segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sobre Homens e Meninos

Dennis Chambers
Taguatinga (ainda não quer dizer que voltou… rsrs) -  Amigos, o dia 20 de outubro de 2015 certamente ficará eternizado na memória de uma centena de felizardos bateristas que puderam compartilhar algumas horas com o Sr. Dennis Chambers, um verdadeiro MITO! Aliás, o ano de 2015 já está na história de Brasilia como o melhor ano em matéria de eventos com bateristas da primeira linha mundial: Chris Coleman, Dave Weckl, Aaron Spears, Dennis Chambers e ainda teremos Tony Royster Jr. pela frente… Deixo meus parabéns aos organizadores pela iniciativa, coragem e pelo esforço (organizar um evento destes não é fácil). É inegável o valor que este tipo de evento agrega à cena local. Conhecer estes mestres é, muitas vezes, a realização de um sonho! Desta vez, parabenizo e agradeço especialmente o Instituto Daniel Oliveira (IDO!), pela oportunidade de termos acesso à mais um workshop de uma lenda viva (felizmente, uma vez que o ano de 2014 não foi dos mais fáceis para ele) da bateria.

Foi um dia muito legal e ficou ainda mais especial para mim, quando o pessoal da Pearl (mais precisamente o Deth Santos) perguntou se eu poderia disponibilizar a minha bateria para o Sr. Chambers. Meu Deus!! Imaginem como se o Lewis Hamilton viesse até a sua cidade e pedisse o seu carro emprestado, ou Valentino Rossi a sua moto, ou o Steve Wozniak o seu computador. Daí vocês imaginam qual foi a minha resposta: SIM, CLARO! Foi particularmente emocionante ver o meu instrumento no palco sendo usado por uma lenda, que me autografou um tambor e ainda disse no fim: “It's a very beautiful and great sound kit!”. Já valeu.

Dennis autografando a bateria usada no workshop

Para quem estava envolvido na organização, o evento começou às 14hrs com a montagem do kit e do som. Aproximadamente às 17hrs, com bateria e som preparados, chega o Sr. Dennis Chambers para a passagem de som. Começou o show de informações ao vê-lo posicionar todo o kit e afinar os tambores. É muito interessante comparar o estilo dos grandes bateristas que passaram por aqui. Cada um tem uma forma de fazer, mas todos eles sabem exatamente o som que desejam extrair do kit. E que som ele tirou… Que som de bumbo! O resultado foi simplesmente devastador.

Passagem de som
Estava tão envolvido com o evento, que não sei ao certo o horário em que o workshop começou de fato, mas estimo que era por volta de 20hrs. Ao entrar no palco, o Sr. Chambers foi simplesmente OVACIONADO. Dava para ver o brilho no olho de cada um dos presentes e considerando a pausa/respiração dada por ele antes de começar a falar, acredito que o próprio Sr. Chambers também estava emocionado. Antes de qualquer coisa, Mr. Chambers faz questão de explicar que aquele era um evento para bateristas e que ser um músico e tocar em uma banda era muito mais do que aquilo que veríamos a seguir, que quando se está em uma banda nada é mais importante do que a música e por fim, revelou que deixou de fazer workshops por um longo tempo por sentir que bateristas mais jovens estavam deixando a musica de lado, concentrando-se apenas na questão individual e sentia-se responsável por isto. Achava que o seu workshop estava contribuindo negativamente. Neste momento, não tive como deixar de lembrar de outros dois monstros que nos deixaram mensagens semelhantes: Thomas Lang e Dom Famularo. Vejam, pessoal: Dennis Chambers foi o terceiro mito à nos chamar a atenção para o excesso de virtuosismo e para a priorizarão do conjunto da obra. São três mestres falando. É para se pensar à respeito. Com carinho.

A seguir o homem tocou. E tocou muito! Uma sequência de dois ou três temas foi suficiente para vermos pressão, independência, dinâmica, técnica e tudo mais que se possa imaginar. E tudo junto. Não era uma questão de: vou explorar dinâmicas, depois independência e depois mostrar uma técnica de bumbo. Era tudo junto, meus queridos. Que som animal ele tirava dos tambores e pratos! Foi realmente de chorar quando ele começou a modular os ostinatos um membro por vez, explorando deste a dinâmica pianíssima até a “elefante mode on”. E isto tudo mantendo o padrão de movimentação (sem levantar os braços mais do que 45o, aproximadamente). Perdoem-me tudo o que deixei passar, mas certamente foi muita informação em um espaço curtíssimo de tempo.

