quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O lado bom

Brasília (sempre tem, é só procurar) - O supergrupo Chickenfoot, que conta com a participação do baterista Chad Smith (e por isso ganhou minha admiração), está em crise. Em entrevista à revista americana Billboard, o vocalista do grupo, Sammy Hagar, admitiu que o grupo espera por Chad, que está em estúdio, gravando com o Red Hot Chili Peppers, para dar sequência a seu trabalho, mas que a troca de baterista não está descartada.

 
Uma pena. Tenho o CD e o Blu-ray do Chickenfoot e considero-os muito bons. Aqueles a quem indiquei o som banda, também compartilham da minha opinião. Não tenho absoluta certeza de que outro baterista manteria a coesão do grupo, o peso do som ou a graça da banda (porque não). Mas o mundo é redondo, aguardemos o dia de amanhã...

O lado bom da história é o pano de fundo: O Red Hot está gravando um novo disco!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lista: Os 3 melhores Fla-Flus

Brasília (tava demorando) – Há muito tempo não fazia uma listinha. Aproveitando o 3x3 do fim de semana, vou fazer a lista dos três melhores Fla-Flus que eu vi. Fla-Flu é um jogo diferente. Quem não torce por algum dos dois times certamente não sabe do que estou falando. Não há no mundo um clássico melhor. Um clássico sempre imprevisível, não importando a fase vivida pelos times. A única coisa realmente garantida em um Fla-Flu é a emoção. Tive o prazer de assistir a muitos Fla-Flus. E o desprazer de assistir a alguns.



Nelson Rodrigues, grande escritor Tricolor, sempre fazia menção ao clássico. As tiradas de que mais gosto são:
"O Fla-Flu surgiu quarenta minutos antes do nada."
"No dia da inauguração do paraíso, houve um Fla-Flu de portões abertos, e escorria gente pelas paredes."

A lista:

1. Flu 3 x 2 Fla (25/06/1995) – Este é o Fla-Flu mais lembrado até pelos banguelos flamenguistas. O Fla estava no ano de seu centenário e tinha um time galático, com Romário e Cia. O Flu estava na fila havia nove anos e tinha um time bem mais modesto, treinado por Joel Santana e comandado por Renato Gaúcho, que vinha em uma ótima seqüencia. O empate favorecia o Fla. O Flu foi para cima e virou o primeiro tempo ganhando por 2x0. No segundo tempo o jogo estava sob controle até que o Fla fez o primeiro gol. Logo depois o Flu teve um jogador expulso e levou o segundo gol. Parecia que não dava mais, certo? Errado. Aos 43 minutos do segundo tempo, Aílton fez a jogada de canto de área mais bonita de que se tem notícia e serviu Renato, que de barriga, empurrou a bola para o fundo das redes. Quando digo que o Fla-Flu é sempre emocionante... Este foi o título que mais comemorei em toda a minha vida. Fiquei rouco por uma semana inteira. Não conseguia conter a felicidade e a emoção. Lembro de todos os detalhes daquele maravilhoso dia.



2. Flu 4 x 0 Fla (15/03/2003) – A vitória do Flu neste jogo foi tão contundente, tão contundente que Renato Gaúcho (então técnico) pediu para o time não fazer mais gols, não humilhar. Júlio César, goleiro do Fla, saiu de campo chorando de desespero e vergonha. O Flu deu um olé de mais de 2 minutos no atordoado Fla, que não conseguia achar seu rumo. Fábio Bala, um jogador com passagem meteórica pelo Flu, deixou seu gol, aliás, Fábio Bala fez vários gols no Fla...


3. Flu 4 x 1 Fla (10/02/2008) – O famoso Fla-Flu do “crééééu”. Thiago Neves fez de tudo neste dia.  Fez  até chover. Chegou a demitir um jogador do Fla, que o procura até hoje (depois deste jogo, o lateral esquerdo do Fla foi emprestado e nunca mais voltou). Foi uma vitória que ficou engasgada para os burronegros rubronegros e que ficou marcada para os Tricolores. Depois deste jogo, sempre que Thiago Neves ia entrar em campo a torcida cantava: “créu, créu, créu...”. Aliás, Thiago Neves sempre terá um carinho especial da torcida Tricolor por suas atuações nos Fla-Flus.


