sábado, 15 de janeiro de 2011

Rio 2011


Taguatinga (Soa como um desabafo. E o é) - Nos últimos dias estamos sendo testemunhas de mais uma reação da natureza à ocupação desordenada e às agressões promovidas pelo homem ao meio ambiente nos últimos tempos. Num país de terceiro mundo e com índices preocupantes no que diz respeito à educação, a situação é mais grave ainda. A maioria das pessoas nem tem a real noção de tudo que está envolvido. Mas de qualquer maneira, é extremamente triste ver famílias perdendo seus lares e o pouco de conforto que tem.

Mais triste ainda é ver tudo isso por meio de imagens produzidas pelos helicópteros de algumas redes de televisão, que poderiam deixar de registrar as imagens desta tragédia para ajudar no resgate às vítimas ou para levar suprimentos aos desabrigados. É muito triste saber que este mesmo Rio de Janeiro que está sofrendo com tudo isso irá gastar 1 bilhão de reais na reforma do Maracanã (a terceira em quinze anos) e está investindo metade disso no socorro às vítimas. É intrigante pensar que o mesmo estado que tem seríssimos problemas sociais, irá sediar (e custear) os dois maiores eventos do planeta: Copa 2014 e Olimpíada 2016. É ridículo saber que a Confederação Brasileira de Futebol, patrimônio nacional (em tese), tem instalações luxuosas (com hotel, inclusive) em uma área vizinha e não se dispõe a abrigar brasileiros que neste momento estão sem um teto para dormir.

É certo que estamos vivendo uma época chave em termos de sustentabilidade de recursos naturais. É nítido que se não concentrarmos mais esforços nesta questão, o planeta não irá durar por muito mais tempo. Mas também é certo que a sociedade precisa começar a ser mais solidária. O "cada um por si", ao contrário do que se imagina, não é benéfico ao indivíduo, já que somos parte de um todo e somos afetados por tudo que acontece sobre este.

Estamos indo por um caminho onde o indivíduo tem cada vez menos consciência de que faz parte de um todo, sem se dar conta de que, sem um todo, também não existe as partes, ou seja, não existe o próprio indivíduo.

2 comentários:

  1. Boa reflexão, Pedro. Os brasileiros precisam ser mais solidários com o seu povo. Quando teve a tragédia no Haiti, o brasileiro mostrou a cara para ajudar, agora é fazer o mesmo (ou ainda mais) por aqui também.

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