Kit da noite

Após alguns minutos, Sr. Chambers começa a passar o seu recado. E separou os homens dos meninos quando relatou que desenvolveu-se como baterista vendo (ao vivo): Billy Cobham (seu professor), Tony Williams, Elvin Jones, Papa Jo Jones, entre outros. Com a humildade de um verdadeiro mestre, disse que a cada vez que via um destes deuses da bateria tocar ao vivo, ficava algumas noites sem dormir tentando assimilar o que viu e ouviu. Neste ponto, outro puxão de orelha na nova geração, quando lembrou que em sua época, não existia Youtube e que para aprender com os ídolos, era necessário memorizar/registrar de alguma forma e usar a imaginação, diminuir a velocidade de execução das músicas com pesos em LPs, entre outras técnicas muito menos eficientes e mais trabalhosas do que as tecnologias disponíveis atualmente. Aqui, a segunda grande lição do mestre: a nova geração assiste aquilo que quer no youtube, repete e passa para a próxima. Sr. Chambers nos alertou que  está faltando ir além. Ouvir a musica e imaginar o que você faria se fosse o baterista da gravação. Uma passagem para exemplificar esta questão, foi uma “canja” dada por ele em um show do Toto, à pedido de Jeff Porcaro. Ao tocar Rosanna, em determinada parte da música, Mr. Chambers altera completamente o desenho básico, clássico e lindo da música para um padrão também lindo, mas muito mais complexo, para o desespero de ninguém menos do que Jeff Porcaro.

Mr. Chambers foi muito humilde e solícito ao responder as perguntas dos participantes. Procurou contextualizar suas repostas e sempre checando se o que havia acabado de dizer era suficiente. Falou sobre largar o colégio para aprofundar-se no estudo de música, detalhou o kit (pedais, caixa, pratos e tambores que estava usando), falou sobre o aprendizado com Billy Cobham, sobre a estrada com o Santana e arrancou muitos gritos da platéia à cada uma de suas performances matadoras.


Galera da Casa de Swing marcando presença


O que mais gosto nos eventos no formato Workshop são as mensagens deixadas por aqueles que fazem história a cada amanhecer. Vê-los tocar é muito legal, também. Mas saber um pouco de como pensam, de sua história, suas preferências e algumas dicas de como trilharam seu caminho, é o que faz valer à pena cada um destes encontros. Este ano, não pude participar de todos. Gostaria de ter ido em pelo menos um dos outros três que tivemos por aqui (o do Aaron Spears). Infelizmente não pude ir e fica aquela pontinha de arrependimento. Olhando no contexto geral, ver e ouvir Dennis Chambers foi sensacional. Conhecer um pouco da forma como ele se desenvolveu como baterista convivendo com os maiores mestres do instrumento, largando a escola, passando dias em claro e, acima de tudo, buscando transcender os limites do que viu seus mestres fazerem,  literalmente separou os homens dos meninos. E perto do Mr. Chambers, me senti um recém nascido.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Crise? Que crise?

Taguatinga (será que volta mesmo?) - Passados longos anos sem usar este espaço como nos áureos 2010/2011, resolvo postar novamente. Voltou para valer, Pedrão? É só uma postagem solta? O que te deu? Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Não tenho resposta para nenhuma destas perguntas. Se vamos ou não continuar a agitar o espaço, as próximas semanas nos dirão. Mas o fato é que estamos aqui. Eu escrevendo e você lendo. E segue o jogo...

O tema que nos traz aqui hoje é a crise. Ou seriam as crises? É crise na política, na economia, no futebol, no trânsito, no abastecimento d'água... Olhando de forma mais ampla, estamos praticamente à beira de um colapso (ou já estamos nele?). Outro dia vi um sujeito, ao ser questionado sobre sua recusa para uma viagem, colocar a culpa na "crise". Nem precisou especificar qual. Poderia escolher... A tal da "crise" está na boca do povo. "Estes políticos não prestam!", "Estes jogadores são horríveis!", "Esta presidenta é uma b..." e por aí vai. Todos tem sua convicções e razões para explicar o porquê de cada uma das crises. Poucos refletem a verdadeira crise, que nos trouxe até aqui: a crise moral.