O que seria do herói sem seu arquirrival?
 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Evolução Tecnológica e a Involução da Sociedade

Brasília (ser ou não ser?) - Sem dúvidas, estamos passando por um processo de inovação tecnológica. E talvez, estejamos passando pelo processo de mudança mais radical do qual temos notícia (sem contar as mudanças impostas pela mãe natureza). Nunca estivemos tão próximos da informação. Atualmente, receber uma notícia uma hora após seu acontecimento já pode ser considerado desinformação. Para mim, o ápice da comunicação em tempo real foi a morte de um dos maiores ícones da música em todos os tempos – Michael Jackson – em tempo real, transmitida ao vivo pela rede americana CNN (irônico, pois ele sempre usou a mídia muito bem). A “revolução da informação”, como nossa era será conhecida, está aí. O mundo já tem consciência de sua existência e de quase todos os recursos que ela lhe oferece. O que uma boa parte do mundo não sabe é que a evolução tecnológica está nos trazendo um perigoso efeito colateral: a Involução da Sociedade.


Tá legal, alguém vai me dizer que hoje em dia as pessoas estão se comunicando com mais facilidade, que fazem amigos (ou mantém amizades) à distância, que conversam com familiares que à vezes estão do outro lado do mundo. Ótimo. Tudo isso é muito importante. É a parte boa, digamos. Realmente é muito melhor poder dialogar usando uma webcam em tempo real do que trocar postais que às vezes levam semanas para chegar ao destino (embora também tenha seu valor). É muito bom conseguir falar com a pessoa “agora”, ligando em seu celular, enquanto que, há alguns anos, teríamos que ligar para a casa da pessoa e ter a sorte de encontrá-la ou deixar um recado e aguardar retorno. É fantástico ler, via internet, uma notícia vinda do Japão poucos minutos depois de seu acontecimento. Todas estas possibilidades são fantásticas, sem dúvida alguma. A noção do que está acontecendo no mundo, a possibilidade de conhecer mais sobre outras culturas, estar conectado a outros países de maneira on-line.

Um dos lados sombrios da facilidade da informação é a perda da privacidade ou da noção do que é privacidade. Pessoas públicas, principalmente, não tem mais direito a momentos de lazer com suas famílias ou com quem quer que seja sem serem fotografados, sem que alguém comente na Internet ou sem que alguém poste o fato no Twitter. Como mencionei anteriormente, chegamos ao cúmulo de acompanhar a morte de uma pessoa (MJ era antes de tudo uma pessoa) de maneira on-line. O cara não tem privacidade nem na hora de sua morte? Havia milhares de curiosos acompanhando a situação e quem estava ali com vontade de ajudar? O helicóptero da CNN acompanhou todo o trajeto da ambulância até o hospital. Por que não transportar o paciente evitando o trânsito, já que de helicóptero seria muito mais rápido? Dar a notícia ou ficar sabendo dela é, muitas vezes, mais importante do que o fato em si. Como se houvesse alguma competição que premiasse quem ficou sabendo primeiro ou quem ficou sabendo de mais coisas. O acesso à informação criou uma espécie de ganância por ela. Tanto para quem a emite, quanto para quem a consome.


Aqueles enormes grupos de crianças e adolescentes brincando nas ruas são cada vez mais raros. Muitos deles estão em casa vendo televisão, conversando em chats, jogando on-line ou navegando na internet. Tudo isso deveria ser agregado ao cotidiano e ter seu próprio espaço, sem que as atividades presenciais fossem deixadas de lado. Outros fatores também contribuem para este cenário, como o aumento da violência, que faz com que os pais prefiram ter seus filhos perto de seus olhares, dentro de casa. Os adultos, também são afetados pela mudança e faço referência a um texto que postei outro dia sobre o que chamei de “Tecnodependência”, que nos traz soluções para problemas que não tínhamos.

Penso que a sociedade passa, além de um processo de evolução tecnológica, por um processo de involução social, onde cada vez menos se vê o senso de coletivo, onde o respeito ao próximo é cada vez menor, onde as pessoas tem medo umas das outras, onde é mais fácil ‘teclar’ em um chat do que bater bom papo pessoalmente. A facilidade de acesso é perigosa, pois também traz a acomodação, a desvalorização da informação. Além de pensar em facilitar seu cotidiano, a sociedade também deveria pensar em como fortalecer seus valores e evitar algumas barbáries que temos visto nos últimos tempos. Para isto, não é preciso deixar de evoluir tecnologicamente. É uma questão de valorizar mais o conteúdo do que o meio.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Momento Bit - E o COBOL?

