quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Cara

Brasília (lerê, lerê...) - E hoje é ontem foi aniversário de um dos meus heróis: Nelson Piquet. Lembro-me como se fosse ontem da expectativa para o início de cada corrida de Fórmula 1 aos domingos pela manhã, de colecionar álbuns de figurinha, de ler algumas páginas da revista especializada em automobilismo chamada Grid (salvo engano). Também colecionei carrinhos e vesti um macacão inspirado em Piquet no meu aniversário de quatro anos (depois posto uma foto desta presepada aqui). Naquela época, automobilismo para mim resumia-se a Fórmula 1 e esta, resumia-se à Nelson Piquet, a quem vou me referir, a partir de agora, como “o Cara”, com “C” maiúsculo mesmo.
 

Lembro-me que, na sala da casa da vovó, a torcida era divida entre o Cara e Senna. Eu estava na torcida do Cara (coincidentemente ou não, a torcida dele era praticamente formada pelos primos e tios que torciam pelo Flu). A cada ultrapassagem de um ou de outro, a vibração era semelhante à comemoração de um gol. E, se não me falha a memória, sempre comemorávamos mais do que a outra torcida. Alguém chuta qual era o modelo do meu "pé na tábua"? Williams, claro!

Autor de frases peculiares, Piquet competia até para chegar primeiro ao banheiro. Uma das passagens que mais gosto em sua carreira é aquela entrevista sobre o título de 1987 “A quem você dedica este título?” e a resposta “Ao Nelson Piquet.”. Ótimo, pra dizer pouco. O Cara foi capaz de chegar numa equipe inglesa, com um companheiro de equipe inglês e criar seu próprio espaço, quando muitos achavam que isto não seria possível. Alguém consegue imaginar isto acontecendo nos dias de hoje? Sabia aproveitar as brechas do regulamento técnico (e até o hoje isto faz diferença, vide o difusor traseiro em 2009). Sabia trabalhar no acerto do carro, aproveitar os pontos fracos de seus adversários dentro e fora das pistas e nunca precisou fazer média com locutores ou comentaristas a fim de ganhar afagos ou elogios, como outros que prefiro não comentar (mas sempre tem que rolar uma alfinetada).

Ontem Piquet completou 58 anos. Parou de correr em 1992 ou 1993 (não me lembro ao certo). Assisto a Fórmula 1 até hoje, mas desde que o Cara saiu, não tive tantos momentos de vibração como em sua época. Sou mais um mero expectador. Nunca me empolguei com Senna, Schumacher, Hill, Villeneuve ou Alonso. Cheguei a achar que Barrichelo seria um grande piloto quando saísse da Jordan. Não o foi. Cheguei a achar que Massa seria um “novo Piquet” e, principalmente, cheguei a achar que Nelsinho seria como o pai. Pensando bem, vejo porque me empolgava tanto ver o Cara correndo. Ele foi simplesmente único. Por isso, para mim, ele é o Cara.



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