Já falamos aqui no blog sobre a forma individualista que leva o brasileiro (em geral) a definir o seu voto. Um emprego, um cargo comissionado, um lote, um litro de leite. Qualquer coisa é moeda de troca por votos. A partir daí, meus amigos, pergunto: como exigir postura de um candidato eleito no toma-lá-dá-cá? Olhando friamente, este é o sistema base do mensalão, maior ícone a corrupção no país: quer rir? Faça-me rir.

Ótimo Pedrão, o caminho é fazer um movimento para o voto consciente! Mas daí, eu lembro ao meu interlocutor de que estamos falando do povo brasileiro, que estaciona em local proibido, vaga de idoso, vaga de deficiente e etc., invade área pública,  dirige acima do limite de velocidade e freia nos "pardais", joga lixo no chão, cola na prova, fura fila, forja carteirinha de estudante, mente no questionário do seguro, sonega imposto, pula roleta do ônibus... E se eu continuasse a discorrer sobre os desvios de caráter do nosso povo, o post ficaria gigantesco.

O fato, meus amigos, é que a verdadeira crise que vivemos está fora do foco. Os valores estão cada vez mais esquecidos neste país e o senso de coletividade nunca prevaleceu por aqui. Diante das dificuldades do próximo, nossa postura é: "o problema é dele.", na crise política/econômica: "a culpa é de quem votou na Dilma", na crise hídrica pela qual passa o Sudeste (e que o Nordeste também já enfrentou): "ainda bem que eu não moro lá" e por aí vai. O problema sempre é do outro e nunca é "NOSSO". Taí uma questão que precisa ser estudada profundamente: Por que, no Brasil, o problema nunca é NOSSO? Por que o empregado não compra o barulho do patrão, se esta for uma causa justa? Por que aquele que tem recursos em abundância não compra a causa daqueles que vivem em estado de racionamento? Por que os ricos não compram o barulho dos pobres? Por que reina o cada um por si?


Demorei um tempo para manifestar a minha linha de raciocínio sobre tudo o que vejo acontecer nos últimos anos, porque vivemos um período extremamente intolerante. Muitos me taxarão de reacionário, coxinha, petista, psdbista. Acreditem sempre sou taxado como sendo do lado oposto a quem me julga (chega a ser engraçado). Resolvi postar porque isto não me assusta mais. Já assustou, por exemplo, quando eu era criança e me recusava a colar ou passar cola em provas, quando fui chamado de otário por pagar inteira em shows e cinemas, quando riram porque eu andava a 60Km/h (que acho pouco, mas é o limite da maioria das pistas) ou quando eu me recusei a votar em um parente por achar que ele não agregaria valor. Pergunto: nestas situações eu estava errado!? Por que a maioria me tratava como tal? Em minha opinião, esta é a verdadeira causa da CRISE. Qualquer uma delas. Podem escolher...

domingo, 7 de outubro de 2012

Suas Lindas - Marketa Slukova

Brasília (potência...) - Acompanhei uma parte das Olimpíadas de Londres. Desta vez, procurei ver alguns esportes que não vejo usualmente, mas acabei mesmo ficando no vôlei e no atletismo. Não sou do tipo que torce incondicionalmente pelos brasileiros. É legal ver os brasileiros ganhando, principalmente quando consideramos a ralação à qual é submetida um atleta profissional em nosso país, mas adoro ver as grandes estrelas mundiais, tipo: Ulsain Bolt, Michael Phelps, Roger Federer,  Cesar Cielo,  Yelena Isinbayeva e por aí vai.




É muito legal quando os atletas de ponta são brasileiros, caso de todas as seleções e duplas de vôlei, esporte em que o Brasil é cada vez mais uma potência absoluta. E foi exatamente num jogo de vôlei que traí o meu país. O jogo era Talita Rocha e Maria Antonelli x Marketa Slukova e Kristyna Kolocova. As brasileiras levaram fumo. Nem me lembro de quanto foi o jogo, mas este foi especialissimo por um motivo: Marketa Slukova.