O surgimento do COBOL (COmmon Business Oriented Language) confunde-se com a invenção das linguagens de programação de terceira geração (estruturadas) e, sem dúvidas, sua invenção foi um dos projetos mais bem sucedidos do que se tem notícia, liderado por Grace Murray Hopper (e dizem que mulheres não têm talento para desenvolver software...). Desde o início da década de 90, pelo menos, o fim do COBOL é anunciado pelos arautos da inovação. Porém o COBOL, indiferente e imponente (por que não!?) continua na cena. Firme e forte. Liderando com sobras o segmento de ferramenta de desenvolvimento de software para instituições financeiras em geral. Então, o que faz com que este quase “cinqüentão” tenha tanta longevidade?

Primeiramente, consideremos o cenário que impulsionou a criação deste mito: o COBOL foi idealizado e projetado por um comitê (CODASYL) que envolvia fabricantes de computadores e órgãos governamentais americanos. O propósito do comitê era construir uma linguagem para resolver problemas específicos, “orientada a negócios” como o próprio nome diz. Antes de dar início ao seu desenvolvimento, as linhas gerais do projeto foram traçadas e debatidas pelos envolvidos e este assunto foi esgotado. O tempo de desenvolvimento do projeto foi de 6 meses. Em seguida, analisemos os pilares sobre os quais o COBOL foi construído: confiabilidade, desempenho, escalabilidade, estabilidade e proximidade com a linguagem natural (3GL). O que talvez o torne a ferramenta ideal para o desenvolvimento de softwares voltados ao sistema financeiro é sua capacidade de trabalhar com números extremamente grandes e sua alta performance, frente às outras linguagens disponíveis no mercado. Até os dias atuais o COBOL já viu diversas linguagens de sua geração e de gerações mais recentes como BASIC, Clipper, FORTRAN, VB, Delphi, entre outras nascerem, ficarem obsoletas e cair em desuso. É claro que algumas destas visavam outro segmento de software, porém o absolutismo com o qual o COBOL reina por tanto tempo é algo sem precedentes.

Sendo tão aceito pelo mercado e tendo uma história tão consistente, por que seu fim já foi anunciado tantas vezes? Por que há de profissionais capacitados no mercado? Por que as faculdades não ensinam COBOL hoje em dia? Ora, TI é intrinsecamente ligada à inovação e um quase “cinqüentão” cuja última versão (estruturada) foi especificada em 1985 vai contra tudo isso. Os garotos de hoje se negam a aprender uma linguagem que de repente é dominada por seus pais. Uma linguagem em que é preciso “escrever” o programa ao invés de dar meia dúzia de cliques. Que mal há nisso? Pode ser o costume que nossa geração (anos 80) tem de estar mais inteirado a estes aspectos do que seus pais. Pode ser o interesse das empresas capitalistas em criar “novos produtos” (linguagens de programação) e os lançarem no mercado.

Enfim, o fato é que o COBOL está aí. É uma realidade e enganam-se os que prevêem ou planejam sua extinção. Como muitos profissionais relutam em admitir esta realidade, o mercado continua “pagando o preço” da falta de mão de obra sucumbindo à sua mais antiga lei: a da oferta versus procura. Não quero entrar nos aspectos que tangem à metodologia de desenvolvimento, coeficiente de produtividade, ambiente (sistema operacional) e outros. Tudo isso é periférico. O COBOL pode (e deve) ser adaptado às melhores práticas da engenharia de software. Parafraseando um antigo colega: “E viva o COBOL!”.

domingo, 19 de setembro de 2010

Pedrão Recomenda: Salve

Brasília (sono, viu?) - Então pessoal... vou recomendar a banda de um amigo meu, o Tiago (baterista). Trata-se da banda Salve (antigo Salve Jorge). Tive o prazer de vê-los outro dia, após convite do Tiago e fiquei impressionadíssimo. A banda toca música brasileira focada em samba e samba rock (de primeira qualidade). Músicas de João Bosco, Gilberto Gil, Djavan, Seu Jorge, Simoninha, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Caetano Veloso e outros fazem parte do repertório.

Como acontece normalmente, vou falar sobre a "cozinha" e posso resumir em uma palavra: perfeita! Baixo, bateria e percussão criam grooves extremamente dançantes, com muita pressão e suíngue. Os músicos são muito bons. Muito mesmo. Para quem gosta de ouvir boa música e dançar, não há melhor lugar nas quintas feiras senão o Calaf. Garanto que aqueles que vão para dançar não conseguem parar um instante sequer.


