhei, também, algumas caras fechadas, já que da mesma forma que foi especialmente delicioso para os Tricolores, foi especialmente doloroso para os molambos flamenguistas. Mas também não perdi nenhuma amizade. Foram apenas algumas reações completamente normais.

    Hoje em dia, não acompanho futebol como acompanhava em minha adolescência (até a crise que levou o Flu à terceira divisão). Mas quando alguém me pergunta por que eu gosto de futebol ou porque sou Tricolor, aquela sensação me vem à memória. Nunca conseguirei traduzir esta sensação em palavras, e, para ser sincero, nem tento. Aquilo foi para sentir e não para contar.

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