Esta passou a ser a minha torcida no vôlei de praia feminino no restante do torneio. Uma pena que elas não chegaram à grande final. Mereciam muito... Após os Jogos Olímpicos, tive a curiosidade de entrar no site da dupla e percebi que elas vieram ao Brasil (e em Brasília) este ano. Quem sabe voltam no ano que vem??

 



domingo, 30 de setembro de 2012

Quem vai Quebrar o Paradigma?


Brasília (em terra de IOS 6, quem tem Ice Cream Sandwich é rei) - A grande disputa do momento, no mundo da Tecnologia de Informação (TI), é: Apple versus Google. Em nosso mundo paralelo (o da TI) a dicotomia é algo comum. Não é raro ver profissionais optando seguir por caminho A ou B, usuários apaixonados pela marca/tecnologia A ou B, entusiastas de uma ou de outra, evangelizadores, entre outros. Há tempos discuto entre meus pares a respeito do assunto e analiso quem ganha e quem perde com estas disputas.

O mercado de tecnologia da década de noventa foi marcado por um amplo domínio da empresa estadunidense Microsoft. Produtos como Windows, Office, Visual Studio, entre outros dominavam seus respectivos segmentos. Em meados da década, começaram a surgir os principais rivais: Linux, que fazia frente ao Windows (para a utilização em servidores, visto que sua utilização doméstica e em estações de trabalho nunca foi uma realidade); Delphi, competindo com o Visual Basic no segmento de desenvolvimento de aplicações; entre outros. Da mesma forma, a Microsoft tentou entrar em segmentos onde não tinha tradição como: servidores de Banco de Dados para a plataforma baixa, onde apresentou o SQL Server, que fez frente ao Oracle, líder deste mercado; no segmento Internet (que acabara de surgir),  onde o líder era o Netscape e este foi confrontado pelo Internet Explorer.

Em meio à embates recheados de elementos como: apresentações midiáticas a cada nova versão de aplicativo, espionagem industrial, contratação de profissionais do concorrente, legiões de evangelizadores remunerados de parte a parte, suspeita de sabotagem, disputas judiciais, entre outros elementos típicos de uma verdadeira “guerra”, empresas foram compradas, outras levadas à falência e outras relegadas à margem do mercado. Na maioria destas brigas não houve um vencedor, tamanho o desgaste ao qual os envolvidos (geralmente dois) eram submetidos. Normalmente surgia uma terceira força correndo por fora, fazia algo diferente e acabava por indicar um novo caminho a ser seguido. São exemplos: a briga VB versus Delphi propiciou o crescimento vertiginoso da plataforma Java; Internet Explorer versus Netscape resultou no surgimento do Firefox (vale ressaltar que o Mozilla já havia sido conconrrente no Netscape no passado); a disputa entre os sites de pesquisa Altavista versus Yahoo abriu espaço para o Google; entre os provedores gratuitos de e-mail, do embate Hotmail versus Yahoo, surgiu o Gmail; e há outro sem número de situações semelhantes.

Na dicotomia atual, vejo alguns aspectos particulares que demonstram que a Google aprendeu com o passado, o que pôde ser percebido na aquisição do Youtube, mesmo tendo tentado (e fracassado) a concorrência por meio do Google Player. Adquirir o líder do segmento e seu know-how parece ser mais eficaz do que percorrer todo o caminho e ainda passar pelo desgaste da disputa. Já a Apple parece não importar-se com diversos aspectos que se mostraram ineficazes ao longo do tempo, como: não adesão aos padrões de mercado (por exemplo, a interface de conexão do iPhone); não permitir a expansão da memória de seus produtos, usando cartões de memória; controle do conteúdo de seus produtos por meio de software proprietário e pouco flexível (iTunes). Uma questão interessante e a ser estudada é o fato dos consumidores da Apple importarem-se pouco com as restrições a eles impostas. Mas o fato aqui é que esta disputa, em particular, envolve alguns aspectos fundamentais, quase filosóficos e este fato a torna muito interessante frente às demais.