Informações sobre a banda: http://bandasalve.blogspot.com/
Twitter:  @salvebrasil
Banda SALVE: Recomendadíssimo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O caso Neymar

Brasília (calculando tudo à base de tijolos, cimento, areia.. ) - Tenho acompanhado não tão de perto, confesso, os últimos acontecimentos em relação a uma das maiores revelações do futebol brasileiro nos últimos tempos: Neymar. Acredito que mais uma vez, temos um jogador de futebol  acima da média , um craque, passando dos limites, como aconteceu com Adriano, Edmundo, Romário, entre outros. Como em todas as discussões referentes à futebol no Brasil, as opiniões sobre o caso são as mais diversas. Minha intenção aqui no blog é levar a discussão para um outro ponto que considero relevante mas que ainda não foi abordado pela mídia especializada (pelo menos eu não vi ou li nada a respeito).

Logo após a Copa 2010, frente ao fracasso da Seleção de "resultados" de Dunga, o time do Santos passou a ser visto como um modelo para o que deveria ser a Seleção Brasileira, já que jogava um futebol "moleque" (não gosto deste termo), ofensivo, bonito, super hiper mega plus e etc. A base de toda a molecagem do time do Santos estava, naquele momento, pautada em quatro jogadores: Ganso (para mim o melhor deles), Robinho, Neymar e André (o caroneiro, em minha opinião). Após a decepção do time que contava com Felipe Melo, Gilberto Silva, Julio Baptista, Kléberson, Josué, Elano e outros, o Santos era o futebol que o "povo brasileiro" queria ver. Era o próprio futebol brasileiro personificado. Pois bem. André foi o primeiro a sair. Robinho, cujo contrato com o Santos terminava em meados de 2010 também tomou seu rumo. Sobraram Neymar e Ganso.

Em agosto, houve primeira apresentação da Seleção de Mano Meneses, onde o quarteto foi novamente reunido e deu show em cima da fortíssima, campeoníssima e consagrada seleção norte americana. Pouco depois, o Chelsea - um dos clubes mais ricos do mundo - veio em busca de Neymar. O Santos endureceu o jogo, mas o clube londrino de capital russo abriu seus cofres para ter Neymar. Após idas e vindas, o Santos convenceu Neymar a ficar. Ofereceu-lhe um projeto (!?) que foi suficiente para seduzi-lo. Logo depois, lembraram-se de Ganso e fizeram-lhe proposta semelhante, temendo o assédio europeu. Eis que este, que considero o melhor jogador dentre os citados (vale repetir, vai...), machucou-se e viu o ano de 2010 acabar mais cedo, esportivamente falando. Sobrou o Neymar.

Caiu sobre Neymar a responsabilidade (ou expectativa, como quiserem) de dar continuidade ao "futebol moleque". Com 18 anos, uma pessoa comum já pode ser presa por um crime venha a cometer, pode dirigir, não pode se casar sem anuência dos pais, pode fazer um financiamento junto ao banco (com fiador), pode ingerir bebidas alcoólicas, pode comprar um maço de cigarros... Tudo isso vale para uma pessoa comum. Para Neymar, não. Ele, com 18 anos, pode TUDO (ou acha que pode). Toda a expectativa criada em cima de um talento que há muito não víamos no Brasil, toda a badalação da mídia (não apenas na imprensa)  somados ao esforço feito pelo Santos, talvez tenha feito com que Neymar se sentisse o "dono" do clube e o ápice desta arrogância ocorreu no jogo contra o Atlético-GO, na Vila Belmiro, onde Neymar xingou o capitão de eu time e seu próprio técnico, Dorival Júnior (que tem idade para ser seu pai).  O mesmo já havia acontecido com adversários. Não vou entrar no mérito dos xingamentos, da lei da ação e reação, das provocações recebidas e etc.

