quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Crise? Que crise?

Taguatinga (será que volta mesmo?) - Passados longos anos sem usar este espaço como nos áureos 2010/2011, resolvo postar novamente. Voltou para valer, Pedrão? É só uma postagem solta? O que te deu? Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Não tenho resposta para nenhuma destas perguntas. Se vamos ou não continuar a agitar o espaço, as próximas semanas nos dirão. Mas o fato é que estamos aqui. Eu escrevendo e você lendo. E segue o jogo...

O tema que nos traz aqui hoje é a crise. Ou seriam as crises? É crise na política, na economia, no futebol, no trânsito, no abastecimento d'água... Olhando de forma mais ampla, estamos praticamente à beira de um colapso (ou já estamos nele?). Outro dia vi um sujeito, ao ser questionado sobre sua recusa para uma viagem, colocar a culpa na "crise". Nem precisou especificar qual. Poderia escolher... A tal da "crise" está na boca do povo. "Estes políticos não prestam!", "Estes jogadores são horríveis!", "Esta presidenta é uma b..." e por aí vai. Todos tem sua convicções e razões para explicar o porquê de cada uma das crises. Poucos refletem a verdadeira crise, que nos trouxe até aqui: a crise moral.

Já falamos aqui no blog sobre a forma individualista que leva o brasileiro (em geral) a definir o seu voto. Um emprego, um cargo comissionado, um lote, um litro de leite. Qualquer coisa é moeda de troca por votos. A partir daí, meus amigos, pergunto: como exigir postura de um candidato eleito no toma-lá-dá-cá? Olhando friamente, este é o sistema base do mensalão, maior ícone a corrupção no país: quer rir? Faça-me rir.

Ótimo Pedrão, o caminho é fazer um movimento para o voto consciente! Mas daí, eu lembro ao meu interlocutor de que estamos falando do povo brasileiro, que estaciona em local proibido, vaga de idoso, vaga de deficiente e etc., invade área pública,  dirige acima do limite de velocidade e freia nos "pardais", joga lixo no chão, cola na prova, fura fila, forja carteirinha de estudante, mente no questionário do seguro, sonega imposto, pula roleta do ônibus... E se eu continuasse a discorrer sobre os desvios de caráter do nosso povo, o post ficaria gigantesco.

O fato, meus amigos, é que a verdadeira crise que vivemos está fora do foco. Os valores estão cada vez mais esquecidos neste país e o senso de coletividade nunca prevaleceu por aqui. Diante das dificuldades do próximo, nossa postura é: "o problema é dele.", na crise política/econômica: "a culpa é de quem votou na Dilma", na crise hídrica pela qual passa o Sudeste (e que o Nordeste também já enfrentou): "ainda bem que eu não moro lá" e por aí vai. O problema sempre é do outro e nunca é "NOSSO". Taí uma questão que precisa ser estudada profundamente: Por que, no Brasil, o problema nunca é NOSSO? Por que o empregado não compra o barulho do patrão, se esta for uma causa justa? Por que aquele que tem recursos em abundância não compra a causa daqueles que vivem em estado de racionamento? Por que os ricos não compram o barulho dos pobres? Por que reina o cada um por si?


Demorei um tempo para manifestar a minha linha de raciocínio sobre tudo o que vejo acontecer nos últimos anos, porque vivemos um período extremamente intolerante. Muitos me taxarão de reacionário, coxinha, petista, psdbista. Acreditem sempre sou taxado como sendo do lado oposto a quem me julga (chega a ser engraçado). Resolvi postar porque isto não me assusta mais. Já assustou, por exemplo, quando eu era criança e me recusava a colar ou passar cola em provas, quando fui chamado de otário por pagar inteira em shows e cinemas, quando riram porque eu andava a 60Km/h (que acho pouco, mas é o limite da maioria das pistas) ou quando eu me recusei a votar em um parente por achar que ele não agregaria valor. Pergunto: nestas situações eu estava errado!? Por que a maioria me tratava como tal? Em minha opinião, esta é a verdadeira causa da CRISE. Qualquer uma delas. Podem escolher...

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