O ponto de vista que defendemos desde a época do duelo Windows versus Linux é que não devemos tomar partido de forma radical. Devemos aproveitar os pontos fortes de uma e de outra e ao mesmo tempo, estar conscientes de suas limitações. Sob o ponto de vista profissional, o melhor é estar no meio, conhecer os dois mundos e saber como lidar com os dois. Este tipo de postura abre um leque maior de possibilidades, além de minimizar o risco em caso de opção por um lado que venha a ser subjulgado. A respeito dos "vencedores" acreditamos que dificilmente alguém sairá desta disputa sendo declarado vencedor absoluto. As dicotomias, via de regra, permitiram a alguém, até então fora do contexto: inovar, quebrar o paradigma e liderar a caminhada pelo novo caminho proposto. Acreditamos que aí está a fórmula para a "vitória" neste tipo de disputa: a quebra de paradigma. Sendo assim, o comportamento que recomendamos é: saber tirar proveito das plataformas e produtos oferecidos, sem tomar partido de forma radical e aguardar o próximo passo que, com base no que ocorre historicamente, não será dado nem por Apple e nem por Google.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Volta ao Lago 2012


Brasília (timaço!) - O registro não é meu, mas concordo com cada vírgula do que está escrito. No ano passado, relatei a nossa participação na Volta ao Lago Caixa 2011 e avisei "Ano que vem tem mais!". E teve. Tudo devidamente registrado pelo Luiz Cândido aqui. Não deixem de comentar.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Yes, we can!


Brasília (dói tudo!) - Quem diria que 1 ano e 2 meses após minha primeira e despretensiosa corrida, eu completaria os 42.195 metros de uma Maratona?!?!?!

sábado, 7 de julho de 2012

Encontros e Desencontros

Rio de Janeiro (sim, continua lindo...) - Há poucas horas, pus os pés na cidade maravilhosa pela (sei lá) trigésima vez. Desde que meu sogro se foi, as visitas ao Rio não são a mesma coisa. Carioca da gema, o Seu Gentil, tinha a cara do Rio. Em nossas conversas, ouvi diversas histórias e (certamente) algumas estórias a respeito de suas peripécias enquanto mais jovem.

Infelizmente, nunca tive o prazer de vir ao Rio em sua companhia, apesar de nós dois estarmos freqüentemente por aqui. Apesar deste lapso, deste gap, vejo o Seu Gentil em diversas ruas que passo. Sobretudo nas mais "cariocas", mais simples. Vejo-o pechinchando o preço de alguma coisa junto aos ambulantes, caminhando descalço na praia, sugerindo-me comer alguma coisa que não conheço, rindo de mim por algum mico, defendendo-me dos muitos "espertos" que tentam nos passar a perna (isso é chato aqui no Rio) ou apenas passando pelos lugares e contando uma de suas inúmeras histórias. Por não ter experimentado qualquer uma destas situações, estar no Rio desde a partida do Seu Gentil soa como um desencontro.

Hoje, quando estava no avião aguardando o desembarque, participei de um batepapo com um senhor e uma moça que estavam na mesma fileira de poltronas que eu. Conversamos sobre coisas gerais e, como em todo inicio de conversa, descobrimos alguns aspectos comuns a todos nós (o fato de todos trabalharem em algum ramo do segmento cooperativo, por exemplo). A conversa foi ótima, trocamos contatos e falamos sobre algumas questões muito interessantes, mas o que realmente me chamou a atenção foi uma frase dita pelo Marcão, que desvendava com uma tranqüilidade absurda, um dilema que vivo atualmente. Não resisti e falei aos dois "Estou vivendo exatamente esta situação. Até já tinha uma conclusão encaminhada, mas esta conversa me deu ainda mais certeza sobre o que estou fazendo.". De uns tempos pra cá, venho dando muita atenção a este tipo de sinal que a vida nos oferece, quando sem mais nem menos, um estranho lhe sugere a solução para uma questão que lhe ocorre há meses. Conversamos por mais alguns instantes e agradeci aos dois pelo encontro.

De que mais é feita a vida, senão de encontros e desencontros?

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