Minha proposta é questionar se o ato de ficar no Brasil não "estragou", de certa forma, o jogador (que tem muito futebol, diga-se). Tivesse ido para o Chelsea, Neymar seria apenas mais um. Seria mais uma estrela no meio de uma constelação que conta com jogadores consagrados como: Drogba, Terry, Ashley Cole, Petr Cech, Ballack e etc. O chá de humildade, do qual Neymar precisa, estaria dado. Sentaria no banco por alguns jogos. Não teria regalias em concentrações, viagens e treinos. Seria mais um jogador tendo que provar seu valor para entrar em campo. No Brasil, Neymar é quase um extra terrestre e  tendo ganho um campeonato paulista e uma Copa do Brasil, títulos pouco significativos, com todo o respeito, acha que pode desrespeitar seus companheiros, seu comandante, seus adversários, sua torcida e à todos que acompanham seu futebol. Se voltar a apenas jogar futebol e deixar as polêmicas de lado, Neymar tem tudo para voltar a brilhar positivamente. O caminho para isto é simples e para começar, sugiro a primeira lição, que pelo jeito não lhe foi ensinada na escola, em casa ou na escolhinha do Santos: respeito ao próximo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Momento Bit - Há vida lá fora?

Pergunte a qualquer profissional de TI com mais de dois anos de experiência se, em algum momento, sua vida pessoal foi sacrificada em detrimento de seu ofício. Tenho absoluta certeza de que em pelo menos 90% dos casos a resposta será afirmativa. É óbvio que esta situação não é exclusividade de nossa amada profissão, que o digam os médicos, advogados, jogadores de futebol e artistas, entre outros. Mas podemos fazer algo no sentido de minimizar o impacto causado pelas horas extras, viradas de noite e fins de semana gastos em prol do trabalho?



Muitas pessoas, quando idealizam o desejo de trabalhar em TI não têm a real noção de certos sacrifícios inerentes à profissão. Plantões, horas extras e sobre-avisos são atividades requeridas com certa freqüência seja no segmento de suporte/infra-estrutura, operação ou desenvolvimento de sistemas. Algumas pessoas ao se depararem com este cenário desestimulam-se e às vezes perdem até mesmo o encanto com a profissão. Entender as razões que nos levam a estarmos praticamente “full time” disponíveis à nossos cliente pode ser um passo para administrarmos melhor esta situação.



Na sociedade da informação, a TI uma vez utilizada torna-se essencial. Uma falha de rede, um “abend” no processamento noturno ou a indisponibilidade de um site podem representar prejuízos inestimáveis que vão desde o aspecto financeiro até a imagem pública das organizações. A velocidade com que os produtos são criados e disponibilizados (ou “Time to market” - TTM) por uma organização pode ser o grande diferencial de um líder de mercado em seu segmento; e a TI, muitas vezes, é o habilitador deste processo. Neste cenário, somos submetidos, várias vezes, à condições extremas de trabalho visando a redução de impactos ou a maximização do lucro.



Podemos e devemos sugerir ações visando diminuição destas situações extremas. Algumas delas requerem algum investimento por parte das organizações, mas o nosso papel é demonstrar que os benefícios vão além do bem-estar dos profissionais (que por si só é um grande argumento). Para a infra-estrutura, por exemplo, trabalhar com redundância de servidores com parte de um plano de contingência é uma prática que apresenta ótimos resultados. Para o desenvolvimento de produtos, o estabelecimento de um acordo de nível de serviço razoável, um sólido levantamento de requisitos e a priorização do portfólio de projetos pelo cliente, alinhado à capacidade de produção são ações que podem minimizar situações em que a equipe é sobrecarregada.



É claro que as ações aqui citadas passam por decisões do corpo executivo ou gerencial das organizações, porém nossa tarefa é propor mudanças e apresentar os benefícios destas iniciativas. Ser a mola matriz deste processo de mudança de mentalidade e atitude é um papel que cabe à todos os profissionais. Vale ressaltar que a pretensão aqui não é extinguir horas extras, plantões e etc., porém quando estas situações são planejadas e controladas, os impactos são muito menores para todos os envolvidos: profissionais, clientes e organizações.

domingo, 5 de setembro de 2010

Pedrão Recomenda - Groove Armada

Taguatinga (só descobri agora, sorry) - Há alguns meses, estava vendo/ouvindo o canal VH1 e uma música me chamou a atenção pelo balanço, suíngue e por ser uma daquelas músicas que podem servir de "fundo". Como sempre faço, fui atrás do material da banda/grupo. Mais uma vez, tive uma grata surpresa! O disco ao qual tive acesso foi o Groove Armada - The Best Of. Muito bom. Daqueles discos que se escuta na íntegra, sem pular uma música sequer. A música que me levou à descoberta foi "My Friend", minha preferida no disco.

Como baterista, não tenho como não prestar mais atenção à parte "percussiva" da coisa. E fiquei boquiaberto. Ótimos timbres e muita variação de ritmos. Sensacional.

