sábado, 5 de março de 2011

Quem ganha?


Taguatinga (só sei que nada sei) - Nas últimas semanas, a maior discussão sobre 'nosso' futebol não acontece acerca de algum supercraque, algum time que encanta, alguma final eletrizante ou de alguma arbitragem polêmica. Hoje, a maior discussão do futebol brasileiro é sobre quem irá transmitir o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2012 à 2015 (ou 2016?).

Até outubro do ano passado (mais ou menos), a coisa caminhava para o desfecho de sempre, com a Globo pagando o que acha que deve e os clubes agradecendo e se submetendo a seus mandos e desmandos, já que todos estão endividados e precisam do dinheiro. Até que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o CADE, determinou que a emissora que detém os direitos atualmente (Globo) não teria qualquer prioridade na negociação e que as mídias deveriam ser divididas, evitando o monopólio, estimulando a concorrência e, consequentemente, podendo elevar o valor do produto. Bola dentro, em minha opinião.

O cenário pós intervenção do CADE começou a desenhar-se muito favorável ao aumento de faturamento por parte dos clubes. O edital prevendo lance inicial de R$ 500 milhões, aumento do percentual de participação de vários clubes, entre outros avanços. A disputa era ferrenha entre as duas principais concorrentes (Globo e Record) e alguns players que dificilmente estariam dentro no modelo anterior estavam bem posicionados na disputa (caso do lote Internet, onde Terra e Uol estavam no páreo). Até então tudo dentro de uma saudável concorrência que prometia oxigenar a cobertura do Futebol e aumentar a renda dos clubes. Ótimo, não?

Então, no início de 2011, a CBF ('parceira' da Globo em diversos contratos) entra em cena e em fevereiro, inicia-se um burburinho sobre um eventual 'racha' no C13 (grupo do qual fazem parte os principais clubes do país). Poucos dias depois, confirma-se o racha: Corinthians anuncia que estaria fora; os quatro maiores clubes do RJ também o fazem: Palmeiras, Cruzeiro, Santos e outros seguem a tendência. O racha em questão, aparentemente, tem como viés apenas a negociação das cotas de televisão, já que há pouco tempo atrás, vários destes clubes apoiaram o atual presidente da entidade em detrimento do candidato indicado pela própria CBF.

Emitir qualquer opinião sobre esta discussão, ao contrário das discussões que permeiam o futebol naturalmente, é extremamente difícil, pois neste caso não vemos as jogadas, não temos replay e, principalmente, não conhecemos as regras pelas quais os envolvidos agem. É tudo meio obscuro e há vários interesses em jogo. CBF, Globo, Record, Clubes... Ninguém quer perder.

Como costumo dizer, espero qualquer desfecho desta negociação, não faço prognósticos e NADA me surpreenderá. Não sei bem quem vai ganhar com isso tudo, mas sei quem dificilmente ganhará: nós, torcedores.

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