terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sobre músicos e seu "público"

Taguatinga (pé na porta...) - Hoje, dia 22 de novembro, é comemorado o dia do músico. Por meio das redes sociais, que atualmente são meu principal instrumento de contato com o que está acontecendo no mundo afora, percebi diversas manifestações parabenizando estes profissionais maravilhosos que dedicam sua vida ao entretenimento do próximo e que, num país como o Brasil, só persistem nesta profissão por verdadeiro amor, já que o retorno é incerto, para dizer pouco.

Achei bastante curiosa a intensidade das manifestações que vi nas redes sociais. Muita gente escrevendo bonitas mensagens, fazendo trocadilhos e tudo mais que acontece em datas comemorativas: frases "retuitadas", hashtags, fotos compartilhas e etc. Tudo isso é legal, é merecido. Mas ao fim do dia, ocorreu-me uma inquietação: Com tantos admiradores, por que é tão difícil ser músico no Brasil? Por que os pais morrem de preocupação quando seus filhos tomam a decisão de investir nesta carreira? Por que tanta gente extremamente talentosa precisa ter um "ganha pão" alternativo para garantir o sustento de sua família?

E estas retóricas, levaram-me a questionar: Será que todos aqueles que publicaram mensagens hoje são realmente fãs dos músicos? Ou compram CDs piratas? Será que vão à shows ou festivais de bandas independentes? Será que sabem o nome de pelo menos um dos integrantes da banda da Ivete Sangalo, da Cláudia Leite ou da dupla Victor & Léo? Será que pagam couvert artístico satisfeitos ou recusam-se, alegando que nem estavam prestando atenção ou que chegaram no meio da apresentação? Será que gostam realmente de música e de músicos ou são meros consumidores do que lhes é oferecido quase que "goela abaixo"?

Não faço estes questionamentos à toa. Não é raro perceber este tipo de comportamento no meio daqueles que se dizem apaixonados por música, mas que na verdade não sabem bem o que é "fazer música" e "viver de música". No Brasil, a cultura praticada é a das massas,  traduzida em gostar do que está na moda, do que toca na rádio ou do que passa no Faustão ou no Gugu. Não desmereço estas pessoas. Provavelmente, seu caminho também não foi fácil e existe mérito em estar ali. A questão é também reconhecer o valor daqueles que ficaram pelo caminho ou que ainda não chegaram, mas fazem seu trabalho de forma honesta, digna e, sobretudo, com amor.

Convoco todos à esta reflexão: Nós realmente valorizamos e reconhecemos o trabalho dos músicos como eles merecem?

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