Links: www.groovearmada.comwww.myspace.com/groovearmada




The Best Of de Groove Armada: Pedrão recomenda.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Tecnodependência"

Taguatinga (e não tiro o fone do ouvido) - Bom pessoal, há algum tempo, mencionei aqui no blog que meu iPhone foi furtado. Pois é, não vou entrar em detalhes sobre as circunstâncias, mas o fato é que um dos meus objetos mais estimados me foi covardemente subtraído. Enfim, a vida seguiu. Estou sobrevivendo (agora de BlackBerry). Mas a tal “tecnodependência”já havia instalado-se em mim…

No momento em que me percebi que meu amado smartphone havia sido surrupiado, me bateu um óbvio desespero. Revistei a mochila, que possuía um só bolso, umas trinta vezes.  Em vão, e no fundo eu sabia. Constatada a perda, não arranquei os cabelos num primeiro momento, até para não criar uma situação, já que estava participando de um evento. Pensei nos procedimentos legais: bloqueio do chip, do IMEI do aparelho e etc. O pessoal ao meu redor estava mais revoltado do que eu àquela altura. Mas nada havia a ser feito. “Já era”, pensava eu. Até que, umas duas horas depois, me ocorreu:”Como viverei sem receber meus e-mails de forma on-line daqui para frente?”. “Consultar meus e-mails pessoais apenas à noite, quando chegar em casa? NUNCA!”.  Então, no mesmo dia, já me sentindo mais um “excluído digital”, fui até uma loja da minha operadora de telefonia móvel a fim de resolver o maior problema da minha vida naquele momento: adquirir um novo smartphone. Como estava financeiramente despreparado, escolhi um aparelho que me sairia grátis ou quase isso. Um BlackBerry Curve 8250.

Pronto, meu problema estava resolvido. Podia continuar recebendo e enviando e-mails de forma on-line, comunicando-me via twitter, MSN e etc. Como um mortal consegue viver sem isso atualmente? Então, do alto da minha tranqüilidade, surgiu uma nova questão: e os mp3? Ah, o BlackBerry tem mp3 player (é básico, certo?). Só que a qualidade de reprodução... Ah, a qualidade de reprodução... Deu saudade do iPhone. Carreguei o novo smartphone com alguns mp3 e me engajei na tentativa de adaptação. Na boa, não deu. A qualidade é muito inferior. Vendo que não iria muito longe, apelei para meu antigo aparelho de mp3, um chinezinho de 1 GB, com o visor quebrado e cujo botão de next/previous só funciona quando quer, mas com qualidade de reprodução ligeiramente superior. Agora vai, né? Em 1 GB cabem aproximadamente oito álbuns... Oito? E a minha discografia dos Beatles? E minha coleção de singles da Madonna? E minhas compilações de Rolling Stones, Jovem Guarda, Roberto Carlos, U2 e hits dos anos 70? É... o ato de fazer escolhas é uma das tarefa mais difíceis desta vida...

No dia a dia, encontrei outra dificuldade: nenhum dos dois (celular ou mp3 player) funcionavam bem junto com o som do carro. Sem problemas, vamos de rádio... Depois de duas semanas ouvindo músicas das rádios, pergunto: “como alguém sobrevive a isso?”. Já na primeira semana, pedi morte ao tal “Alejandro”, da Lady Gaga, que tocava a cada meia hora. Como alguém consegue escutar a estas porcarias?  E mais: como alguém sobrevive sem pular para a próxima música, tendo que ouvir todas as musicas na íntegra? Sim, eu sou um daqueles que quase nunca deixam uma musica chegar ao fim, que troca antes. Salvo os dias em que não estou prestando atenção no que está tocando. Pois é, eu precisava urgentemente de um iPod. Por diversas razões, que passam por preço e comodidade, resolvi que não terei outro iPhone. Segurei até onde deu, mas na última semana acabei adquirindo um iPod Classic de 160 GB, onde cabem todos os meus mp3 e com folga!! Ufa...

A tecnodependência me pegou. Passei 90% da minha vida sem tudo isso que mencionei neste post, mas o simples fato de esperar algumas horas para ler meus e-mails me levou ao desespero. A qualidade de reprodução de áudio, não poder escolher o que ouvir, pouco espaço de armazenamento, tudo isso me incomodou mais do que eu poderia imaginar. Engraçado ter vivido tanto tempo sem estas, digamos, “facilidades” e, de repente, ser seu refém. E assim caminha a humanidade: sempre uma nova solução para problemas que não tínhamos. 

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